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Logística Setorial 27 de setembro de 2018

Químico e Petroquímico: Falta de investimentos impede a exploração de todo o potencial da cadeia logística

A crise dos últimos anos e as incertezas do atual momento político do país têm tirado muito o apetite por investimento – principalmente em terminais e portos –, o que impacta diretamente na qualidade e modernização da infraestrutura logística destes segmentos.

As indústrias químicas e petroquímicas têm grande importância na atividade econômica do Brasil, não somente por serem, juntas, as principais formadoras do PIB industrial, como também por fornecerem produtos e matérias primas para todos os setores produtivos.
E, em termos de logística, estes dois setores têm enfrentado vários desafios. Alguns de fácil solução, outros, nem tanto.
“Como na maioria dos setores da economia, a crise dos últimos anos, aliada às incertezas do atual momento político do país, tem tirado muito o apetite por investimento, o que impacta diretamente na qualidade e modernização da infraestrutura logística do país, que é um dos principais desafios desse setor”, pontua Adriano Thiele, COO da JSL (Fone: 0800 019.5755). Segundo ele, é preciso mais investimentos em infraestrutura logística, desde a modernização dos portos e ferrovias, a melhoria da qualidade das nossas rodovias, até a renovação da frota de caminhões do país.
Marcus Vinicius Budel, diretor administrativo da Budel Transportes (Fone: 41 3256.8585), também diz que têm notado cada vez menos investimentos em terminais e portos. Com isso, cada vez menos eficientes. Os maiores investimentos são destinados a contêiner e produtos agrícolas. A dificuldade de mão de obra qualificada também presente no país dificulta muito uma especialização do setor. “Para vencer este desafio, no caso da nossa empresa, temos buscado cada vez mais investir nas pessoas. Ou seja, tentamos buscar pessoas com potenciais, porém pouco exploradas. As trazemos para um ambiente mais profissional e oferecemos a especialização necessária”, diz Marcus Vinicius.
Como se pode notar, a falta de infraestrutura logística e de investimentos adequados para explorar todo o potencial da cadeia do petroquímico são alguns dos grandes desafios. Mas há outros, agora apontados por André Luís Façanha, diretor-presidente do Grupo Toniato (Fone: 11 3478.0810): complexidade e burocracia ligada a licenciamentos e autorizações que oneram a cadeia e modelagem tributaria complexa, onerando custos logísticos. “Estes desafios podem ser vencidos com um governo forte, que considere como prioridade a agenda de reformas relevantes que equalize déficit fiscal, gerando caixa para investimentos. Tudo aliado a uma agenda positiva com foco no crescimento do país e na geração de empregos que, como consequência, melhorará a qualidade de vida dos brasileiros.”
E Robson Kowalczyk, engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho da Alfa Transportes EIRELI (Fone: 11 3561.5100), completa destacando a falta de atualização na legislação ambiental e uma legislação que favoreça o trabalho como desafios destes dois setores, os quais poderiam ser vencidos através de consultas públicas com os transportadores e análise de modelos usados por outros países.

Reflexos da economia
Kowalczyk também avalia os reflexos do atual momento político nestes dois segmentos, destacando que o transporte é sempre muito afetado pelo cenário político – se existe alguma indefinição na política, a indústria restringe a produção e, consecutivamente, o transporte é o setor que é diretamente afetado.
“O que nos deixa muito assustados é, ainda, a falta de impunidade da classe política brasileira. Hoje não sabemos qual a real ideologia dos políticos e partidos, pois trocam de partido como trocam de roupa. A insegurança política faz com que as pessoas não acreditem em investimentos futuros, tanto empresários locais quanto internacionais, causando um marasmo nos resultados a longo prazo”, aponta, agora, Marcus Vinicius, da Budel Transportes, sobre os reflexos do atual momento político nos segmentos.
De fato, o setor não é diferente dos demais, pois a química está por trás de tudo, logo, toda cadeia está muito afetada pela incerteza política, sobretudo neste período de eleições, onde tudo pode ocorrer. “O país precisa de um candidato responsável, íntegro, reformista, com bom alinhamento junto ao Congresso para poder seguir com a agenda de reformas, iniciando pela da Previdência. O mercado aguarda atento este desdobramento que poderá, se as expectativas forem correspondidas, destravar uma série de investimentos que contribuirão significativamente para a retomada da economia, impactando positivamente este segmento”, destaca Façanha, do Grupo Toniato.
E Thiele, da JSL, conclui esta análise com um foco semelhante ao dos demais participantes desta matéria especial. Vivenciamos, nos últimos anos, uma das maiores crises que já tivemos no país. Aliado a isso, estamos passando por um momento de muitas incertezas no âmbito da política e da economia. “Todo esse cenário de dúvidas e incertezas tem impactado em baixo investimento na maioria dos setores da economia”, completa o COO da JSL.

Investimentos
A despeito da situação econômica, repetidamente apontada nas colocações anteriores, os Operadores Logísticos e as transportadoras têm feito investimentos para atuação nestes dois segmentos?
Kowalczyk, da Alfa Transportes, destaca que a sua empresa investe constantemente na renovação de frota, qualificação dos profissionais e para manter as certificações que os diferencia no mercado atual.
“Dentro do nosso Estado somos uma, dentre poucas, que vem investindo forte nos últimos cinco anos. Lembro que isso se deve a um planejamento passado que está tendo resultados agora. Ampliamos nossos investimentos nos ramos de gases por exemplo, em todos os segmentos temos investindo entre 20 e 30 milhões de Reais por ano”, enfatiza Marcus Vinicius, da Budel Transportes.
Também se referindo à sua empresa, Façanha, do Grupo Toniato, diz que atuam há mais de 40 anos nestes segmentos, sendo responsáveis pela movimentação e logística das maiores indústrias químicas do setor. “Dada à característica das exigências aplicadas ao transporte, investimos anualmente uma parcela representativa para manter renovação da frota, treinamento das pessoas, armazéns, instalações e, sobretudo, tecnologia.”
E Thiele conclui dizendo que a JSL está sempre disposta a investir em projetos que estejam alinhados com sua missão e que contribuam para melhorar o resultado de seus clientes.
Avaliação do Prêmio Top do Transporte
Veja a seguir como os participantes desta matéria especial avaliam o Prêmio Top do Transporte – promovido pelas revistas Logweb e Frota&Cia – para este segmento.

“Avaliamos o Top do Transporte de forma bastante positiva, visto ser o principal Prêmio da categoria no país. É muito importante a empresa ser avaliada para saber se seus objetivos estão no caminho certo.”
Robson Kowalczyk, engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho da Alfa Transportes EIRELI

“O Prêmio é uma excelente iniciativa para reconhecer boas práticas de empresas que atuam em um mercado altamente especializado e de risco elevado.”
André Luís Façanha, diretor-presidente do Grupo Toniato

“O que deixa o Prêmio Top Transporte ainda mais especial é que, de acordo com sua metodologia, apresenta um reconhecimento dos próprios clientes.”
Adriano Thiele, COO da JSL

Veja mais “Logística Setorial” na revista impressa Logweb 193.
www.logweb.com.br

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