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Conteúdo 30 de dezembro de 2008

Automação e manutenção de máquinas ignoram a crise

O setor de automação industrial e de modernização de equipamento, os chamados retrofits, não sentiu tanto os impactos da crise financeira mundial, que afetou diretamente outros setores da indústria. Desde setembro, as empresas que atuam nesse mercado têm registrado um movimento dentro das expectativas. A razão é que o momento em que crise começou coincidiu com a época em que as empresas, pelo menos no Brasil, estão em redução do ritmo de produção.

Com isso, o setor de automação mantém a previsão de crescimento. Segundo números da ISA América do Sul, sociedade sem fins lucrativos que dá suporte ao setor de automação industrial, no Brasil, a expectativa de aumento das vendas está entre 10% e 15% em relação a 2007, quando o faturamento das empresas alcançou US$ 1,5 bilhão. Porém, em 2009 é possível que ocorra uma retração com a postergação de novos investimentos, até meados do ano.

Para o vice-presidente da entidade, Marcus Coester, se essa crise chegasse três meses antes a economia passaria pelo que classificou de "um verdadeiro desastre", pois nesse período há o pico de atividade no ano, em função do inicio da produção para o segundo semestre para atender a demanda de datas festivas, como o dia das crianças e o Natal.

"Essa crise pode até mostrar seus efeitos positivos para a automação industrial", afirmou Coester. "A indústria nacional estava com a sua capacidade esgotada há tempos, não havia mais equipamentos no mercado. O que víamos era fila de espera que poderia chegar a dois anos", exemplificou o vice-presidente da entidade.

Outro fator apontado por Coester é a falta de profissionais no mercado. Ele aposta que após a crise a disponibilidade de mão de obra e de equipamentos chegue a um equilíbrio mais saudável para a economia. Entre os aspectos, ele cita o preço inflacionado do aço, durante o ano de 2008.

"Contudo, em função desses fatores, acho que ainda é cedo para avaliar o impacto da conjuntura econômica no ano que vem", disse Coester. "O ponto da crise aconteceu há pouco e o ciclo de investimento em retrofits é longo, por isso é difícil associar. São projetos demorados", ponderou ele.

Produtividade

Para a alemã Siemens, há o registro de muitas empresas investindo em processo de modernização, principalmente aquelas que anunciaram paradas de produção, como no setor de mineração.

Segundo o diretor geral do Setor Indústria da Siemens, Raul Freitas, o objetivo é o de atualizar o maquinário que está parado, e desse modo, aproveitar a oportunidade para melhorar a competitividade e a produtividade nessas plantas.

"Essas empresas querem estar bem posicionadas assim que a economia reaquecer e houver a retomada da demanda", explicou Freitas, sem revelar quais são as empresas. A afirmação vem ao encontro do que o presidente da Vale, Roger Agnelli, disse em outra oportunidade, que a mineradora trabalhava acima de sua capacidade para poder atender ao mercado, principalmente, a China.

Na SEW, outra gigante do setor, a percepção quanto ao aumento de pedidos de retrofit se confirma. Segundo o supervisor Luiz Carlos Guvasta, a empresa está aproveitando o período de férias coletivas de uma empresa automobilística para implantar novo sistema em uma fábrica localizada na região do Grande ABC, em São Paulo, que aumentará a produção diária de 52 para 60 veículos por hora.

Outro exemplo citado por ele é uma empresa no Vale do Paraíba, de outro setor, que também aproveitou o período para implantar novos sistemas.

Com tudo isso, diz a assessoria de imprensa, a SEW, mesmo com a crise financeira, mantém o ritmo de trabalho, tanto que no Brasil não haverá férias coletivas e a meta definida para 2008 será alcançada. A empresa criou até um terceiro turno para atender a demanda pelos produtos.

Por outro lado, o gerente de desenvolvimento de negócios de automação da Asea Brown Bovery (ABB), Andres Sancho diz que a empresa não sentiu essa alteração nos negócios. Essa também foi a percepção da Weg. Segundo o presidente da empresa, Harry Schmelzer Jr., não foi notado nenhum movimento que indicasse mais consultas para a realização desse trabalho nos clientes da empresa brasileira.

Planejamento

Desenvolver um plano de modernização depende de um planejamento que leva, dependendo da necessidade da empresa, de três a seis meses. Sancho, da ABB, explica que há dois cenários em que o cliente procura esse "produto".

Um deles é quando a empresa busca aumento de produção. Nesse cenário já existe a base para o projeto, que pode se tornar mais rápido pois envolve troca de sistema, geralmente com motores mais potentes, tudo para aumentar a velocidade de operação.

O segundo caso é quando os equipamentos da planta já estão obsoletos e precisam ser atualizados. Em média, o final desse ciclo de vida útil acontece a cada 10 ou 15 anos, de acordo com o tipo de indústria e do produto que é fabricado.

Segundo Sancho, um retrofit não pode ser implantado em um período de férias coletivas. "Essa atividade é quase um projeto novo. Nessa época, as empresas buscam equipamentos extras para não ocorrerem paradas inesperadas", explicou ele.

 

 

Fonte: PortoGente – www.portogente.com.br

 

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