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Conteúdo 18 de setembro de 2007

Armazéns gerais exercem importante papel na logística

Esta observação ocorre, principalmente, se considerarmos os problemas atuais de caos aéreos e o previsto apagão logístico. Mas, na verdade, desde 1903 eles vêm atuando como “pulmão” para diversos tipos de carga.

Amparados pelo Decreto 1.102, de 21 de novembro de 1903, os armazéns gerais têm como principal característica a guarda e conservação das mercadorias a eles confiadas, além da emissão de títulos que os representam: conhecimento de depósito e warrant. E, já que operam com mercadorias de terceiros, nacionais ou nacionalizadas, para simples armazenagem e movimentação, os armazéns gerais exercem importante papel dentro da logística. Principalmente no contexto atual, com os problemas de caos aéreo e o previsto apagão logístico.

Para Edson Depolito, diretor comercial da Brucai Logística (Fone: 11 3658.7288), com a previsão do apagão logístico, as empresas mais organizadas acabarão por montar planos estratégicos que foquem um estoque e segurança maior, tanto nas suas estruturas de produção (matéria-prima), como nas suas estruturas de estoques para vendas de produtos acabados e, assim, normalmente os estoques terão agora uma tendência a subir, de forma que garantam que não haja qualquer impedimento à produção ou mesmo na alimentação do mercado. “Neste momento, a figura do armazém geral é o apoio de conveniência, evitando expandir áreas próprias das empresas usuárias, que se obrigariam a investimentos e energias consideráveis para uma utilização por tempo incerto”, avalia.

Ainda segundo Depolito, o caos aéreo poderá vir a impactar eventual modificação no comportamento de algumas poucas “cargas especificas” que normalmente, pelo seu “alto valor agregado”, utilizam o modal aéreo para suprimento do mercado, mas, de forma geral, não são, na visão da Brucai, comprometedores a ponto de desequilibrar o setor de armazéns gerais ou ampliar qualquer demanda significativa a nível de espaços de armazenagem.

“Sem dúvida, os armazéns gerais têm papel fundamental na cadeia logística do país. Além de contarem com total estrutura operacional, têm um core business expertise da movimentação e guarda de mercadorias, deixando para seus clientes a preocupação com sua função principal, seja ela industrial ou comercial. No atual momento prestam-se a ‘pulmões’ das empresas na armazenagem de matérias-primas e produtos acabados”, avalia, por sua vez, Nivaldo Tuba, diretor da Columbia (Fone: 11 3305.9999).

Adriano Braga de Albuquerque, gerente comercial/operacional da Grumey Armazéns Gerais Guardatudo (Fone: 21 2589.0355), também chama o armazém geral de “pulmão” e aponta que ele é, sem dúvida, o grande aliado no cenário logístico atual.

Segundo Albuquerque, o armazém geral vem servindo como um “braço” para empresas localizadas em outros estados ou municípios, como também como base de apoio a empresas de transporte que necessitem armazenar suas cargas utilizando os mais variados serviços de movimentação de mercadorias com toda segurança.

“Isso já vem ocorrendo independente do caos aéreo ou do sempre existente apagão logístico, dada a distância entre cidades, como, também, principalmente, aos modais e às condições de utilização destes. A precariedade e a degradação de nossos portos e rodovias fizeram com que grandes empresas se utilizassem de ‘pulmões’, a fim de garantir sempre um estoque regulador em determinados centros, assegurando aos seus clientes uma pronta entrega de seus pedidos. Esses ‘pulmões’ respondem por armazéns gerais”, diz o gerente da Grumey.

Samir Ferreira de Carvalho, gerente do armazém da Carvalhão (Fone: 21 2775.1747), também concorda que o armazém geral funciona como um pulmão para dar uniformidade e continuidade ao abastecimento de matéria-prima, componentes e produtos acabados demandados pelo cliente. Ou seja, sua importância é prover um fluxo eficiente de materiais ao longo de toda a cadeia de abastecimento.

“Se a previsão do apagão aéreo se concretizar, as empresas precisarão aumentar o seu nível de estoque e, consequentemente, a área de armazenagem para compensar a ineficiência do transporte e, assim, evitar a falta do produto para o cliente final. Nesse contexto, caso a empresa não possua área para alocação desse estoque, a mesma deve tomar a decisão entre armazenagem própria e terceirizada. Em tempos de caos aéreo e apagão logístico, a opção de possuir um estoque mais próximo ao cliente deve ser considerada para manter nível de serviço, evitando a falta de produto por estas oscilações na logística”, diz Carvalho.

Ele também aponta as vantagens de terceirização da armazenagem: transformar os custos fixos que existem na armazenagem própria em custos variáveis, quando é contratado um armazém geral; foco no core business; rateio dos custos operacionais com outras empresas; desmobilização dos ativos, melhorando o fluxo de caixa; aumento de produtividade e a redução de perdas, na maioria dos casos.

“Atualmente, os armazéns gerais podem oferecer auxílio logístico principalmente na questão armazenagem. Armazéns que possam operar junto a grandes centros urbanos (maior consumo) são fundamentais no momento oportuno da distribuição das mercadorias. O baixo custo, se comparado a aluguéis praticados por locais mais centrais, é outro aspecto relevante. A especificidade das operações oferece maior eficiência e se-gurança na guarda de produtos”, completa Emir Francisco Benelli, gerente da Banrisul Armazéns Gerais (Fone: 51 34771144).

Tendências

Diante do exposto, quais são as tendências nesta área?
Marcos Oliveira, gerente co-mercial, e André Ricardo, gerente operacional, ambos da Armazena (Fone:11 4771.15 64), consideram que a renovação da frota terrestre e o incentivo destinado a ferrovias e hidrovias farão a necessidade de novos centros de apoio logístico uma realidade a curto prazo.

“Existe uma tendência ao crescimento pela agilidade, menor custo e também por suprir a falta de opções em terminais aéreos”, aponta Benelli, da Banrisul. Depolito, da Brucai Logística, é mais objetivo. Segundo ele, as tendências apontam para ampliação, com crescimento estimado em 30% para os próximos meses, considerando-se também o maior volume comercial que existe a nível geral no segundo semestre, período de final de ano, custo do dinheiro atual, etc., que, de certa forma, já contribuem para demarcar uma linha ascendente.

“De fato, a tendência é de grande crescimento dos armazéns gerais, pois trazem racionalização operacional, redução dos custos de armazenagem e a possibilidade de uma empresa manter seus produtos dentro das áreas de demanda, independente do local de produção”, declara Tuba, da Columbia.

Carvalho, da Carvalhão, pondera que, menos dispostos a carregar estoques, os clientes procuram fazer pedidos cada vez menores e com a maior freqüência, forçando o estoque para trás na cadeia de suprimentos. A redução do tamanho do pedido aumenta a demanda pelas operações de picking, que possui uma complexidade maior.

“Além disso, por estarem trabalhando com estoque mais baixos, os clientes demandam menores tempos de respostas de seus fornecedores, aumentando a pressão de agilidade e confiabilidade no armazém ou centro de distribuição. Outros fatores como redução do ciclo de vida do produto, aumento de SKUs e tolerância zero para erros impulsionam o aumento da demanda de empresas especializadas no serviço de armazenagem”, acrescenta o gerente da Carvalhão.

Já Albuquerque, da Grumey, destaca que as principais tendências neste contexto, a seu modo de ver, são as empresas buscarem muito mais parceiros, como os armazéns gerais. “Poucos são os segmentos que transmitem tanta confiança. Podemos citar, sem o menor receio, que todas as empresas nacionais ou multinacionais, além de todos aqueles que um dia precisaram de espaço, buscaram informações, pesquisaram preços e visitaram um armazém geral. Somos, sem dúvida, o principal elo entre a fábrica e o cliente, seja ele final ou não, a solução emergencial quando de uma produção ou importação acima da demanda, excedentes também no campo ou na fábric

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