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Fique por dentro 4 de março de 2021

Cesar Meireles deixa presidência da ABOL

ABOL - César Meireles

Após fundar, erguer e estruturar a ABOL – Associação Brasileira de Operadores Logísticos, Cesar Meireles começa a preparar a passagem do timão da presidência da entidade.

“Ainda não sei quem será o meu sucessor ou a minha sucessora, que está sendo selecionado(a) por headhunter junto ao Conselho Deliberativo. Sei apenas que cumpro o meu ciclo na ABOL, iniciando um novo na minha vida profissional”, afirmou o ainda presidente, que está pronto para novas oportunidades.

Meireles ingressou no projeto junto aos fundadores em 2012, ano de fundação da Associação, quando 16 empresários confiaram ao executivo a realização de um sonho: atuar em um setor mais estruturado, com maior segurança jurídica e preparado para o crescimento sustentado. Para atender aos anseios do grupo, foram necessárias análises minuciosas e melhor compreensão do mercado. “O objetivo era garantir maior segurança jurídica ao setor, para que pudesse operar em um melhor ambiente de negócios, podendo, assim, desenvolver mais atividades, gerar mais emprego e renda, atrair maiores investimentos e permitir ainda maior robustez a um setor que assim se vê caracterizado”, afirma Meireles.

E as ações feitas nesse período ratificam quase uma década de importantes conquistas. O destaque fica para o PL nº 3.757/2020, que regulamenta a atividade do operador logístico no Brasil, foi protocolado em 13 de julho do ano passado, no auge da grave pandemia da Covid-19, exatamente no mês de aniversário de oito anos da Associação. Atualmente, o documento está aguardando a nomeação do relator na CVT (Comissão de Viação e Transporte) da Câmara dos Deputados e continuará seguindo os trâmites regulamentares até a sanção presidencial.

Operador logístico

Contextualizar o que era o operador logístico para os 16 fundadores da Associação, assim como analisar o cenário mundial em relação à categoria setorial, foram as primeiras ações realizadas ainda em 2012/2013. Todos estavam voltados à definição e ao reconhecimento do operador logístico à imagem e semelhança do 3PL (Third Party Logistics Provider), como é conhecido globalmente, já que não havia um regramento definido na legislação brasileira, nem mesmo dos países mais avançados na questão logística.

A partir disso, foram feitas viagens técnicas para o exterior em busca das necessárias informações, tendo Meireles participado de vários eventos e fóruns em países como a Argentina, Uruguai, Peru, México, EUA, Holanda, Bélgica e Alemanha. O resultado dessa caminhada foi a elaboração de um estudo amplo sobre o setor, que pode ser consultado no site da ABOL – www.abolbrasil.org.br.

O material, desenvolvido pelo consórcio KPMG Consulting, Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e FDC (Fundação Dom Cabral), traz a contextualização, as definições e a caracterização do segmento, além de uma rigorosa análise do ponto de vista regulatório de todos os setores nos quais os operadores logísticos estão presentes, a exemplo das operações em si, de boas práticas, tecnologias embarcadas, certificações, identificadores de performance, dentre outros detalhes reproduzidos em mais de 800 páginas.

Por dever de justiça, Meireles faz questão de registrar a importante contribuição que teve a CEDOL (Câmara Empresária de Operadores Logísticos) argentina no entendimento global do trabalho realizado pela ABOL, ainda na sua fundação.

“Comparamos o Brasil com 16 nações, como Alemanha, Itália, Espanha, França, Portugal, Holanda, Bélgica, EUA, Canadá, Argentina, Chile, México, Uruguai, dentre outros. Podemos dizer que esse estudo é a ‘certidão de nascimento’ do operador logístico no Brasil”, diz Meireles, destacando que o estudo foi criado após a identificação de que uma CNAE (Classificação Nacional de Atividade Econômica) não se aplicaria a esse setor, já que eles operam várias atividades, sendo integradores de todas elas e, portanto, integradores de CNAEs, numa ótica global de one stop shop, da primeira à última milha da cadeia logística de valor.

A síntese desse estudo é exatamente o PL, que apresenta de forma simples, objetiva e prática, duas questões fundamentais para a economia, para o setor e ao operador logístico, tendo, além da contextualização e definição do operador logístico, a atualização da legislação do armazém geral, que é a mesma desde 1903.

Futuro

Parcerias para atuação como conselheiro e consultor estão nos planos de Meireles, ainda que considere uma posição de executivo, como tem sido sua vida nos últimos 34 anos. “Com filhos criados, sinto-me livre para atuar em várias frentes e em outras regiões do país ou até da América Latina, levando em consideração, inclusive, poder retornar ao Nordeste, à minha terra natal, a Bahia, ou, quem sabe, à Pernambuco, estado que me acolheu desde a adolescência.”

Como foco de atuação, Meireles enfatiza que essas três décadas de trabalho lhe credenciaram a atuar em toda a cadeia logística de valor, desde portos, retroportos, transportes em quaisquer modais, armazenagem geral e alfandegada, desenvolvimento de clusters e hubs logísticos, além, claro, em operadores logísticos de largo espectro. “Dá-me especial regozijo atuar em projetos de Fusões e Aquisições, dado ser profundo conhecedor do mercado; assim como em Relgov (Relações Institucionais e Governamentais), como também em projetos de definição e redefinição estratégica, projetos de turnaround, desenvolvimento de novos negócios (inclusive greenfield), hubs de inovação tecnológica e participação na criação de novas entidades (associações) de classe e de representação setorial”.

Quando o assunto é o futuro da ABOL, Meireles é enfático. “O sucesso do que realizamos até o presente não garante o êxito futuro”. Ele acredita que essa etapa do PL nº 3.757/2020 é crucial e vai levar a Associação a um novo espectro, entendimento e projeção. Na visão de Meireles, os fóruns, missões e estudos técnicos são absolutamente imprescindíveis para o continuado êxito da entidade.

Para Meireles, o futuro do setor está na formatação e estruturação dos clusters, hubs e plataformas logísticas, sendo importante que a ABOL lidere essa onda de inovação disruptiva, sendo protagonista, inclusive, nos estudos e implantações de startups do setor, a exemplo das logtechs.

Além disso, Meireles destaca a importância e os benefícios de desenvolver convênios de cooperação com entidades acadêmicas e técnicas de primeira linha aqui e no exterior, com universidades e institutos de desenvolvimento e fomento setorial em países como os EUA, a Holanda, Bélgica e Alemanha.

Perfil

Carlos Cesar Meireles Vieira Filho é mestre em administração de empresas pela UFBA – Universidade Federal da Bahia, graduado em administração de empresas e pós-graduado em Marketing pela UPE – Universidade de Pernambuco. Tem especialização em Desenvolvimento de Conselheiros pela FDC (Fundação Dom Cabral), cursando MBA em Relações Governamentais pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Com mais de 34 anos de experiência em gestão estratégica de negócios em logística, relações institucionais e governamentais, área comercial, desenvolvimento de novos negócios, M&A (MergersandAcquisitions), turnaround, projetos greenfield e área operacionalm Meireles também está à frente da vice-presidência da ALALOG – Associação Latinoamericana de Logística e é sócio-diretor da TALENTLOG– Consultoria e Planejamento Empresarial.

Ele também é articulista do Portal Logweb.

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