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Conteúdo 13 de outubro de 2013

A competitividade das crianças

Nessa data especial em que lembramos as crianças, a fase mais perfeita das nossas vidas, penso na competitividade atual vista sob o olhar de uma criança. Dessa forma, podemos observar o que uma criança tem a contribuir com o mercado e o que nós, adultos, estamos fazendo de errado para competir nos segmentos da vida pessoal e profissional.

Um ponto de extrema dificuldade para compreender é o fato de essa fase ser a das descobertas, da aprendizagem, e por isso as crianças não competem entre si com a mesma voracidade dos adultos. A competição se inicia quando achamos que essa fase ficou no passado, que agora já somos seres dotados de conhecimento. E, por acharmos que esse nosso conhecimento é superior, tentamos nos firmar e, muitas vezes, até submeter os outros para mostrar quem manda – como fazem os irracionais –. Mas, será que paramos de aprender? Não estamos em constante evolução intelectual que, por mais avançada que esteja, nos coloca na condição de aprendizes, de crianças?

Com isso, concluímos que um adulto pode ser criança, mas jamais uma criança pode ser um adulto, senão pela evolução natural que o tempo traz. Sorte delas, as crianças […].

A competitividade, apesar de ser uma atividade necessária e saudável para o crescimento pessoal e econômico, está cercada por certos sentimentos e ações nada saudáveis. Nela, se concentram a vontade de aprender e crescer: o combustível que nos impulsiona para a vitória. Porém, a fronteira com a falta de sinceridade e ética, falta de compaixão, excesso de orgulho e individualismo está muito próxima. Coisas totalmente desconhecidas pelas crianças.

Podemos imaginar um adulto vendendo um determinado produto: Ele diria que é um produto fantástico e lhe convenceria que sua vida e o seu comércio não seriam os mesmos sem esse produto desenvolvido com a mais alta tecnologia… Uma criança talvez lhe dissesse para comprar se realmente fosse útil. Há casos em que a “criança” vende bem mais do que o “adulto”. As pessoas não gostam de serem submetidas como nossa arrogância nos faz pensar.

Como profissionais preferimos os adultos, como clientes gostaríamos de ser atendidos por crianças. Agimos com os outros como adultos, mas queremos ser vistos como crianças.

Num mundo em que a sinceridade está cada vez mais rara, sentimos muito a falta de “crianças” nas relações comerciais. Hoje é quase impossível você ouvir de uma vendedora que “essa camisa não ficou bem” porque o produto precisa ser vendido de qualquer forma. O problema também é que as críticas não são bem digeridas por nós adultos… Bicho complicado esse adulto.

E se fôssemos governados por crianças? Aprenderíamos algo todo dia, sem rotinas. Exploraríamos o desconhecido sem medo, sem a hesitação que nos afasta um do outro. Brincaríamos boa parte do dia e não teríamos tempo para corromper ou sermos corrompidos. Mataríamos a fome com doces e coisas gostosas sem nos preocuparmos com o olhar dos outros. Não competiríamos para termos os melhores brinquedos e os que tivéssemos emprestaríamos para a alegria do outro. Não teríamos guerras – essas estúpidas guerras –, só de travesseiros e de bolinhas de sabão. Só competiríamos pelas melhores gargalhadas e por um lugar para deitar e descansar quando estivéssemos exaustos de tanto viver… E recomeçaríamos no dia seguinte.

Estaríamos praticando a inversão da lógica atual quando sabemos que a vida é curta, mas não a aproveitamos o suficiente. Estaríamos aproveitando o suficiente em cada dia da vida curta que não conhecemos. Competindo, sem sabermos, para ver quem seria o mais feliz.

Feliz dia das crianças para todos os adultos.

Marcos Aurélio da Costa Marcos Aurélio da Costa

Foi coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

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