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Conteúdo 5 de agosto de 2013

Rua do Adubo no Guarujá: um dos maiores gargalos logísticos do Brasil

Há anos acompanhamos algumas matérias sobre os constantes congestionamentos naquela que é a única via de acesso aos principais terminais do Porto de Santos até então: A “Rua do Adubo” no Guarujá.

O Professor Idalino Pinez que empresta nome a Rua do Adubo e o Cônego Domenico Rangoni que batiza a antiga Piaçaguera-Guarujá tremeriam diante de tamanho descaso.

O acesso a Rua do Adubo é feito a partir da Rodovia Cônego Domenico Rangoni, também conhecida como Piaçaguera-Guarujá. Foi construída na década de 70, na época visava permitir melhor acesso ao município, que só era possível através de balsas a partir de Santos.

Atualmente sob concessão, possui trinta quilômetros de extensão dos quais 8 km são no perímetro da Ilha de Santo Amaro (Guarujá). Construída sob mangue, possui pistas múltiplas, um pedágio e corta o município de Cubatão, ligando o “pé da serra” (Sistema Anchieta imigrantes) à onerosa margem esquerda do Porto de Santos na Cidade de Guarujá (terceira maior ilha do litoral do Estado de São Paulo), com status de Estância Balneária.

Guarujá não carrega o nome do Porto, mas é a região que mais opera e sofre suas consequências atualmente.

Na cidade estão localizados importantes e significativos terminais portuários especializados em contêineres, embarque de veículos, granéis sólidos, granéis líquidos, etc. Atividades importantes para a cidade.

O cenário é de enormes filas de caminhões que pernoitam a beira da rodovia. Motoristas sem descanso e condições mínimas de alimentação, higiene e segurança. Empresas com suas operações comprometidas por conta da imobilização do veículo.

Vejamos a seguir as ações que estão sendo feitas na região para minimizar o problema num dos maiores gargalos logísticos do Brasil:

a)    Entre a Rua do Adubo e os terminais recentemente foi construído um viaduto com extensão aproximada de 450 metros ao custo de R$ 51 milhões, recursos do PAC, administrado pela Secretaria dos Portos.
b)    Como as expectativas de prazo no cumprimento da obra não foram atendidas, recentemente uma medida paliativa de um novo acesso ligando à rodovia a área portuária, um pouco mais adiante pela mesma rodovia, após a Rua do Adubo. As áreas para novo acesso são particulares, e seriam arrendadas por R$ 60 mil reais mensais, sendo 75% para uma indústria química e 25% a um operador logístico, donos dos terrenos.
c)    Dividir o acesso por perfil de cargas, com exclusividade para contêineres via Rua do Adubo, e demais cargas pelo novo acesso; com a expectativa de aliviar a concentração de caminhões principalmente no período de safra.

A pergunta é: “as cargas serão descarregadas”? Não havendo cadência na recepção de cargas será um esforço em vão.

Há dúvidas quanto à efetividade de tais medidas também por conta do impacto no tráfego urbano local.

Se os caminhões estão ali, significa que de uma maneira ou de outra as cargas estão chegando, e o problema não é só de acesso aos terminais.

O caminhão permanece mais tempo aguardando operações de carga/descarga que no trajeto médio de 500 km (perfil das operações de transporte de cargas em contêineres com origem ou destino Porto de Santos).

Prejuízo às empresas do setor, penalidade aos motoristas e clientes, comprometimento da atividade turística que rotula a cidade, riscos de roubos das cargas e transtornos para a população, enfim uma série de problemas por conta de meio quilômetro de gargalo.

 

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