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Conteúdo 9 de setembro de 2021

O avanço da vacinação e as perspectivas para 2022

Após um longo período de incertezas e constantes desafios, o avanço da vacinação contra a Covid-19 vem gerando mais confiança em diferentes setores, empresários e consumidores, e o mercado de logística faz parte desse cenário com previsões otimistas. Claro que a instabilidade econômica, a crise energética e o aumento do combustível ainda causam receio e freiam investimentos vultuosos, mas já é possível pensar um pouco fora da caixa.

No caso dos operadores logísticos, a própria crise sanitária levou a um longo caminho de superação, afinal, muitas empresas ficaram responsáveis pelo armazenamento, controle de estoque e transporte de milhões de vacinas e insumos das doses preventivas ao coronavírus.

Isso sem contar um número ainda maior de companhias envolvidas nas operações logísticas de equipamentos médicos e hospitalares e EPIs fundamentais para o tratamento e para as medidas de proteção contra a pandemia.

Planejamento e cautela foram imperativos para garantir a conservação e a distribuição adequadas de itens tão essenciais à toda população.

Ao vencerem esta complexa etapa num momento totalmente atípico para todo o mundo, os operadores, agora, respiram mais aliviados e já percebem uma recuperação gradual do volume de carga transportada.

A alta constante verificada no fluxo de e-commerce também contribui para o sentimento de esperança, sobretudo no que se refere às performances do setor em 2022. O maior receio, no entanto, segue relacionado a questões políticas, já que no próximo ano ocorrerá eleição presidencial, o que promete desestabilizar o País e fazer com que 2023 seja visto de forma nebulosa.

De certo, instabilidades de ordem política e institucional geram mais insegurança para investidores, disponibilidade de créditos e até mesmo para o consumo, mas uma boa notícia é que o incremento contínuo do agronegócio, com recordes de produção e vendas de máquinas e caminhões, tem feito os operadores que atuam fortemente em commodities almejarem um futuro promissor.

Movimento análogo ocorre com o surgimento progressivo das logtechs, startups de logística, que vêm demonstrando maturidade para propor soluções de eficiência e produtividade às empresas, reduzindo seus custos.

Em um espectro mais amplo, muitos empresários acreditam que, apesar dos obstáculos impostos pela pandemia, o Brasil é um mercado-chave para os negócios e, como consequência, vemos previsões de faturamento e metas de expansão ainda firmes e sólidas.

No que se refere especificamente aos investimentos, é possível que haja ainda muita cautela nas decisões, mas não desistências. Talvez a mudança possa ser o foco, agora voltado muito mais para tecnologia, inovação e, consequentemente, qualificação profissional.

Não é à toa que o setor de logística está no topo da lista quando se trata de contratações recentes. Não faltam vagas para quem busca uma oportunidade, tanto no que se refere a empregos diretos quanto indiretos.

Um dos objetivos de muitos segmentos, incluindo o da Logística, é estar preparado para o dinamismo do e-commerce, que no primeiro trimestre de 2021 registrou alta de 57,4% e tem demandado novos esforços para satisfazer o cliente final, como revisão dos modelos de distribuição e da malha logística.

Vale lembrar que os investimentos em infraestrutura também impactam diretamente na logística brasileira e temos acompanhado muitos projetos saindo do papel para melhorar o escoamento de produtos por ferrovias e portos.

Há muitas ações voltadas ao equilíbrio da matriz de transportes com incremento, por exemplo, à cabotagem e, ainda, medidas sendo tomadas para acabar com o excesso de burocracia, fardos regulatórios e oferecer maior segurança jurídica aos contratos.

Enfim, já começamos a enxergar alguns sinais e motivos para um início de um pós-pandemia mais auspicioso do que temeroso.

Marcella Cunha Marcella Cunha

Natural de Brasília, tem mais de 10 anos de experiência nos setores de transportes e tecnologia. Graduada em Relações Internacionais, com pós-graduação em Ciência Política, é a atual diretora Executiva da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL). Tem passagens pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e pela empresa Uber.

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