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Conteúdo 20 de fevereiro de 2009

Embraer cortará 4,2 mil empregos

A Embraer vai cortar 20% da força de trabalho. Presidente da companhia diz que cortes são inevitáveis.

A Embraer informou ontem que promoverá um corte de cerca de 20% do seu efetivo, que soma hoje 21.362 empregados. As demissões ocorrerão, principalmente, na mão-de-obra operacional, administrativa e lideranças, incluindo a eliminação de um nível hierárquico de sua estrutura gerencial. A empresa garantiu que a maioria da mão-de-obra de engenharia se manterá engajada nos programas de desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, que prosseguem inalterados.

A redução de pessoal, segundo a fabricante de aviões, é decorrência da crise sem precedentes que afeta a economia global, em particular o setor de transporte aéreo. "Tornou-se inevitável efetivar uma revisão da base de custos e do efetivo de pessoal, adequando-os à nova realidade de demanda por aeronaves comerciais e executivas", explicou.

A empresa destacou que apesar de ter sede no Brasil, depende fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da economia global – mais de 90% de suas receitas são provenientes de exportações, pouco se beneficiando, portanto, da resiliência que o mercado doméstico brasileiro vem demonstrando.

Atividade

A Embraer também anunciou uma segunda revisão das estimativas para 2009. Alegando os impactos da crise financeira internacional, a fabricante de aviões reduziu a projeção de entrega de aeronaves no ano para 242 unidades, ante previsão anterior de 270 aviões. Por conta da redução no volume, a receita também foi revista de US$ 6,3 bilhões para US$ 5,5 bilhões em 2009. Os planos de investimentos para o ano, por sua vez, foram reduzidos em US$ 100 milhões, para US$ 350 milhões.

A previsão inicial da receita para 2009 era de US$ 7,1 bilhões, que foi revisada para US$ 6,3 bilhões no final do ano passado. Os investimentos estavam estimados inicialmente em US$ 600 milhões e foram alterados para US$ 450 milhões. No caso das entregas, a Embraer pretendia encerrar 2009 com 350 unidades; em novembro a projeção foi reduzida para 270 unidade.

Em carta sobre as demissões anunciadas ontem e enviada aos funcionários, o presidente da Embraer, Frederico Curado, avaliou que a crise atual não é um problema temporário, que pode ser resolvido no curto prazo ou que poderia tornar viável algum tipo de solução transitória. Segundo o documento, divulgado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, um agravante no atual quadro de dificuldades é a significativa redução da oferta de crédito para financiamento de aeronaves.

Na carta, o presidente da Embraer afirmou que a aviação comercial e a executiva sofrem com um grande volume de adiamentos, muitos deles por mais de dois anos. "Agravando essa situação, nesses últimos meses, o mercado de aviação executiva entrou em uma espiral descendente, causando uma quase paralisação de novas vendas.

Em nota, o sindicato reclamou que os cortes anunciados não foram comunicados oficialmente à entidade, apesar dos pedidos nos últimos meses para que fosse agendada uma reunião para discussão sobre o assunto.

"O sindicato vinha cobrando uma posição da empresa com o objetivo de discutir a garantia de emprego dos trabalhadores desde o ano passado. Foram enviados pedidos de audiência com o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, com o governador José Serra e com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva", informa a entidade.

 

Fonte: Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br

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