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Conteúdo 17 de novembro de 2014

Os perigos no negócio próprio

Não são poucos os brasileiros que alimentam o sonho de montar seu próprio negócio. Muitos o querem para se livrar daqueles aborrecimentos com o trabalho formal, das obrigações com os horários e tentar “esticar” mais o dinheiro para superar as contas. Para esses, infelizmente, o negócio não é bem assim. Para ter seu próprio negócio é preciso bem mais que simples anseios por comodidade.

Primeiro é preciso quebrar esse paradigma sobre ser seu próprio patrão. Isso talvez só exista no período de aposentadoria. Seu patrão passa a ser seu cliente e ele, a depender do ramo de atividade, pode ser bem mais exigente do que seu antigo patrão. Além disso, ele, o seu cliente, será o fornecedor do seu sucesso.

Quem não queima neurônios na busca de uma ideia revolucionária para o mercado? Aquela ideia inovadora que ninguém teve e que abrirá as portas para o sucesso… Mas, o quê e como? Hoje a concorrência é tamanha que a ideia deve vir acompanhada por um pacote de planejamentos que será o diferencial do negócio e poderá afastar, momentaneamente, aqueles “copiadores naturais de ideias” que rondam todos os segmentos. E não é só isso. Esse pacote terá que contemplar também a melhoria contínua que lidará com a concorrência ao mesmo tempo em que garantirá a manutenção do negócio. É nascer já pensando em melhorar.

Nada deve ser visto como impossível, mas a complexidade desse caminho não deve ser ignorada diante da empolgação em montar seu negócio. Os riscos ao ignorar certos fatores são determinantes para o insucesso e pode ser compreendido com as estatísticas disponíveis sobre o assunto; as quais dão conta que quase 1/3 das micro e pequenas empresas fecham no primeiro ano de vida. O medo é um fator indispensável para conhecer os limites e buscar um planejamento consistente, mas ele, o medo, deve ser bem administrado para não ser um fator de paralisação ou ser aquele “balde de água fria” numa boa ideia.

O Brasil é conhecido pelo seu poder empreendedor. Porém, muitas vezes, os brasileiros se vêem imobilizados diante de uma boa ideia quando surgem as questões sobre os investimentos. Correr riscos é aterrorizante quando as economias, acumuladas arduamente, podem ser pulverizadas. O antídoto para esse veneno chama-se pla-ne-ja-men-to.

É preciso ter consciência dos perigos quando se inverte a ordem natural das coisas. No mercado isso também funciona assim. Embora seja permitida a ousadia, nascer grande traz consequências. Mesmo que a velocidade do negócio seja incomum, se faz necessário saber ser ousado sem ser inconsequente e contido sem ser conservador demais. Esses momentos vão estar bem escondidos no mercado e, saber identificá-los, fará toda a diferença.

O campo de ideias no Brasil é bem maior do que a quantidade de empreendedores. Isso já eleva as chances de sucesso. Contudo, é recomendável a atenção em três pontos essenciais:

1-    Pessoas: seja o próprio empreendedor ou ainda que haja a necessidade de contratação, é extremamente importante a qualificação, o conhecimento sobre a atividade escolhida e, indispensavelmente, que as pessoas envolvidas estejam em sintonia com o projeto.

2-    Burocracia: conhecimento, paciência e provisionamento para as taxas e licenças, que tanto incomodam, mas que são necessárias para colocar todos em situação de igualdade – embora as coisas pudessem ser menos complicadas.

3-    Visão 360º: planejamento sempre! Isso inclui a visão sobre o mercado, sobre os concorrentes atuais e sobre os possíveis. Visão apurada sobre os investimentos para que sejam no local, valor e momento corretos.

Algo importante que não pode ser desprezado também é o momento de comemorar. Cada vitória deve ser vista como um momento especial e contagiante para quem mais estiver participando dessa caminhada.

Errar não é o fim do mundo. O pior mesmo é desistir antes mesmo de tentar. Isso acontece com os outros 2/3 que sonham em montar seu próprio negócio já que esse sonho é quase uma unanimidade. Que pena! Muitas boas ideias se perdem no caminho da falta do acreditar que é possível. Quando acreditamos em algo somos capazes de realizar verdadeiras maravilhas.

Marcos Aurélio da Costa Marcos Aurélio da Costa

Foi coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

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