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Conteúdo 31 de dezembro de 2002

Baterias com agito de eletrólito apresentam vantagens

Em relação às tradicionais baterias, as dotadas de sistema de agito de eletrólito apresentam algumas vantagens. Quem as aponta é Wagner Brozinga, gerente de vendas nacional da Invensys Energy Systems South America (Saturnia), empresa que possui esta tecnologia aproximadamente há oito anos, através da Varta Europe. “Na Europa, esta tecnologia é utilizada há mais de 10 anos, e aqui no Brasil já temos operando há mais de seis anos”, diz ele.

O processo

Explicando o funcionamento das baterias com agito de eletrólito, Brozinga diz que, nas convencionais, durante o processo de descarga, ocorrem as seguintes reações químicas: PbO2 + Pb + 2H2SO4 => 2PbSO4 + 2H2O. “Observa-se que o ácido sulfúrico é, portanto, consumido na descarga, ficando agregado quimicamente às placas, diminuindo a densidade do eletrólito”, explica o gerente de vendas.
Falando do processo, ele informa que o ácido sulfúrico é dissociado durante a descarga em “2H+” e “SO4”. O “H+” passa na direção da corrente para a placa positiva, e combina com o oxigênio do “PbO2”, formando água “H20”. O “SO4” reage com o “Pb” liberado da placa positiva e, também, com o “Pb” da placa negativa, formando “PbSO4” em ambas as placas durante a descarga.
“Quando as placas estiverem saturadas de sulfato de chumbo ‘PbSO4’ não fluirá mais corrente entre elas, e a descarga estará terminada. Após a descarga, a bateria deverá repousar por um período mínimo de 4 horas para sua temperatura chegar próxima à do ambiente”, informa Brozinga.
Em seguida, ele explica a carga aonde ocorre a reação inversa, ou seja:

2PbSO4 + 2H20 => PbO2 + Pb + 2H2SO4.

“Portanto, percebemos que neste processo químico o acido sulfúrico do eletrólito, o dióxido de chumbo na placa positiva e o chumbo esponjoso da placa negativa estão sendo regenerados.”
Ainda de acordo com o gerente de vendas da Invensys, os gases hidrogênio e oxigênio são desprendidos das placas negativas e positivas, respectivamente, sendo mais acentuados no final da carga, ou seja, quando a bateria já atingiu a tensão de 2,40 V.P.E. Após 2,33 V.P.E, a liberação de gases é maior, fazendo com que o eletrólito borbulhe, recebendo o nome de gaseificação.
Isto é resultado da decomposição da água por excesso de corrente não utilizada para decompor o sulfato das placas. “A gaseificação tem o efeito de homogeneizar o eletrólito, que tem o ácido com densidade maior no fundo do vaso e densidade menor nos níveis superiores dos elementos”, informa Brozinga, acrescentando que, após esta carga, a bateria deverá sofrer um repouso de 4 horas para sua temperatura chegar próxima do ambiente.

Particularidades

Nas baterias com sistema de agitação de eletrólito, segundo o gerente de vendas, os carregadores possuem uma bomba de ar comprimido com vazão determinada, conforme a bateria e aprovado na fábrica, o qual determina a melhor forma desta recarga.
“Com a mais avançada tecnologia do sistema de agitação do eletrólito, o processo eletroquímico da recarga é acelerado em 30% pela vazão do ar comprimido, que é recebido do carregador (com isto, a energia elétrica consumida nos carregadores também é reduzida em 30%). Sendo assim, fica extinto o repouso antes da recarga e após.”
Brozinga salienta que, com a tecnologia do agito de eletrólito há um ganho em resfriamento automático da bateria, uma vez que o eletrólito fica circulando em todo o momento da recarga, se homogeneizando constantemente com a água.
Ele informa que, com a homogeneização eletrolítica fica extinta a estratificação do acido ocasionado pela adição de água após a carga, ou seja, as densidades passam a ser única tanto na parte inferior quanto na superior.
“O consumo de água também é reduzido com a tecnologia de agito de eletrólito, uma vez que a temperatura é reduzida e temos maior controle. Como a temperatura excessiva neste processo é muito menor e com a nossa tecnologia a desagregação do óxido de chumbo é muito menor, há um aumento da vida útil da bateria”, diz.
Ele também informa que, a cada 5o C superior a 45o C (temperatura de referencia na recarga) que a bateria trabalha, sua vida útil é reduzida em 50%, ou seja, se a mesma trabalhar ou recarregar com temperaturas excessivas à de referencia e as que constam em nosso manual técnico, o ácido fica mais concentrado, aumentando o processo de decomposição das placas.

Vantagens

Na bateria convencional é preciso respeitar um repouso inicial e, no final de carga, mais duas a quatro horas, pois a energia dissipa calor e é necessário repousar a bateria, a fim de que esta temperatura em excesso chegue próxima à do ambiente. Segundo o gerente da vendas da Invensys, também é preciso respeitar a hora exata para reabastecer de água destilada, ou seja, aproximadamente 90 % da recarga “No sistema com agito de eletrólito não há necessidade deste repouso, pois temos uma ventilação forçada pela bomba de ar do carregador. Com isto há economia de energia e ganho em autonomia, pois a carga é reduzida em aproximadamente 30%, uma vez que a reação química é acelerada pela homogeneização do acido. Também há economia de espaço físico na sala de carga de baterias, pois o startup e muito menor, e redução da fadiga do operador da sala de carga, pois ele irá fazer menos trocas.”
Por último, o gerente de vendas aponta algumas das vantagens das baterias com agito de eletrólito:

– Não exigem repouso inicial para carga, pois a bomba do carregador envia ar comprimido para o interior da bateria;
– Não exigem repouso após a recarga, pois têm homogeneização do eletrólito imediata e temperatura reduzida;
– Menor consumo de água;
– Prolongada vida útil, já que a temperatura da recarga é reduzida;
– Maior aproveitamento da capacidade, pois a homogeneização do eletrólito é imediata;
– Maior controle da temperatura, pois o agito de eletrólito faz com que a bateria se auto-refrigere.
– Maior autonomia, pois não existe estratificação do eletrólito.

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