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Conteúdo 30 de novembro de 2022

Os desafios logísticos do pós-Black Friday

Os balanços ainda não foram totalmente fechados e muitas vendas ainda estão ocorrendo, mas as perspectivas para a Black Friday deste ano são positivas. Uma pesquisa da ABCOMM (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) divulgada em outubro já apontava que a data deste ano deve movimentar mais de R$ 6 bilhões, 3,5% a mais do que em 2021 cujo montante já era robusto.

Em que pese toda a preparação prévia necessária em termos de realização de pedidos, estoque e marketing, vem agora uma das partes mais críticas deste processo: gerenciar um grande pico de pedidos, processá-los e, principalmente, realizar a entrega final ao consumidor no prazo e condições acordadas.

Um grande desafio sim, ainda mais tendo em vista a infraestrutura brasileira deficitária, pressões inflacionárias e a imprevisibilidade que ainda permeia muitas cadeias de suprimentos.

O primeiro passo para atender a este cenário é ter um bom planejamento de volume de vendas esperado e da estrutura necessária para fazer a logística. De forma geral, as empresas trabalham com um acréscimo de até 30% na demanda, mas é preciso estudar a fundo este comportamento para evitar surpresas.

O mercado já dispõe de softwares sofisticados com inteligência artificial para a previsão de demanda com base em históricos de venda. Está mais do que na hora de colocar essa inovação em prática.

Feito isto, é preciso reforçar a estrutura de veículos e pessoas para entregas, seja contratando temporários, deslocando recursos de áreas ociosas, tendo mais parceiros ou expandindo contratos de prestação de serviços.

Chega então a hora do “ajuste fino” que faz toda a diferença. Quando o consumidor vai realizar sua compra, ele tem que ter visibilidade do prazo realista de entrega e, caso ao longo do processo isso não seja possível, que ele recebe esta informação em tempo quase real e possa decidir se aceita a expansão do prazo ou prefere receber seu dinheiro de volta.

Essa prática demanda grande inteligência sistêmica, mas preserva muito o relacionamento e satisfação do consumidor. Permite também que a marca tome uma decisão: tentar renegociar o prazo e até, em alguns casos, topar arcar com os custos de uma entrega expressa extra. Aqui me refiro a colocar carros extras para entregas, contratar fretes urgentes não consolidados e até o uso do modal aéreo, sempre sem perder de vista se o mercado tem essa capacidade para oferecer e em que condições.

Como vimos, para a logística, a Black Friday ainda vai longe, mas as práticas apresentadas garantem a confiabilidade das operações e a satisfação de médio e longo prazo dos consumidores.

Gabriela Guimarães Gabriela Guimarães

VP de Operações de Varejo e E-commerce da DHL Supply Chain.

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