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Conteúdo 29 de abril de 2013

Dutoviário: modal quase esquecido

Caracterizado por processos contínuos, o modal dutoviário está presente nas redes de água e esgotos, bem como também em refinarias de petróleo, indústrias químicas, fábricas de cerveja, de aço e alimentos; sendo que uma usina de eletricidade representa um dos poucos processos contínuos existentes no setor de serviços.

Suas principais características são: extremo de produção em grande volume e padronizada por fluxos de linhas rígidos; relaciona-se ao modo como os materiais movem-se pelo processo (características próprias variáveis de duto para duto), em geral um material principal como: gás, líquido, ou pó movem-se sem interrupções pelas instalações; geralmente é de capital intensivo e operado 24 horas, com altos riscos se não controlados de maneira efetiva; e provocar interrupções e desperdícios de produção muito onerosos.

O transporte dutoviário no Brasil está sob o controle da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, de grande importância, uma das maiores economia em transporte de grandes volumes.

É dividido em: oleodutos minerodutos, gasodutos e polidutos (produtos podem ser variáveis, como por exemplo, sucos ou vinhos de diversos tipos compartilham o mesmo canal dutoviário).

O gasoduto Brasil-Bolívia é um dos maiores do mundo em extensão com aproximadamente 3200 km de extensão.

Até 2005, por exemplo, pasmem, não havia um cadastro nacional de dutovias brasileiras, foi dado um pontapé inicial neste trabalho, numa ação conjunta da ANTT com a ANP – Agência Nacional do Petróleo, para um efetivo controle do sistema, possibilitando orientação em ações e projetos.

No Brasil, o transporte dutoviário teve seu início no ano de 1942, mais precisamente no estado da Bahia, forte na exploração de petróleo. Na época a malha ligava a Refinaria Experimental de Aratú ao Porto de Santa Luzia (Fogliatti, 2004).

A atividade petrolífera no Brasil teve seu primeiro impulso com a criação do Conselho Nacional do Petróleo – CNP, órgão de utilidade pública regulador da importação, exportação, transporte e construção de oleodutos, bem como a distribuição e comercialização de petróleo e seus derivados, além da indústria de refinação (Petrobrás, 2006).

A malha dutoviária brasileira atualmente é formada por 400 dutos que somam 20.000 km de extensão. Desses, 241 dutos, aproximadamente 7.500 km, são utilizados para transportar petróleo e seus derivados.

Em sua maioria são dutos terrestres e subterrâneos, com profundidades que variam de 90 centímetros a 1,5 metros.

Segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil planeja investir até o ano de 2015 cerca de US$ 7 bilhões para a construção de mais de 6.000 Km de dutos.

Segundo a International Energy Agency (IEA), a demanda global de óleo em 2030, em um cenário de referência, deverá alcançar 115 milhões de barris/dia, partindo de um patamar dos 84 milhões de barris por dia em 2005, com crescimento da ordem de 1,5% ao ano.

Por sua vez a demanda de gás natural quase dobrará no mesmo período, atingindo 4,6 trilhões de m3/dia.

Calcula-se que entre 2005 e 2030, os investimentos no segmento de exploração, produção, refino e transporte de petróleo e seus derivados atingirão a fantástica soma de US$ 4,3 trilhões.

Em gás natural, não é menos expressivo, o montante deverá alcançar US$ 3,9 trilhões.

Agora, a parte que quase não interessa.

Quanto à influência deste modal numa relação mais direta em nosso dia a dia, pouco lembramos a importância de termos disponível água ao abrirmos nossas torneiras, ou, por exemplo, da proteção à saúde proporcionada por uma malha de saneamento básico bem estruturada, a partir do tratamento de água e coleta das redes de esgotos.

Tão automático nosso ritmo de vida na zona urbana, que por vezes não paramos pra pensar em toda a estrutura que está por trás do processo, não nos lembramos do esgoto ou captação de águas, nos concentramos somente numa das pontas neste complicado processo – ter água disponível.

É o modal dutoviário que proporciona tudo isso, através dele que é possível mantermos o ciclo das águas, numa sinergia entre esgoto – estações de tratamento e a rede de abastecimento de água tratada.

A água, recurso natural, que por sua capacidade de dissolver uma infinidade de substâncias, é considerada solvente universal. Solvente é a substância que permite a dispersão de outra substância em seu meio.

O crescimento populacional impulsiona uma concentração no modo de vida urbano, principalmente em se tratando das residências, numa intensa verticalização, condomínios e aglomerações.

A concentração de pessoas numa mesma residência, ou região, causa saturação dos sistemas dutovários, tais como rede de esgotos, fornecimento de água potável, gás encanado, etc.

Problemas como falta d´agua em regiões mais populosas e localizada nos extremos de algumas cidades da Grande São Paulo, bem como a concentração de pessoas no litoral em determinadas épocas do ano, faz com que lembremos a importância deste modal.

Enquanto isso, o atendimento em coleta de esgotos no Brasil chega somente a 46,2% da população, Do esgoto gerado, apenas 37,9% recebe algum tipo de tratamento. Mais de 100 milhões de brasileiros não têm seus esgotos tratados. O país ocupa o 9º lugar no ranking mundial, com 13 milhões de habitantes sem acesso a banheiro. Investe-se muito pouco em saneamento, o que torna a universalização muito distante. Deveriam ser investidos 0,63% do PIB, mas efetivamente são investidos apenas 0,22%. Menos de 30% das obras do PAC foram concluídas até 2010 (Ministério das Cidades). Segundo o Instituto Trata Brasil, os números seriam pouco mais de 20%. Além de que as 81 maiores cidades do país, com quase 300 mil habitantes despejam, diariamente, 5,9 bilhões de litros de esgoto sem tratamento algum, contaminando solos, rios, mananciais e praias, com impactos diretos à saúde da população. 31% da população desconhece o que é saneamento, 3% relacionam saneamento á saúde, e 41% não pagaria para ter seu domicílio ligado à rede coletora de esgotos. Apenas 50,5% da população urbana brasileira é atendida pela rede de esgotos.

Ainda segundo dados da UNICEF e OMS: “Joint Monitoring Programme for Water” Supply and Sanitation (JMP) – 2012, em seu relatório considera como metas dos objetivos do desenvolvimento do milênio que água potável segura e o saneamento adequado são fundamentais para a redução da pobreza, para o desenvolvimento sustentável e base para todos os objetivos de desenvolvimento do milênio (Ban Ki-moon, Secretário Geral da ONU).

No cenário mundial a meta é reduzir pela metade até 2015 a proporção de população sem acesso sustentável a água potável segura e o saneamento básico.

Desde 1990, cerca de 2 bilhões de pessoas passaram a ter acesso à água tratada. Esse avanço fez com que a meta para água potável fosse cumprida cinco anos antes do previsto, porém, mesmo que 1,8 bilhões de pessoas passassem a ter acesso ao saneamento adequado, ainda em 2015 teremos 33% da população mundial sem saneamento adequado.

Dados de Saneamento no mundo em 2010 apontam que 780 milhões de pessoas (11%) ainda não possuíam acesso a água potável, 216 milhões residem na China ou Índia; 2,5 bilhões de pessoas (37%) viviam sem saneamento adequado, 40 milhões de brasileiros; em áreas rurais, 1,8 bilhão de pessoas não têm acesso a saneamento básico, representando 72% do total de pessoas sem este serviço; 15% da população mundial não tem acesso a banheiro; o Brasil é um dos países com índice mais alto de pessoas que não possuem banheiro, com quase 7,2 milhões de habitantes. Cerca de 5 mil crianças morrem diariamente, por conta de doenças diarreicas causadas pela falta de acesso á água de qualidade e esgotos coletados e tratados.

As expectativas para 2015 são de que 605 milhões de pessoas ainda não possuirão acesso à água potável, 8% da população mundial, e 2,4 bilhões viverão sem redes de esgoto, o equivalente a 33% da população mundial, tendo como pano de fundo a necessidade de uma rede dutoviária.

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