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Conteúdo 23 de março de 2009

Encontro sobre Logística Reversa reúne empresários em São Paulo




A quantidade e variedade de novos produtos com ciclos de vida curtíssimos que cresce consideravelmente, estratégias de Supply Chain, legislações ambientais crescentes e a necessidade da construção e manutenção da imagem empresarial são fatores que tornam a Logística Reversa cada vez mais visível para as empresas brasileiras. Com isso, a variedade de produtos torna a LR cada vez mais complexa, de acordo com o presidente do CLRB – Conselho de Logística Reversa do Brasil (Fone: 11 5097.9895), Paulo Roberto Leite.

O acadêmico explicou que esta modalidade ocupa-se com o retorno de produtos consumidos ou não, recupera o valor econômico, agrega valor a ser­vi­ços, imagem, aspectos ecológicos e legais, cria centros de lucro e garante sustentabili­dade, antecipa-se, cumpre e orienta a legislação, bem como proporciona redução de custos a quem a adota.

No III Encontro de Logística Reversa do CLRB, realizado em fevereiro último, no auditório da TGestiona (Fone: 0800 7771010), em São Paulo, SP, Leite ressal­tou que a missão do Conselho é desenvolver negócios e práticas voltadas à Logística Reversa, que ainda tem muito mercado, considerando que a maior parte dos produtos que necessitam de uma destinação especial não recebe este tratamento. “Por exemplo, 98% dos celulares, assim como 85% do plástico comercializado no Brasil não retornam da forma correta”, apontou o presidente.

De acordo ele, a intenção do Conselho é que competição e colaboração andem juntas, referindo-se à competição entre os prestadores de serviços de Logística Reversa, os quais devem, na visão do Conselho, colaborar com a questão da destinação correta dos produtos. Para ele, não se trata apenas de uma questão logística, mas, sim, de sustentabilidade e preservação.

Segundo André Saraiva, diretor de Sustentabilidade da Abinee – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Fone: 11 2175.0000), que foi um dos palestrantes do evento, a ausência de uma legislação que obrigue a empresa fabricante a se tornar responsável pela destinação pós-consumo de seus produtos foi o fator que acabou contribuindo para a criação do termo “Logística Reversa”.

Para lembrar um exemplo de LR eficiente e que gera resultados muito positivos, Saraiva, que também é diretor e idealizador do PRAC – Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada (Fone: 11 3511.3889), citou o Projeto Energia Responsável, que viabiliza para as empresas o conceito de fornecimento de energia quando se trata de baterias automotivas. “Transformamos o insumo em produto (bateria), mas vendemos o serviço ao cliente. Ele está interessado em ‘ligar e desligar’ o carro. Ninguém quer uma bateria, a parte física dela. Mas, sim, o serviço que ela proporciona (‘ligar e desligar’)”, detalhou.

Durante o evento ­­ – pa­­tro­ci­nado pelos Correios e pela HP, além de empresas voltadas à sustentabilidade e pela TGestiona ­­ – , os representantes dos patrocinadores falaram sobre a Logística Reversa realizada por suas empresas e destacaram, principalmente, a preocupação com a destinação pós-consumo dos produtos. “Eu não esperava a presença de tantas empresas de tantos setores diferentes, como operadores logísticos, indústrias, etc. Isso é sinal de que o Conselho está ganhando cada vez mais força”, comentou Marcelo de Souza, diretor da TGestiona.

Ele relatou que a empresa, pertencente ao Grupo Telefônica, trabalha com Logística Reversa há sete anos. No entanto, lembra que este serviço já era realizado desde a época da Telesp. “Não basta buscar o equipamento. Há diversos aspectos a serem considerados no processo de LR. O foco é reduzir custos, melhorar processos e apoiar a expansão dos clientes”, afirmou.

As outras áreas de atuação da TGestiona, que tem um processo de administração completamente independente do da Telefônica, dando um suporte muito mais operacional do que administrativo, são fundamentais para a área de logística da empresa. “Se precisamos de um armazém, o pessoal do Imobiliário vai atrás de um terreno. Todos os sistemas e softwares utilizados pela Logística são 100% desenvolvidos pela nossa área de TI, que conta com mais de 50 profissionais. E as áreas Econômico-Financeira e de RH também cumprem suas funções junto à logística”, revelou.

Nesta área, em que presta serviços para empresas como Telefônica e Vivo, a TGestiona oferece serviços de armazenagem, distribuição e LR. “A Logística Reversa é cada vez mais requisitada pelos nossos clientes”, complementa, apontando em que consiste este serviço: coleta, triagem e desinstalação, planejamento e controle de reparos e manutenções e triagem de material reparável. “Para que a LR seja cada vez mais especializada é preciso ter atenção aos mínimos detalhes”, acrescentou.

De acordo com o executivo, dos 13 clientes nos quais a TGestiona implementa serviços na área de logística, seis utilizam-se da LR. “Em média, a companhia realiza 128 mil atendimentos/mês em Logística Reversa, com produtos como banda larga, TV Digital, cartões telefônicos, equipamentos de dados e celulares”, informou.

Por fim, sobre a destinação correta pós-consumo, Souza foi enfático ao dizer que não basta apenas falar em imagem, sustentabilidade, etc., e afirmou que ainda é preciso aprender a fazer Logística Reversa no Brasil. “É importante o debate sobre o assunto, porque os executivos, muitas vezes, não enxergam todos os benefícios do procedimento, como redução de custos e proteção ao meio ambiente, um grande diferencial para o consumidor na hora de escolher um produto hoje em dia”, concluiu.

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