Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 29 de dezembro de 2008

Ano de sustos e prejuízos na bolsa

A chuva de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em 2006 e 2007 trazia perspectivas animadoras para empresas, que teriam boas chances de conseguir recursos, e para investidores, que apostavam na disparada do preço das novatas. Mas 2008 chegou e com ele, a crise do subprime (segmento de hipotecas de alto risco norte-americano) e do mercado financeiro internacional. As ações dessas companhias então se mostraram verdadeiros micos. A queda de algumas delas passou de 80% e, na média, 52% até o final de novembro.

Há duas razões para o problema da queda nos papéis das novas empresas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A primeira é que a liqüidez internacional acabou e quem precisou tirar dinheiro do mercado optou por fazê-lo com os papéis desconhecidos. A segunda razão foi a projeção dada pelo mercado a essas empresas, de maneira geral superestimada. "A euforia dos últimos cinco anos comprometeu a análise dos papéis. Ações foram lançadas com preços absurdos e agora é a hora de enxugar essa gordura", diz o estrategista de investimento do private banking do Santander, Odair Abate. Um exemplo são as companhias do setor imobiliário.

Com o crescimento da economia real, esperava-se que a expansão das construções continuasse a passos largos e as empresas foram superavaliadas. Por sua vez, essas companhias saíram comprando terreno e se endividaram para construir novos empreendimentos. "O problema é que agora elas não têm dinheiro e têm muitos compromissos com o mercado", diz Abate. As ações da Inpar, por exemplo, caíram 90,24% neste ano. Da Tenda, 89,56% e da EZTEC, 92,27% até novembro.

Mas não foram só as novatas da construção civil sofreram com a desvalorização de seus papéis. A rede de lojas Marisa, por exemplo, registrou perda de 71%; e as escolas Droton e SEB perderam, respectivamente, 69,36% e 73,94%. "Essa crise mexeu com o psicológico do investidor porque não se tinha uma razão momentânea para ela existir ,como a falta de uma commodity ou o preço do petróleo, e não se sabe a dimensão que ela vai tomar. Na dúvida, foram vendidos os papéis das empresas que não se tinha conhecimento do histórico", diz Abate.

 

 

Fonte: Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br

Enersys
Savoy
Retrak
postal