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Conteúdo 8 de março de 2014

Quando a corrida por metas se torna vã

Venho tendo conhecimento de verdadeiras caçadas em busca de metas que beiram o absurdo. Tudo bem que as pessoas motivadas são capazes de “desenhar uma vaca e tirar dela cinco litros de leite”, mas só motivação não basta. Ela, a motivação, jamais será páreo para a lógica das coisas. Não conseguirei comprar algo que custa dez por cinco, a não ser que eu me capacite para negociar, planeje um bom financiamento ou invista bem antes da compra.

O fato é que muitas empresas estão esperando isso das pessoas, e o resultado é que a compra é feita e o produto adquirido passa a ser uma enorme dor de cabeça e, muitas vezes, a própria falência.

Na nossa área de Logística, especificamente no setor de transportes, com os aumentos sucessivos do combustível, pneus, peças e serviços – sem contar com impostos, reajustes salariais e encargos – como bater metas sem o necessário aumento do valor do frete? Simples: sacrificando pessoas e equipamentos e diminuindo a qualidade na prestação dos serviços.

Novas rotas e financiamentos bem estudados são medidas paliativas que logo sucumbirão à situação se não se buscar uma eficiência dos processos que envolvem maiores custos até a busca dos detalhes.

Vejo empresas com excelentes estruturas oferecendo “tênis caríssimos” para que seus funcionários possam correr 100 quilômetros em 10 minutos. Logicamente não conseguirão e, pior que isso, irão enxergar como pressão absoluta e não como uma “motivação maestrada”; além disso, os “tênis” não precisavam ser tão caros já que um concorrente conseguiu superá-las em 10% com um investimento menor, porém bem mais lúcido.

É verdade que as empresas exigem um pouco mais daquilo que cada um pode dar e isso é muito bom para o desenvolvimento profissional. Mas, metas cheias de ilusões podem atrapalhar, e muito, a evolução financeira de uma empresa por correr o risco de contar com o que está no futuro e de desmotivar suas equipes por elas terem ciência de que a empresa sabe que são metas inatingíveis.

Não podemos deixar de mencionar aquelas que cobram sem oferecer qualquer ferramenta para o alcance das metas. E isso é mais comum do que pensamos. São “mendigos” que sonham em casar com uma modelo internacional.

Analise suas metas e veja:
– Se o tempo para atingi-la é coerente com a velocidade do mercado.
– Se o investimento total será coberto com a diferença entre o normal e o plus. O ideal é sempre que o investimento para a nova meta já esteja coberto pelo lucro das metas anteriores. Isso é crescimento sustentável.
– Se a motivação leva à qualificação ou o contrário. Geralmente, a qualificação produz entusiasmo, e a motivação, o otimismo. Opte pelo entusiasmo.
– Se as energias estão direcionadas para os processos críticos e nomeie as prioridades. Use os métodos adequados para cada processo para não “tomar um comprimido para dor de cabeça esperando que resolva as dores de barriga”.
– Seja criterioso no avanço da sua meta. Um passo de cada vez. Saiba que, se não concluiu determinada etapa, você poderá ter de voltar para concluí-la. Se esse passo não compromete os demais, ele nem precisaria estar no projeto.

Em cada fase se faz necessária uma análise, por isso não há uma única receita para atingir o sucesso. Essa caminhada é muito dinâmica. Exige conhecimento, aplicação, disciplina e coerência. Exigir o inatingível sem a noção disso é “nadar no seco” e, sabendo, é correr os riscos de despencar com os rendimentos das equipes por não comprarem as ideias.

Bom senso acima da ambição e valorização das qualidades do quadro de pessoal, trabalhando os pontos fracos, são meios eficientes para o começo de um bom projeto de metas. Lembre-se: só “viaje na maionese” se esse for o seu produto.

Marcos Aurélio da Costa Marcos Aurélio da Costa

Foi coordenador de Logística na Têxtil COTECE S.A.; Responsável pela Distribuição Logística Norte/Nordeste da Ipiranga Asfaltos; hoje é Consultor na CAP Logística em Asfaltos e Pavimentos (em SP) que, dentre outras atividades, faz pesquisa mercadológica e mapeamento de demanda no Nordeste para grande empresa do ramo; ministra palestras sobre Logística e Mercado de Trabalho.

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