Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Conteúdo 15 de fevereiro de 2023

Proteger a natureza e o meio ambiente e preservar a capacidade produtiva das gerações futuras são responsabilidades prioritárias e de todos nós

 

Projeções mostram que em menos de um ano a população global ultrapassará 8 bilhões de pessoas. “Esse marco gera considerações de alocação de recursos, segurança alimentar, mudança climática e muito mais”. Atualmente, uma em cada nove pessoas não consegue comer o suficiente todos os dias e cerca de “33 a 40 por cento de nossa comida é perdida ou desperdiçada a cada ano” (pesquisa dos sócios sênior da McKinsey, Clarisse Magnin e Björn Timelin). E daí a pergunta: “à medida que continuamos a crescer, será possível, ao mesmo tempo, aumentar a qualidade de vida de todos?

 

Exatamente há um ano atrás eu escrevi um texto (“O conceito ESG e a responsabilidade social das empresas”) no qual procurava demonstrar que, “apesar de alguns ‘retrocessos’ e as exceções de sempre, muitos são os posicionamentos de especialistas, políticos e líderes nos mais diversos setores da atividade humana, que passaram a se ‘ocupar’, agora com maior ênfase, dos aspectos relacionados à sustentabilidade, à proteção dos direitos humanos, ao crescimento econômico e à melhoria do bem-estar de todos”.

Comentei, inclusive, que conceitos relativos à “economia circular”, “agricultura regenerativa”, “economia da vida”, “capitalismo consciente” e “ESG”, por exemplo, passaram a fazer parte das pautas de discussões de quase todos. Mesmo os consumidores, principalmente os mais jovens, já começavam a preferir adquirir bens e serviços de empresas que, além de valores morais e éticos já consagrados pela sociedade, também praticavam atividades que podem ser caracterizadas como de “responsabilidade social e ambiental”.

Lembrei, inclusive, que a própria Bolsa de Valores brasileira, a B3, tem divulgado seu próprio índice (ISE-Índice de Sustentabilidade) para classificar as empresas listadas na Bolsa com relação ao conceito “ESG”, posto que há uma clara exigência dos investidores para que as empresas passem a praticá-lo.

“Empresas com boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa – que formam o famoso tripé ESG – são as que irão sobreviver no longo prazo e devem estar no radar dos investidores”, comentou Ruth Walter, responsável pela ESG e Inovação no Bradesco Asset.

Pelo visto, defender esses valores, além de ser correto, pois necessário, passou a ser um excelente negócio. Até porque se é essencial considerar o risco climático ou possíveis novas pandemias nas tomadas de decisões governamentais e empresariais, fundamental também é ocupar-se de tarefas que diminuam esses riscos ao máximo, pois é do conhecimento de todos que quase sempre esses problemas são causados pela ação do ser humano.

A emissão de CO2 e outros gases de efeito estufa, o desmatamento e os incêndios florestais, a excessiva utilização de materiais descartáveis, a mineração predatória etc., apenas evidenciam a necessidade de serem adotadas providências urgentes de todos nós, posto que os impactos negativos na vida do ser humano, direta e indiretamente, serão cada vez maiores (1). A insegurança climática é, sem dúvida, um dos maiores problemas deste século (2), não só pelos motivos aqui citados, mas também porque gera tensão social e provoca mudanças geoeconômicos de forte impacto em toda a sociedade (3).

Não há dúvida que mudanças de clima, diferentemente de outras épocas, precisarão ser devidamente consideradas quando, tanto o setor público como o setor privado forem planejar o futuro. Assim como os temas voltados à proteção das pessoas e dos ativos, da necessidade de se aumentar a resiliência, da imprescindibilidade de se reduzir a exposição a riscos, de se repensar a forma de se contratar seguro e as finanças ou de se buscar a descarbonização (4). Há que se considerar, inclusive, a necessidade de se revisar os sistemas de auditoria e controle, de tal forma que sejam introduzidos indicadores que retratem os temas aqui abordados. Em especial aqueles relativos à saúde e à segurança dos funcionários, posto que manter trabalhadores bem cuidados, além de ser uma atitude correta e digna, ainda aumenta a produtividade empresarial.

Ainda em meados deste último mês de janeiro, dentre as cinco principais conclusões do Fórum Econômico de Davos, cujo tema central foi a Sustentabilidade e a Inclusão (5), está explícito que “as empresas globais estão descobrindo que a inclusão as está ajudando a explorar mercados carentes, dando-lhes uma vantagem competitiva”.

É cada vez mais perceptível que essas novas práticas precisam atender as exigências dos “stakeholders”, uma vez que fazer o que é certo está no radar de acionistas, funcionários, clientes, fornecedores e de toda a sociedade no qual essas empresas estão inseridas.

Entretanto, se bem que não se pode ignorar as considerações feitas com relação a importância econômico/financeira dessas práticas, uma vez que implicam em aumento de competitividade empresarial, vale ressaltar os aspectos éticos, morais e de responsabilidade social envolvidos. Deve ficar claro que a prática do conceito ESG, importante sob o ponto de vista comercial (6) ou de rentabilidade, de atendimento aos requisitos legais ou contratuais das empresas, ela é imprescindível caso queiramos preservar e melhorar o mundo no qual vivemos.

Entrevistada por Marcelo Godoy (Estadão 13.11.22) a cientista política Mônica Sodré, diretora executiva da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, resumiu: “não podemos correr o risco de restringir a pauta climática à pauta ambiental. Ela é maior. É maior que o desmatamento. Ela é uma estratégia de desenvolvimento do País. Há oportunidades econômicas que podem significar mais recursos para o Brasil” (grifos meus).

Portanto, se está claro que maximizar o valor da empresa, agora e no futuro, é um dos objetivos empresariais, e que isso está diretamente ligado à responsabilidade que cada uma dessas empresas tem, é dever, também, que todos fiquem atentos aos problemas que existem além de suas fronteiras de atuação, posto que os riscos de pequenos desleixos, notadamente com relação aos temas aqui expostos, poderão provocar danos ainda maiores. Muito maiores. “A década atual determinará se optamos por um crescimento sustentável e inclusivo ou por um aquecimento perigoso e com grandes segmentos da sociedade deixados para trás” (7).

Como escreveu o jornalista Carlos R. Schneider, em artigo publicado pela Estadão dia 6 pp, “o discurso (sobre o conceito ESG) garante não ser apenas mais um modismo, como tantos outros no passado, e sim um conceito que teria vindo para ficar, até porque não teríamos escolha, se quisermos salvar o planeta” (grifos meus).

Mesmo considerando que eventos mundiais, como são a pandemia e a guerra da Ucrânia, que obrigam quase todos a protelarem a adoção de medidas para diminuir o consumo de combustíveis fósseis por exemplo, jogando para um futuro cada vez mais distante a transição energética, é necessário que não se perca a noção de que a ‘sustentabilidade’, no seu conceito mais amplo (8), é fundamental para a preservação da vida. Investimentos, governamentais e privados, destinados a diminuir os impactos maléficos do ‘uso da terra’ e à preservação das florestas, precisam ser buscados e, cada vez mais, realizados de forma eficaz. A participação do governo, incentivando investimentos e colocando mais recursos nos programas de inclusão e sustentabilidade é essencial, bem como a participação do setor privado que, através dos investimentos em inovação promovem maior crescimento econômico, aumento de produtividade e, consequentemente, redução dos custos de produção (9).

Parece ser bastante possível, mesmo considerando as dificuldades deste ano, que o mundo empresarial veja as muitas oportunidades existentes no País. E isso somente será possível se medidas de proteção às florestas, aos povos indígenas, de diminuição da emissão de gases de efeito estufa etc., juntamente com as providências que há anos são necessárias, voltadas à educação, à habitação, à segurança e ao emprego, só para citar algumas -, sejam tomadas. Aliás, além de atrair investimentos estrangeiros ajudaria, e muito, no equacionamento de alguns dos principais problemas econômicos, tais como altas taxas de juros, de câmbio e de inflação.

Já se sabe que os países mais desenvolvidos exigem responsabilidades sociais e ambientais, inclusive das empresas, para que negócios e investimentos sejam realizados satisfatoriamente. A maioria dos grandes grupos empresariais, felizmente, já percebeu que esses valores precisam fazer parte dos “propósitos empresariais”, sob pena de se perder excelentes oportunidades de negócios em quase todos os lugares do mundo.

Entretanto, é necessário que as empresas realizem esforços no sentido de que a prática desses valores seja comum em todos os níveis da hierarquia empresarial. De acordo com estudo feito pela Deloitte (10), em finais do ano passado, 82% dos líderes empresariais “consideram que suas organizações têm níveis moderados a muito altos de conscientização/foco em questões relacionadas às boas práticas de ESG. No Brasil, 69% disseram considerar que os responsáveis pelos riscos ESG têm uma forte compreensão de contexto de negócios, estratégia e objetivos que ancoram a sua gestão eficaz”.

Mais recentemente, em dezembro de 2022 (Nota Informativa nº 24 da McKinsey), foi publicada uma outra pesquisa na qual 94% dos executivos e líderes empresariais entrevistados disseram ter “suas responsabilidades relacionadas a ESG” aumentadas nos últimos anos, enquanto 84% acreditam que suas empresas “provavelmente” manterão os compromissos ESG existentes. São bons sinais!

Relatório produzido pela McKinsey (“Rumo a um futuro sustentável”, publicado no mês de novembro de 2022) foi claro: “para tornar o mundo tão sustentável e inclusivo quanto esperamos, será necessário um certo tipo de crescimento econômico, no qual as empresas terão um papel vital” (grifos meus). Pois é!

“Líderes organizacionais reconhecem que não basta adotar uma postura reativa”, “é preciso começar a implementar estratégias mais proativas que aumentem a vantagem competitiva” e que “as pautas de meio ambiente, responsabilidade social e governança” trabalhem com “informações confiáveis”, exigindo por consequência, a elaboração de claro e completo diagnóstico a respeito dos fatores e das variáveis – internas e externas, próprias ou de terceiros –, bem como os riscos inerentes que envolvem as operações empresariais, seja na produção de bens ou na prestação de serviços. Ou seja, evoluir para o gerenciamento de riscos de terceiros em ESG.

A responsabilidade é de todos, e o mundo empresarial (11) tem papel de extrema importância em todo esse processo. A discussão sobre sustentabilidade, meio ambiente e clima, não é uma discussão local e restrita a um só lugar ou ambiente, exigindo-se, sem dúvida, que ela ocorra em âmbito mundial e independentemente das fronteiras que definem empresas, cidades, países ou continentes, pois o planeta, sob o ponto de vista da natureza é um só, totalmente integrado e interdependente. Exige-se, consequentemente, uma visão mais holística e que precisaria, sem dúvida, ser ensinada nas escolas desde o nível ‘fundamental’, como defende um dos maiores especialistas brasileiros no assunto, o cientista Carlos Nobre (12).

Depois do desgoverno Bolsonaro, que ignorou totalmente os valores defendidos pela sustentabilidade, e tudo aquilo que direta e indiretamente estava ligado ao tema (descaso com relação aos povos originários, desmatamentos e incêndios ilegais, mineração predatória em territórios proibidos, etc.), a reintrodução do uso de políticas ambientalistas, de inclusão e preservação, assim como a revisão e até a exclusão de dezenas de providências adotadas anteriormente – o caso das armas é uma delas -, será muito bem vista e colocará o Brasil novamente como um dos protagonistas do cenário mundial. Ou há alguma dúvida que a adoção de políticas que protejam as populações indígenas e as florestas significarão a adição de mais alguns bilhões de dólares no total de investimentos estrangeiros realizados no Brasil?

Como escreveu o ex-governador do Estado do Espírito Santo, Paulo Hartung (Estadão de 7 pp), corroborando com tudo aquilo que aqui se escreveu, não teve dúvidas ao afirmar que se “é inegável que as rotas utilizadas para alcançar o desenvolvimento, principalmente após a revolução industrial, implicam riscos para a natureza e o meio ambiente, com impactos diretos à humanidade”, também está clara “a expectativa global por fazer da economia descarbonizada um dos motores a impulsionar o mundo”, no qual o Brasil, com seus ativos ambientais e sua expertise produtiva em bioeconomia, tem todos os predicados para fazer história e se posicionar como uma das soluções para garantir não só a vida no planeta, como também uma humanidade mais justa, com existência mais digna para todos” (grifos meus).

Entre formas diferentes de conceituar sustentabilidade, eu ainda aprecio o que se escreveu, em 1987, no Relatório de Brundtland, pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento: “O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. A humanidade agradece.

 

(1) Com o aumento do calor, por exemplo, espera-se baixa produtividade dos trabalhadores que operam ao ar livre, enquanto que inundações, seja pelo excesso de chuvas ou do avanço dos oceanos, implicam em danos físicos irreversíveis ou cuja recuperação é de altíssimo custo (casas ou infraestrutura). Óbvio que as correspondentes interrupções dos processos de produção, com impactos e frequência maiores, desestruturam as cadeias de abastecimento e desorganizam quase toda a economia. Aumentos de custos e de preços, e certa generalização no processo inflacionário serão sentidos em todo o mundo.

(2) “O setor privado e as mudanças do clima” – Estadão 28.12.22. Texto de André Ferretti, Gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário. “A emergência climática pode ser considerada o maior desafio da humanidade neste século sob diferentes pontos de vista. Mas, infelizmente, o Brasil e o mundo ainda estão muito aquém dos esforços necessários para restringir o aquecimento global dentro do limite de 1,5 °C até o fim do século. Todos os países precisam ampliar o nível de ambição dos seus compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa, pois a Organização das Nações Unidas (ONU) já reconheceu que, mesmo que as nações cumpram os compromissos firmados no Acordo de Paris, poderemos ter um aumento médio da temperatura global em 2,4 °C até o fim do século.

(3) Tom Middendorp, general aposentado do Exército Real da Holanda, entrevistado por Axel Esqué, sócio da McKinsey de Paris (28.11.22), foi claro ao abordar o tema “A ligação entre o clima e a segurança nacional): “A população mundial está dobrando de tamanho, então a demanda está aumentando. Enquanto isso, estamos com falta de muitos recursos, incluindo água e minerais raros. Essa lacuna entre demanda e oferta se tornará uma fonte de atrito no mundo. E isso levará a desastres, fluxos migratórios, extremismo e conflitos internos e externos nas regiões. Não é uma imagem cor de rosa e acho que as comunidades de defesa precisam estar preparadas e se adaptar”. Um dos efeitos atuais é a atual tensão mundial, momento no qual “os países querem se tornar menos vulneráveis ​​tornando-se menos dependentes de energia de outros países. Acelerar a transição energética os ajudaria a alcançar essa independência. Ao mesmo tempo, precisamos estar cientes de que a transição energética aumenta a demanda por minerais raros necessários para baterias e painéis solares. Isso pode resultar em escassez de novos recursos – e na necessidade de garantir o acesso a esses tipos de recursos. Precisamos tornar nossas organizações e nossas políticas à prova de clima”.

(4) “Um elemento-chave na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) nos Estados Unidos será a descarbonização do setor elétrico, que atualmente responde por 25% das emissões de GEE dos EUA”, conforme comentaram os sócios seniores da McKinsey (Hamid Samandari e Humayun Tai). Ou como comentou outro sócio da McKinsey (Jeffrey Lewis): “Os líderes de tecnologia corporativa podem ajudar na busca de descarbonização de suas empresas”. Primeiro criando “transparência digital em torno das emissões de carbono” das organizações e “usando técnicas de coleta de dados com tecnologia e empregando planilhas analíticas detalhadas”. Ainda segundo Lewis, “em alguns casos, reduzir o uso de materiais pode reduzir não apenas as emissões, mas também os custos de logística”. Alguma dúvida?

(5) As cinco principais conclusões do Fórum Econômico Mundial de 2023, conforme publicação do Estadão do último dia 21: 1) A disrupção global não está diminuindo. As empresas devem priorizar a construção de músculos de resiliência hoje para se preparar para o amanhã; 2) Nenhuma região é uma ilha. O futuro da globalização precisa de diversificação em vez de dissociação; 3) Para alcançar um futuro líquido zero, os líderes devem equilibrar a transição energética e a resiliência energética; 4) As empresas globais estão descobrindo que a inclusão as está ajudando a explorar mercados carentes, dando-lhes uma vantagem competitiva; 5) A florescente economia espacial tem um vasto potencial para mudar o mundo. Muitos setores podem capturar a inovação do espaço.

(6) Dia 06/12/22, “o Conselho Europeu sinalizou um “acordo” com o Parlamento Europeu para a definição de uma legislação (“Deforestation Regulation”) que barra a importação de produtos agropecuários oriundos de desmatamento ocorrido depois de 31/12/2020. O assunto não é novo, e vem sendo discutido há uns dois anos. O debate legislativo começou na Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, em 17/11/2021. No último dia 13 de setembro, o Parlamento Europeu aprovou a primeira versão da norma, proibindo a comercialização, importação e exportação de produtos agropecuários associados ao desmatamento. Agora, o Conselho Europeu anuncia sua posição. É algo muito sério para nosso agro e, demore quanto demorar a regra para funcionar, temos de tomar uma decisão definitiva: acabar com o desmatamento ilegal e outras ilegalidades como invasão de terras, garimpos clandestinos e incêndios criminosos” (Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura, em artigo publicado pelo Estadão dia 11.12.22: “Aperta-se o cerco”).

(7) “Os desafios para a sustentabilidade e inclusão são grandes e urgentes. Do lado da sustentabilidade, a eficiência energética está reduzindo as emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa em alguns países, mas as emissões mundiais continuam a aumentar, acelerando as mudanças climáticas e seus riscos físicos decorrentes. O mundo está, portanto, a caminho de esgotar seu “orçamento de carbono”, a quantidade de gases de efeito estufa que pode emitir sem desencadear níveis perigosos de aquecimento, até 2030. Quanto à inclusão, embora em alguns aspectos o mundo tenha se tornado mais inclusivo nas últimas décadas, bilhões de pessoas ainda vivem em países que poderiam se sair muito melhor em medidas como expectativa de vida, mortalidade infantil e paridade de gênero na participação da força de trabalho. A inovação liderada pelos negócios é uma das principais razões pelas quais as empresas serão cruciais em qualquer empreendimento bem-sucedido para um crescimento sustentável e inclusivo”.

(8) Conceito de sustentabilidade sob três horizontes: a) “repensar valores da sociedade, padrões de consumo, o conceito da obsolescência planejada, e nos perguntarmos até quando o planeta suporta esse modelo, que é hoje o motor do crescimento”; b) as empresas precisam “redefinir os seus modelos de negócios, com mudanças importantes direcionadas pela tecnologia, onde a sustentabilidade seja um vetor relevante”; c) “esforços crescentes (via inovação) para desenvolver soluções e iniciativas que olhem o ESG”. Já se criou, inclusive, “o termo inovabilidade para se referir à inovação que busca a sustentabilidade” (Carlos R. Schneider para o Estadão dia 6 pp: “Uma nova cultura empresarial de sustentabilidade).

(9) Pesquisa da Deloitte, realizada em colaboração com a Oxford Economics (“Climate Check 2022”), demonstrou que mesmo com problemas do mundo atual, relativamente mais graves do que em épocas anteriores, contingente significativo de executivos e líderes empresariais, de todo o mundo, incluindo o Brasil, pretende aumentar seus esforços em defesa da sustentabilidade e de proteção do meio ambiente. E mais, a maioria também espera que os governos realizem investimentos e políticas públicas que incentivem a utilização dessas práticas.

(10) Pesquisa Global de Gestão de Riscos de Terceiros, com mais de 1300 líderes empresariais de todo o mundo, sobre a percepção a respeito do tema e dos desafios que precisarão ser enfrentados: “podemos ver que muitas organizações estão evoluindo em relação aos gerenciamentos de riscos de terceiros em ESG e que a tomada de decisões com base em dados confiáveis torna-se ainda mais relevante quando associada a essa pata, de acordo com os compromissos sustentáveis exigidos pelo mercado”, destacou Alex Borges, líder da Prática de Riscos Regulatórios e Estratégicos da Deloitte.

(11) A Associação Brasileira de Operadores Logísticos, apenas para citar um exemplo bastante próximo, está tomando partido. Recentemente a Associação tornou-se signatária do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), cujo objetivo é alinhar as operações de negócios aos dez princípios universalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Segundo comentário da Diretora Executiva da ABOL, Marcella Cunha, “o foco da iniciativa vai ao encontro do planejamento estratégico que envolve projetos voltados à Governança Ambiental, Social e Corporativa”. “A ideia é discutir a questão de forma setorial, focando em resultados práticos. Juntos, podemos pensar em metas para o nosso Grupo ESG, além de entregar soluções positivas para a sociedade”, completou Marcella. Sem dúvida, um bom começo e um excelente exemplo que precisa ser seguido por outras associações empresariais ou de classes. Além das escolas, pois todas as pessoas, bem como os profissionais dos diversos ramos da atividade econômica, precisam ter, se não profundo conhecimento, consciência da importância desses temas no mundo atual.

(12) ‘Sustentabilidade tem de ser ensinada desde o fundamental’, Carlos Nobre, Estadão dia 9 pp. “O planeta só vencerá os desafios ambientais se houver uma nova geração que não aceite mais um mundo insustentável”. “É muito importante que os estudantes tenham aulas sobre o que é uma vida sustentável, um ambiente sustentável, para construir trajetórias sustentáveis para vida individual, da família, da localidade, mas também de um país e de um planeta”. “É muito difícil você imaginar que vamos vencer os desafios – seja o combate às emergências climáticas, seja o combate à poluição urbana, que mata entre 4 e 7 milhões de pessoas por ano – sem que apareça uma nova geração que não aceite mais um mundo insustentável”.

.

.

Paulo Roberto Guedes Paulo Roberto Guedes

Formado em ciências econômicas (Universidade Brás Cubas de Mogi das Cruzes) e mestre em administração de empresas (Escola de Administração de Empresas de São Paulo/FGV). Professor de logística em cursos de pós-graduação na FIA (Fundação Instituto de Administração), ENS (Escola Nacional de Seguros) e FIPECAFI (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras). Membro do Conselho Consultivo da ABOL – Associação Brasileira de Operadores Logísticos, da qual também foi fundador. Membro do Conselho de Administração da ANHUMAS Corretora de Seguros. Diretor de Logística do CIST – Clube Internacional de Seguro de Transporte. Consultor Associado do escritório de Nelson Faria Advogados. Consultor empresarial e palestrante nas áreas de planejamento estratégico, economia e logística. Articulista de diversas revistas e sites, tem mais de 180 artigos publicados. Exerceu cargos de direção em diversas empresas (Veloce Logística, Armazéns Gerais Columbia, Tegma Logística Automotiva, Ryder do Brasil e Cia. Transportadora e Comercial Translor) e em associações dos setores de logística e de transporte (ABOL – Assoc. Brasileira de Operadores Logísticos, NTC&L – Assoc. Nacional do Transporte de Cargas e Logística, ANTV – Assoc. Nacional dos Transportadores de Veículos, ABTI – Assoc. Brasileira de Transp. Internacional e COMTRIM – Comissão de Transporte Internacional da NTC&L). Exerceu cargos de consultoria e aconselhamento em instituição de ensino e pesquisa (Celog-Centro de Excelência em Logística da FGV), de empresas do setor logístico (Veloce, Columbia Logística, Columbia Trading, Eadi Salvador, Consórcio ZFM Resende, Ryder e Translor) e de instituição portuária (CAP-Conselho de Autoridade Portuária dos Portos de Vitória e Barra do Riacho do Espírito Santo). Lecionou em cursos de pós-graduação na área de Logística Empresarial na EAESP/FGV (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas) e em cursos de graduação de economia e administração de empresas em diversas faculdades (FAAP-Fundação Armando Álvares Penteado, Universidade Santana, Faculdades Ibero Americana e Universidade Brás Cubas). Por serviços prestados à classe dos Economistas, agraciado com a Medalha Ministro Celso Furtado, outorgada pelo Conselho Regional de Economia de São Paulo.

Enersys
Savoy
Retrak
postal