Baterias com agito de eletrólito apresentam vantagens
Em relação às tradicionais baterias, as dotadas de sistema de agito de eletrólito apresentam algumas vantagens. Quem as aponta é Wagner Brozinga, gerente de vendas nacional da Invensys Energy Systems South America (Saturnia), empresa que possui esta tecnologia aproximadamente há oito anos, através da Varta Europe. “Na Europa, esta tecnologia é utilizada há mais de 10 anos, e aqui no Brasil já temos operando há mais de seis anos”, diz ele.
O processo
Explicando o funcionamento das baterias com agito de eletrólito, Brozinga diz que, nas convencionais, durante o processo de descarga, ocorrem as seguintes reações químicas: PbO2 + Pb + 2H2SO4 => 2PbSO4 + 2H2O. “Observa-se que o ácido sulfúrico é, portanto, consumido na descarga, ficando agregado quimicamente às placas, diminuindo a densidade do eletrólito”, explica o gerente de vendas.
Falando do processo, ele informa que o ácido sulfúrico é dissociado durante a descarga em “2H+” e “SO4”. O “H+” passa na direção da corrente para a placa positiva, e combina com o oxigênio do “PbO2”, formando água “H20”. O “SO4” reage com o “Pb” liberado da placa positiva e, também, com o “Pb” da placa negativa, formando “PbSO4” em ambas as placas durante a descarga.
“Quando as placas estiverem saturadas de sulfato de chumbo ‘PbSO4’ não fluirá mais corrente entre elas, e a descarga estará terminada. Após a descarga, a bateria deverá repousar por um período mínimo de 4 horas para sua temperatura chegar próxima à do ambiente”, informa Brozinga.
Em seguida, ele explica a carga aonde ocorre a reação inversa, ou seja:
2PbSO4 + 2H20 => PbO2 + Pb + 2H2SO4.
“Portanto, percebemos que neste processo químico o acido sulfúrico do eletrólito, o dióxido de chumbo na placa positiva e o chumbo esponjoso da placa negativa estão sendo regenerados.”
Ainda de acordo com o gerente de vendas da Invensys, os gases hidrogênio e oxigênio são desprendidos das placas negativas e positivas, respectivamente, sendo mais acentuados no final da carga, ou seja, quando a bateria já atingiu a tensão de 2,40 V.P.E. Após 2,33 V.P.E, a liberação de gases é maior, fazendo com que o eletrólito borbulhe, recebendo o nome de gaseificação.
Isto é resultado da decomposição da água por excesso de corrente não utilizada para decompor o sulfato das placas. “A gaseificação tem o efeito de homogeneizar o eletrólito, que tem o ácido com densidade maior no fundo do vaso e densidade menor nos níveis superiores dos elementos”, informa Brozinga, acrescentando que, após esta carga, a bateria deverá sofrer um repouso de 4 horas para sua temperatura chegar próxima do ambiente.
Particularidades
Nas baterias com sistema de agitação de eletrólito, segundo o gerente de vendas, os carregadores possuem uma bomba de ar comprimido com vazão determinada, conforme a bateria e aprovado na fábrica, o qual determina a melhor forma desta recarga.
“Com a mais avançada tecnologia do sistema de agitação do eletrólito, o processo eletroquímico da recarga é acelerado em 30% pela vazão do ar comprimido, que é recebido do carregador (com isto, a energia elétrica consumida nos carregadores também é reduzida em 30%). Sendo assim, fica extinto o repouso antes da recarga e após.”
Brozinga salienta que, com a tecnologia do agito de eletrólito há um ganho em resfriamento automático da bateria, uma vez que o eletrólito fica circulando em todo o momento da recarga, se homogeneizando constantemente com a água.
Ele informa que, com a homogeneização eletrolítica fica extinta a estratificação do acido ocasionado pela adição de água após a carga, ou seja, as densidades passam a ser única tanto na parte inferior quanto na superior.
“O consumo de água também é reduzido com a tecnologia de agito de eletrólito, uma vez que a temperatura é reduzida e temos maior controle. Como a temperatura excessiva neste processo é muito menor e com a nossa tecnologia a desagregação do óxido de chumbo é muito menor, há um aumento da vida útil da bateria”, diz.
Ele também informa que, a cada 5o C superior a 45o C (temperatura de referencia na recarga) que a bateria trabalha, sua vida útil é reduzida em 50%, ou seja, se a mesma trabalhar ou recarregar com temperaturas excessivas à de referencia e as que constam em nosso manual técnico, o ácido fica mais concentrado, aumentando o processo de decomposição das placas.
Vantagens
Na bateria convencional é preciso respeitar um repouso inicial e, no final de carga, mais duas a quatro horas, pois a energia dissipa calor e é necessário repousar a bateria, a fim de que esta temperatura em excesso chegue próxima à do ambiente. Segundo o gerente da vendas da Invensys, também é preciso respeitar a hora exata para reabastecer de água destilada, ou seja, aproximadamente 90 % da recarga “No sistema com agito de eletrólito não há necessidade deste repouso, pois temos uma ventilação forçada pela bomba de ar do carregador. Com isto há economia de energia e ganho em autonomia, pois a carga é reduzida em aproximadamente 30%, uma vez que a reação química é acelerada pela homogeneização do acido. Também há economia de espaço físico na sala de carga de baterias, pois o startup e muito menor, e redução da fadiga do operador da sala de carga, pois ele irá fazer menos trocas.”
Por último, o gerente de vendas aponta algumas das vantagens das baterias com agito de eletrólito:
– Não exigem repouso inicial para carga, pois a bomba do carregador envia ar comprimido para o interior da bateria;
– Não exigem repouso após a recarga, pois têm homogeneização do eletrólito imediata e temperatura reduzida;
– Menor consumo de água;
– Prolongada vida útil, já que a temperatura da recarga é reduzida;
– Maior aproveitamento da capacidade, pois a homogeneização do eletrólito é imediata;
– Maior controle da temperatura, pois o agito de eletrólito faz com que a bateria se auto-refrigere.
– Maior autonomia, pois não existe estratificação do eletrólito.