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Entrevista 30 de junho de 2022

Automação de armazéns: como ficam as empilhadeiras? Representantes da KION e da Toyota respondem

Com os armazéns cada vez mais automatizados, como ficam as operações com as empilhadeiras? E o papel dos operadores destas máquinas na automação?

Estas e outras perguntas são respondidas por dois representantes de importantes fabricantes de empilhadeiras instalados no mercado brasileiro: Marcos Galvão, especialista em soluções Mobile Automation da KION South America, e Sandro Gianello, gerente de Marketing da Toyota Material Handling Mercosur – Toyota Empilhadeiras. Veja a seguir esta interessante abordagem.

Qual é o papel das empilhadeiras na automação dos armazéns? Onde (setores) elas se encaixam?

Galvão, da KION South America: O papel de empilhadeiras autônomas, ou melhor, AGVs (Automated Guided Vehicle), é garantir maior segurança ao processo, tanto para os bens materiais, quanto pessoal, maior produtividade, flexibilidade, rastreabilidade de processo, menor desgaste do equipamento, entre outros benefícios.

Gianello, da Toyota Empilhadeiras: As empilhadeiras, atualmente, tamanha é a tecnologia embarcada para o aumento de eficiência, quanto a sofisticação da conectividade e da interatividade, estão cada vez mais próximas e até mesmo integradas à automação e à tecnologia de ponta cada vez mais presente nos sistemas automatizados de movimentação e armazenagem de materiais.

Qual é o papel do operador de empilhadeira na automação? Fará parte do processo? Será realocado?

Galvão, da KION South America: Falando sobre o papel dos operadores, no que concerne à automação das empilhadeiras, eles estarão livres para exercer outras atividades e, com o treinamento adequado, até mesmo suportar o time de manutenção na solução de problemas de baixa complexidade que venham a ocorrer com os veículos autônomos (AGV). Automação de processos não visa gerar desemprego, mas, sim, otimizar o emprego da mão de obra e aumentar a segurança, tanto pessoal quanto material.

Gianello, da Toyota Empilhadeiras: Obviamente, à medida que a aplicação da automação avança, o emprego de mão de obra humana direta para a realização de tarefas repetitivas vai sendo absorvido em menores quantidades. Entretanto, nenhuma automação funciona totalmente sem a intervenção, os ajustes ou mesmo a supervisão humana direta. A ideia é seguir qualificando a mão de obra direta da logística para que ocupem tarefas cada vez mais intelectuais e, assim, permitam que a automação em si funcione bem e cumpra adequadamente seu papel.

Como é feita a automação da operação? Que programas (softwares) e sistemas são usados?

Galvão, da KION South America: A automação de uma operação começa por um detalhado estudo de caso, onde será verificada a viabilidade do projeto, por meio da análise de vários dados colhidos junto ao cliente. Após esse passo será a vez de desenhar a melhor solução em termos do AGV a ser adotado. Depois vem a fase de implementação do sistema como um todo, e claro, por trás disso há a necessidade da adoção de um software de alto nível para controlar a frota de veículos autônomos (AGV), fazer a interface entre um WMS (Warehouse Management System), gerar relatórios de performance, etc. E nós do grupo KION desenvolvemos esta ferramenta crucial ao funcionamento deste sistema, através de um software robusto e versátil, que supera as expectativas dos nossos clientes.

Gianello, da Toyota Empilhadeiras: A automação de uma operação inevitavelmente passa por uma criteriosa análise das rotinas mais comuns e dos fluxos de bens e mercadorias. Tudo o que pode ser submetido a um determinado padrão previsível de comando e controle é levado em consideração para ser automatizado. Os sistemas e softwares usados para estas funções são, em sua maioria, dedicados e ajustados de forma totalmente customizada para que as atividades sejam realizadas exatamente como se espera dentro da rotina e dos fluxos da movimentação e do armazenamento dos materiais.

Quais os problemas na automação da operação das empilhadeiras? Como podem ser solucionados?

Galvão, da KION South America: Em termos de problemas que podemos enumerar na adoção de soluções autônomas nas operações, os mais importantes são: 1°) Atender a 100% das expectativas dos nossos clientes, pois, muitas vezes, cria-se uma expectativa de que não há limitações em um sistema de movimentação autônoma e que tudo é possível. 2°) Como, na maioria das vezes, as adoções de operações autônomas ocorrem em áreas mistas, ou seja, os AGVs precisam coexistir em harmonia com pessoas e outros veículos tripulados, há uma curva de aprendizado, onde se enfrenta muita resistência num primeiro momento por parte das pessoas: Isso é seguro? Ele vai me atropelar? Vou perder meu emprego? 3°) Existe um grande desafio no desenvolvimento da solução, pois muitos armazéns possuem estruturas de armazenagem que nem sempre atendem às normas para operação automática.

Gianello, da Toyota Empilhadeiras: Os principais problemas que circundam tudo que é automatizado, normalmente, são as mudanças ao longo do caminho. Quanto menos existe a interferência humana e mais se automatiza de ponta a ponta um processo, mais se padroniza e, de se certa forma, se “engessa” o que poderia ser facilmente decidido ou mesmo passar por uma rápida decisão humana. Os softwares que cercam as possibilidades e a análise combinatória das situações seguem avançando, entretanto ainda estão bastante longe do que representa um ser humano.

Que cuidados são necessários quando se adota a automação das empilhadeiras, já que não há operador?

Galvão, da KION South America: Em termos de cuidados, acredito que o maior deles seja o treinamento de todo o time que deverá coabitar na mesma área onde está sendo implementada a solução autônoma, pois os nossos AGVs são extremamente seguros e atendem todas as normas vigentes no país referentes este tipo produto. Evoluímos muito neste quesito e continuamos, segurança é prioridade número um para nós.

Gianello, da Toyota Empilhadeiras: Os cuidados mais importantes certamente são em relação à segurança. Os equipamentos são preparados com sistemas cada vez mais sensíveis e apropriados com a presença humana e a prevenção de situações indesejadas, tais como: erros de operação, impactos, esmagamentos etc., entretanto, é indispensável que o ambiente de operação das máquinas seja minuciosamente pensado, preparado e sinalizado para as máquinas conviverem pacificamente com as pessoas, bem como executarem ações rápidas de frenagem e desvios, principalmente.

Quais outros equipamentos trabalham juntamente com as empilhadeiras, quando automatizamos o armazém? Quais as funções na cadeia dentro do armazém?

Galvão, da KION South America: Dentre eles posso citar os AMRs (Autonomous Mobile Robots), uma evolução dos AGVs, Sorters, transportadores, armazéns verticais automatizados, máquinas de shrink, etc.

Gianello, da Toyota Empilhadeiras: De uma maneira geral, equipamentos operados por pessoas costumam trabalhar bastante próximos da operação autônoma, isso quando não fazem parte dela ou mesmo se complementam. A interação humana ainda é indispensável para que algo se movimente e seja armazenado, se considerarmos o processo de ponta a ponta. Também temos situações em que a fórmula ideal da automação não engloba toda a operação, portanto, por exemplo, podemos ter automação no processo de deslocamentos horizontais e até mesmo na armazenagem vertical, mas não no picking. Varia muito de caso a caso.

Qual o tempo de retorno do investimento na automação de um armazém, considerando o uso da empilhadeira?

Galvão, da KION South America:  O tempo de retorno do investimento neste tipo de automação é algo que varia muito em função de quantidade de AGVs, complexidade do sistema, ambiente de operação, turnos de trabalho e outras variáveis. Requer uma análise caso a caso.

Gianello, da Toyota Empilhadeiras: Depende da amplitude de aplicação da automação, do produto e do volume, da economia que se tem evitando perdas e retrabalhos. Em geral, os pay-backs giram em torno dos 5 anos, podendo até ser encurtados por conta de ganhos indiretos trazidos pela automação, como, por exemplo, evitar os grandes prejuízos de uma operação delicada parada por intenção humana, fatores complicadores do emprego de operadores em ambientes insalubres, entre outros.

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