A primeira locomotiva a gás do Brasil é testada
Vale (Fone: 21 3814.4360), segunda maior mineradora diversificada do mundo em valor de mercado e líder mundial em produção e exportação de minério de ferro, acaba de lançar o “Trem Bicombustível” ou “Trem Verde”, que se utiliza da mistura de gás natural e diesel para movimentar suas locomotivas.
O projeto, inédito no Brasil, está em fase de testes na EFVM – Estrada de Ferro Vitória a Minas, uma das mais produtivas e eficientes do mundo, de acordo com a Vale. Durante o período serão utilizadas diferentes concentrações de gás, que variam de 50 a 70%.
O investimento nesta fase de testes totaliza R$ 2.4 milhões e, segundo a assessoria de imprensa da empresa, ainda não é possível mensurar qual será o retorno alcançado, embora as expectativas sejam boas. “Caso os testes sejam satisfatórios, a Vale pretende implantar o ‘Trem Verde’ em toda a frota da Estrada de Ferro Vitória a Minas e EFC – Estrada de Ferro Carajás. O investimento na implantação da frota da Vitória a Minas pode chegar a R$ 460 milhões”, divulga a assessoria de imprensa da Vale.
Além do novo combustível, a tecnologia ECP de freios eletropneumáticos também contribui para reduzir a emissão de poluentes na atmosfera. Conforme explica a assessoria, esta tecnologia é composta por dispositivos que facilitam o controle de velocidade e a rápida atuação dos freios em todos os vagões de uma composição, possibilitando ao operador melhor controle do trem. “Os freios eletropneumáticos contribuem diretamente para ganhos de eficiência energética, garantindo economia de cerca de 5% no consumo de combustível”, revela.
Segundo a empresa, a conversão dos motores das locomotivas para o gás natural permitirá a redução das emissões de CO2 na atmosfera, provenientes da queima de combustíveis. “Estima-se que, com o uso futuro de gás nas locomotivas das ferrovias EFVM e EFC, deixarão de ser emitidas 73 mil toneladas de CO2 equivalentes na atmosfera por ano”, prevê a companhia, apontando que este número corresponde ao sequestro de CO2 do reflorestamento de mais de 155 hectares de mata nativa e equivale à emissão de uma cidade não industrializada de aproximadamente nove mil habitantes.
A companhia destaca, ainda, que com a utilização de gás natural nas locomotivas conseguirá evitar uma quantidade de CO2 superior ao que deixou de ser emitido por toda a empresa com o uso das misturas de biodiesel B2 e B3 (71 mil toneladas) em 2008, em locomotivas, caminhões fora-de-estrada e na geração elétrica. “Em janeiro de 2007, a Vale antecipou-se à Lei Federal 11.907/05 e passou a utilizar o B2 (mistura de 2% de biodiesel e 98% de diesel comum). Em julho de 2008, substituiu o B2 pelo B3 (3% biodiesel e 97% diesel comum).”
A primeira viagem do “Trem Verde” foi feita em dezembro no último ano. De acordo com a Vale, na ocasião, o motor de uma locomotiva modelo BB36 foi convertido para gás natural e a composição circulou com 168 vagões na malha da EFVM. “Os investimentos da Vale nos novos motores a gás natural estão alinhados à estratégia da empresa de investir no mercado de gás, por meio da aquisição de participações em blocos exploratórios, ampliando seu consumo e as opções de geração energética”, explica a assessoria de imprensa.
Também segundo a assessoria, desde 2007 a Vale investe em participações em consórcios para exploração de gás natural nas bacias sedimentares brasileiras. “A empresa já construiu um portfólio composto por 17 blocos. Em novembro de 2008, a Vale adquiriu a PGT – Petroleum Geoscience Technology, empresa especializada em exploração e produção de petróleo e gás.”