Algoritmos preditivos – A poderosa ferramenta de suporte à gestão de risco no Supply Chain

O uso de matemática e estatística para projetar probabilidades em resultados tem sido cada vez mais frequente em todo o mundo, representando um gigantesco avanço para as organizações nos seus processos decisórios em temas como investimentos, em ações estratégicas futuras e até mesmo em problemas de ordem operacional.

Ao mesmo tempo, as empresas estão constantemente preocupadas em gerenciar os riscos das suas cadeias de abastecimento, porém, garantir que os produtos corretos cheguem aos clientes certos e nos prazos comprometidos, é somente uma parte dos seus desafios como negócio, à medida que visam o crescimento contínuo e a expansão dos seus mercados.

Projetar o crescimento, significa qualificar e ampliar parcerias com novos players, aumentar a abrangência geográfica de atuação e, consequentemente, a necessidade de olhar com critério os riscos inerentes a esse processo.

Por detrás desse cenário, há, talvez, o desafio maior, que é manter as exposições ou ameaças sob total domínio, já que o relacionamento com fornecedores, parceiros, governo, clientes e outros, trazem, em seu bojo, uma ampla gama de riscos financeiros, legais, regulamentais, de padrões de qualidade e de termos de contratação.

Com essa visão, um importante viés de uma gestão proativa de riscos passa a ter uma importância fundamental, que é estimular as empresas a utilizar a algoritmos preditivos em suas ações e tomadas de decisão, antecipando a avaliação de riscos potenciais em rupturas na cadeia, fraudes, inadimplências, questões financeiras e mesmo em suas atividades operacionais.

Trata-se, portanto, de uma nova tendência no planejamento estratégico das organizações, por tratar-se de uma abordagem estritamente econômica, face a possibilidade de mitigar, de forma muito adiantada, as ameaças aos seus negócios e, com isso, reduzir consideravelmente os seus custos.

Em outras palavras, isso gera valor e possibilita a empresa estar à frente do seu tempo no mercado; é ter uma vantagem competitiva diferenciada, aumentando o desempenho no seu segmento de atuação e impulsionando seu crescimento de forma segura.

Além disso, essa vertente sinaliza um avanço em outro campo da administração moderna e que merece destaque, por ter tudo a ver com a mitigação de riscos. É a chamada de “Governança Sobre Terceiros”.

Isso se deve à grande contribuição de entidades externas à organização na exposição a riscos e geração de prejuízos muitas vezes recorrentes, desestabilizando os resultados e expondo a marca e a imagem da empresa no mercado.

Por isso mesmo, passa-se a ter um esforço para elevar parceiros a um patamar de geração de valor, eliminando-se a retrograda visão de meros geradores de custos ao negócio e ao produto. Isto leva as empresas a estenderem suas políticas, regulações, padrões de qualidade, treinamento e tudo o mais que for necessário para alavancar o nível dos seus fornecedores.

É, em última análise, um processo colaborativo e de compartilhamento de experiência, tecnologia e muito mais, pois parceiros passaram a ter importância decisiva na cadeia, à medida que assumiram responsabilidades antes exclusivas de quem os contrata e, muitas vezes, com interação direta junto ao cliente final. A dependência, no fundo, é altíssima!

Resumindo, a aplicação de algoritmos preditivos depende, e muito, de ferramentas, tecnologia, treinamento e esforço conjugado de áreas como desenvolvimento de fornecedores, suprimentos, garantia da qualidade, jurídico e outras, e cada empresa, a seu modo, deve repensar sua estrutura e os investimentos inerentes a esse processo, com minha recomendação pessoal de não enxergarem isso tudo como despesa, mas, sim, como um importante investimento rumo a um nível de excelência de classe mundial ao seu negócio.

Até a próxima!