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Conteúdo 3 de fevereiro de 2014

2 de fevereiro: aniversário do Porto de Santos

Dia 2 de fevereiro foi o aniversário do Porto de Santos, sua trajetória desde primórdios até os dias atuais é muito interessante, do ponto de vista econômico, contexto histórico, cultural e sua importância para o desenvolvimento da região metropolitana da baixada santista.

Em 1543, na entrada do canal de Bertioga, instalava-se um povoado migrado da baía de santos, esta mudança foi proposta pelo feitor Braz Cubas, que buscava proteção de saqueadores e piratas. Em 1546 é elevada à condição de Vila do Porto de Santos.

No local, a partir de 1550, foi instalada a alfândega, repartição governamental oficial de controle de movimento de entradas e saídas de mercadorias para o exterior ou dele proveniente, inclusive cobrança de tributos pertinentes.

Gravuras da época retratam instalações precárias e muito improviso em toscas pontes de madeira conhecidas como trapiches, que adentravam alguns metros no estuário, ambiente aquático de transição entre um rio e o mar, também conhecido como zonas entre marés, constituídas de lama.

Os trapiches sob o mangue permitiam romper o trecho de vazas para alcançarem o convés dos navios – à vela, que não podiam aproximar mais das margens, sob pena de encalharem no lodaçal.

É intenso o uso de mão de obra para fazer toda a movimentação; nas operações de carga e descarga, chegar de um ponto ao outro era necessário passar por entre as várias embarcações paradas lado a lado.

O café impulsionou a expansão das atividades portuárias na região. Introduzido no Brasil em 1727 por Francisco de Melo Palheta, e bastante difundido a partir do século XIX, o café tomou lugar do açúcar como principal produto de exportação, a partir da revolução industrial e a consolidação da economia capitalista moderna.

Embora fosse o estado do Rio de Janeiro o pioneiro no cultivo da planta, outros locais se desenvolveram, pois como o café esgota rapidamente o solo, os polos produtores tendem a se deslocar, isso fez com que tivéssemos um avanço em direção ao Vale do Paraíba (São José dos Campos e região), consolidando-se o cultivo no interior paulista.

Com o afastamento cada vez maior do porto do Rio, Santos ganhou novas demandas com o desafio de romper os 800 metros de desnível da Serra do Mar, numa operação limitada feita ao lombo de centenas de mulas pela Estrada Velha de Santos. O cultivo café foi restringido até a região de Rio Claro, pois o frete num raio maior se tornava inviável.

Havia então necessidade de criar uma estrutura capaz de escoar os produtos em larga escala, foi aí que, em 1859, o Barão de Mauá articulou um grupo de pessoas apresentando ideia ao governo imperial da concepção de uma ferrovia ligando Jundiaí a Santos, a “São Paulo Railway Company”.

Em 1870, liderado pelo comerciante de algodão Luiz Mateus Maylasky, foi criada a Companhia Estrada de Ferro Sorocabana, inaugurada em 10 de julho de 1875, inicialmente para o transporte de safras de algodão. Logo migrou para o café, que tinha melhor valor agregado. Sob nova gestão, de Francisco de Paula Mayrink, expandiu-se em direção a Botucatu, buscando atingir regiões cafeeiras indo até Assis. Até 1999, trens de passageiros trafegavam pela linha tronco, que está ativa até hoje para trens de carga até o Porto de Santos.

O avanço das operações fez com que o porto também se estruturasse, quando em 12 de julho de 1888 um Decreto Imperial autoriza um grupo liderado por José Pinto de Oliveira, Cândido Gaffrée e Eduardo Palassin Guinle, após concorrência pública, a construir e explorar o Porto de Santos por 39 anos, prorrogado em 7 de novembro de 1890 para 90 anos. A obra consistia em construção de cais, aterro, via férrea e edificações para armazenagem; os trapiches foram sendo substituídos por aterro e muralhas de pedras, permitindo adentrar um pouco mais às margens, ganhando profundidade para que os navios pudessem atracar. Detalhe: já havia sido feitas duas outras concessões anteriores (em 1870 e em 1882) que não concluíram as implantações previstas.

A Cia Gaffrée, Guinle & Cia tinh,  sede no Rio de Janeiro firmou contrato em 20 de julho de 1888, mais tarde foi transformada em Empresa de Melhoramento do Porto de Santos, e por fim Companhia Docas de Santos.

Em 2 de fevereiro de 1892, o cargueiro inglês a vapor “Nismith” do armador Lamport & Holt atracava num primeiro trecho das instalações do Porto de Santos com pouco mais de 200 metros de cais. Este é o marco da inauguração oficial do Porto.

Três anos mais tarde, em 1895, no trecho da Santos Jundiaí, inicia-se a construção de uma nova ferrovia, paralela à antiga, chamada de Serra Nova. Mais tecnológica, a proposta apresentava como diferencial um percurso seccionado em cinco seções de máquinas com cerca de 900 cavalos, e para cada composição que subia havia uma outra composição de contrapeso, este sistema foi inaugurado em 1901, operado até a década de 80.

Após setenta e três anos, em 1965 o Porto de Santos foi o primeiro porto sul americano a receber contêineres, que chegaram a bordo do navio Mormacdaw da empresa americana Moore McCormack Lines, eram duas unidades para testes nas dimensões em metros (6,00×2,44×2,44m).

Quando de sua inauguração o porto já movimentava 125 mil toneladas de cargas, e ao longo de seus 122 anos supera a marca de mais de 1 bilhão de toneladas movimentadas de cargas diversas: granéis líquidos diversos, veículos, soja, sucos cítricos, trigo, carvão, adubo, algodão, laranja, café, açúcar, etc.

A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) assume a administração do Porto de Santos em 7 de novembro de 1980, e em 30 de agosto de 1981 foi inaugurado o Tecon – Terminal de Contêineres da Margem Esquerda (em Conceiçãozinha, no Guarujá).

Segundo a Codesp, houve aumento em torno de 9% na média diária do fluxo de vagões em 2013, em relação a 2012, com média diária de tráfego de caminhões de 9.013, contra 8.222 em 2012, são de cerca de 9,6% de aumento.

Atualmente o porto movimenta 60 milhões de toneladas de cargas anualmente, número 480 vezes maior do que quando foi inaugurado.

A empregabilidade do porto também é significativa, 16 mil colaboradores diretos representam 40% dos recursos humanos empregados. Dados apontam que aproximadamente 40 mil pessoas trabalhem direta ou indiretamente para o Porto de Santos quando considerados os avulsos e aqueles profissionais que mesmo não sendo contratados por terminais possuem vínculo trabalhista com alguma empresa do setor, como por exemplo, as transportadoras.

Ainda com todos os seus impasses políticos, problemas de infraestrutura e vários projetos atrasados, hoje representa 25% da Balança Comercial de todo o país, e certamente poderíamos mais.

Créditos ao Sindaport, Estadão e Codesp.

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