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Conteúdo 23 de maio de 2011

Funções das embalagens e a polêmica das sacolinhas plásticas

Um estudo encomendado pelo Governo Britânico sobre o impacto ambiental de diversos tipos de sacolas de supermercado, envolvendo verificações sobre o ciclo de vida de sacolas de algodão, ecobags, sacos de papel e sacolas plásticas tradicionais, apontaram resultados em que a proporção de material-prima usada na confecção de sacolinhas em comparativo as outras tantas possibilidades de reutilização oferecidas por elas, tornaram-nas mais sustentáveis que outros tipos de sacola por representarem menor peso e ainda a menor geração de CO2 frente às outras opções, pois o plástico consome menos energia que o vidro e o alumínio e emite menos gases responsáveis por mudanças climáticas.

A pesquisa britânica apontou que as ecobags não são usadas, já as sacolinhas são reaproveitadas para lixo e guardar outras coisas em casa, assumindo outras funções após as compras.

Talvez pela maneira como veiculadas informações por meio da imprensa, passe despercebida a importância desta embalagem, não só pela matéria prima atual utilizada, mas por sua pronta resposta no uso, em termos de praticidade, agilidade, flexibilidade e reuso, já que poderia ser confeccionada à base de outras matérias-primas, como veremos a seguir.

Sobre embalagens, os pesquisadores Bowershox e Closs (2001) dizem que as embalagens são classificadas em dois tipos: embalagem para o consumidor, com ênfase em marketing, e embalagem industrial, com ênfase na logística.

Já para Moura & Banzato (2000, p.11), temos: “conjunto de artes, ciências e técnicas utilizadas na preparação das mercadorias, com o objetivo de criar as melhores condições para seu transporte, armazenagem, distribuição, venda e consumo, ou alternativamente, um meio de assegurar a entrega de um produto numa condição razoável ao menor custo global”.

Sabemos o quanto é ágil o uso de uma sacola plástica, passando quase que despercebida esta etapa no acondicionamento de mercadorias no ato de uma compra.

Recentemente algumas regiões adotam procedimentos de proibição da distribuição gratuita ou venda de sacolas plásticas aos consumidores em todos os estabelecimentos comerciais, definindo que os mesmos deverão estimular o uso de sacolas reutilizáveis, confeccionadas com material resistente e que suportem o acondicionamento e transporte de produtos e mercadorias em geral.

A preocupação imediata é aumentar o rigor sobre o uso ou restrição, deixando o cliente a mercê, sem apresentar uma proposta plausível, razoável e viável na fase mais importante da aquisição de um produto, e ainda tentando repassar de maneira direta este custo ao cliente.

Como focar na solução é complicado e temos o problema, simples, tiramos da frente, como estão fazendo, sem apresentar alternativas viáveis na substituição, nem dar importância às ações e desdobramentos na falta do recurso (embalagem). Pior ainda, ações como esta demonstram que os conceitos logísticos e de consumo sustentáveis ainda não são entendidos enquanto cadeia logística, envolvendo a todos nós consumidores de qualquer classe social em qualquer lugar do mundo.

Qual outra embalagem que pela sua forma atenderia todos estes requisitos?
Quanto às alternativas, temos o plástico “verde” de cana e o biodegradável de milho, ambos com custos maiores, e benefícios também. O plástico verde usa a cana-de-açúcar, recurso renovável como matéria-prima com resultados de plástico comum, com desempenho e características do derivado de petróleo, e vantagem ao retirar gás carbônico da atmosfera durante a fabricação. O biodegradável de milho usa a partir de matéria-prima renovável que origina um plástico com a propriedade de biodegradação a partir de microorganismos em prazo máximo de 180 dias.

As grandes redes e associações deveriam aproveitar esta boa oportunidade, uma vez que não manifestaram à altura para amenizar pressupostos causados até então pelo uso das sacolinhas, já que tem parte nisso. Não somos nós somente os supostos culpados, nem os únicos a sofrerem as consequências.

Aqueles que assumirem este custo em nome da sustentabilidade sairão na frente mantendo a embalagem à base de outras matérias-primas com as mesmas funções das atuais, pois o custo seria diluído numa escala muito maior, sem o impacto negativo de repassá-lo diretamente aos clientes no ato da compra.

Ações individuais e não padronizadas não cabem numa cadeia logística cada vez mais competitiva, com enormes demandas e muitas variáveis como as atuais e crescentes tendências. Será preciso entender e pensarmos o macro e coletivo se quisermos realmente salvar o planeta.

 

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