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Conteúdo 7 de novembro de 2008

Amsted Maxion diversifica produção

A Amsted Maxion, maior fabricante de vagões ferroviários do país, apresenta hoje, no condomínio industrial da empresa em Hortolândia (SP), o protótipo de uma locomotiva diesel-hidráulica aplicada a operações de manobras em pátios de ferrovias. O evento é simbólico do processo de diversificação produtiva pelo qual passa a companhia. O lançamento da locomotiva busca reduzir a dependência da produção de vagões, um mercado volátil, e garantir maior estabilidade ao negócio da empresa, uma joint venture entre a Iochpe Maxion e a Amsted Industries.

O esforço de diversificação coincide com a crise financeira mundial e faz a empresa considerar estratégias de crescimento fora do segmento ferroviário. Uma possibilidade é voltar a produzir caçambas de aço fundido para caminhões fora de estrada, como já fez no passado para o setor de mineração. A companhia também começa a fazer reforma de vagões ferroviários, segmento no qual acredita haver grande potencial: a estimativa é de que existam hoje 93 mil vagões no país com idade média de 30 anos, dos quais 10 mil estariam parados.

De forma simultânea, a Amsted Maxion anuncia o lançamento de equipamentos para vagões no mercado brasileiro. Um deles é um sistema de monitoramento inteligente desenvolvido pela Amsted. O sistema utiliza comunicação via satélite e permite monitorar à distância o funcionamento do vagão. O outro produto lançado pela companhia é um novo aparelho que faz o amortecimento dos vagões nas operações de tração e freada. Conhecido como aparelho de choque e tração, o equipamento anula as folgas entre os vagões e diminui a força nos engates nas operações do trem.

Mas a vedete na estratégia de diversificação da empresa é a locomotiva diesel-hidráulica DH-10. O novo presidente da Amsted Maxion, Ricardo Chuahy, diz que o plano da empresa é produzir entre 30 a 35 unidades da locomotiva por ano a partir de 2010. O protótipo que será apresentado hoje a convidados será colocado em operação em uma ferrovia não revelada pelo executivo. "Estamos em conversas com várias operadoras (ferroviárias) para colocar a locomotiva em funcionamento", disse o presidente da companhia. A locomotiva também poderá ser utilizada em funções específicas em portos, cimenteiras, siderúrgicas e operadoras logísticas.

Com valor de venda de US$ 1,5 milhão, a locomotiva será produzida no complexo industrial de Hortolândia, onde a fábrica de vagões da Amsted Maxion tem capacidade de produzir 15 mil unidades por ano. Em 2008, a produção de vagões da empresa deverá ficar em 4,6 mil unidades. O protótipo da locomotiva foi produzido utilizando parte da linha de vagões. Segundo Chuahy, a empresa procurou potenciais usuários, desenvolveu o projeto e fez acordos com fornecedores.

A Voith forneceu a transmissão, a MTU entrou com o motor diesel e a Knorr-Bremse com o sistema de freios. A máquina será produzida com potência entre 700 HPs e 2 mil HPs, podendo atender ferrovias não especializadas no transporte de cargas pesadas, como o minério de ferro. Entre os potenciais usuários estariam ALL, CFN e CFA.

As outras duas unidades industriais da Amsted Maxion, em Cruzeiro e Osasco, ambas em São Paulo, têm capacidade conjunta de processar cerca de 120 mil toneladas de aço fundido por ano. Hoje utilizam 70% da capacidade. A unidade de Cruzeiro produz rodas ferroviárias e fundidos industriais para fabricantes de máquinas rodoviárias. Já a fábrica de Osasco faz fundidos ferroviários como trucks de vagões. Se em função da crise financeira houver queda de demanda de fundidos ferroviários, a unidade de Osasco tem capacidade de oferecer produtos a clientes industriais, entre os quais as caçambas para caminhões fora de estrada.

Fonte: Revista Ferroviária

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