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Economia 26 de janeiro de 2017

Evento promovido pelo Instituto Logweb discutiu soluções para enfrentar crise econômica

Primeiro evento promovido pelo Instituto Logweb de Logística e Supply Chain – ILOG, o “2017 – Crescimento Selvagem – Prepare-se!” aconteceu na manhã do dia 22 de novembro, no escritório da Vigna Advogados Associados, em São Paulo, SP, e abordou a importância de as empresas se prepararem para o tão esperado aumento da demanda, que virá após o período crítico da crise.

O moderador do encontro, Antonio Wrobleski, presidente do conselho do Instituto e sócio-proprietário da AWRO Participações e Logística, fez a introdução ao assunto ressaltando que a atual situação não vai passar tão cedo e que há falta de dinheiro, de capital de giro e de investimentos. Para enfrentar esse momento de dificuldade e se preparar para a retomada, ele sugeriu a utilização de ferramentas de TI e outras que ajudem a melhorar a gestão das empresas, como mostraram alguns dos palestrantes.

Na sequência, José Francisco de Lima Gonçalves, economista chefe do Banco Fator, fez uma análise do momento que o Brasil enfrenta e disse que a recessão já era possível de ser prevista em 2012, com a perda de ímpeto da formação bruta de capital fixo. De acordo com ele, a situação de mercado ainda vai piorar e não há previsão de investimentos por parte do governo. A eleição do Trump, inclusive, vai mexer com o mercado. “A expectativa de crescimento para o ano é de 0%. Nossa esperança é a queda da taxa de juros, pois não há como enfrentar a concorrência externa devido às taxas de câmbio”, explicou.

Logo depois, Luiz Renato Martins Costa, assessor de educação da GS1 – Associação Brasileira de Automação, apresentou como a tecnologia ajuda a alcançar a eficiência e a redução de custos, destacando os benefícios da radiofrequência. “Sua adoção está se intensificando na medida em que mais e mais varejistas nos Estados Unidos, no Brasil, na Europa e Ásia reconhecem a melhora na eficiência do estoque em toda a cadeia de abastecimento”, mostrou.

O RFID consegue ler uma grande quantidade de etiquetas à distância, sem que precise estar na linha de visão do leitor, permitindo múltiplas leituras simultaneamente. As etiquetas têm funções de segurança e podem ser regravadas. Uma vez que o sistema tenha sido implementado e testado, funciona com o mínimo de interação humana.

Costa relatou o case da Brascol, considerado o segundo maior no mundo no setor de varejo quando se fala em automatização de processos. “Uma venda de 280 peças no processo antigo, utilizando o código de barra, demorava 50 minutos até chegar ao caixa para pagamento. A mesma venda de 280 peças utilizando RFID leva hoje 16 minutos, uma redução de 68% no tempo e realocação de 50% no efetivo”, contou. Além disso, foi adicionada uma nova etapa de segurança ao final do processo de venda, para assegurar que as compras são exatamente o que o cliente escolheu. Houve, ainda, redução de 60% no tempo de inventário.

Já a loja de roupas Memove, outro exemplo apresentado pelo assessor de educação da GS1, conseguiu aumentar em 300% a velocidade do processo de recebimento, com todos os itens sendo controlados pela nova tecnologia. Com isso, a divergência entre o inventário virtual e o ambiente real mudou para praticamente 0%. A empresa aumentou, ainda, 60% o tempo do cliente gasto dentro da loja e diminuiu as filas.

Dando continuidade, José Soares, diretor comercial da Klabin, expôs o Projeto Puma, contando todo o processo de construção da unidade em Ortigueira, no Paraná, cujas obras começaram em janeiro de 2014. A fábrica, já em pleno funcionamento, demandou investimentos de R$ 8,5 bilhões e produz 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano, incluindo fibra curta (eucalipto), fibra longa (pínus) e fluff (matéria-prima utilizada principalmente na produção de fraldas e absorventes). “Noventa por cento de toda a produção é exportada. Nosso objetivo é alcançar 50% do mercado nacional”, disse Soares.

A logística da fábrica funciona assim: a madeira é retirada das florestas e transportada via modal rodoviário por 72 km até a planta de celulose. De lá, após processamento, segue por mais 441 km através de ferrovia até Paranaguá, onde é armazenada. Por fim, os caminhões percorrem mais 5 km até o porto. Cerca de 50 caminhões são utilizados para abastecer os navios.

Para ilustrar a complexidade de suas operações, o diretor comercial da Klabin contou que para produzir 1 tonelada de celulose, são necessárias 4 toneladas de madeira. Cada caminhão carrega em média 39 toneladas, ou seja, diariamente, a fábrica recebe mais de 420 veículos. Para que toda a logística ocorresse da melhor forma, a empresa precisou investir em terraplanagem, linhas de transmissão, ramal ferroviário, construção de estradas e pontes, bem como em um armazém com 22.000 m² de área, capaz de armazenar 60.000 toneladas de celulose.

Soares ressaltou, ainda, que a fábrica é autossuficiente em geração de energia elétrica. Com a venda da energia para as concessionárias, a empresa conseguiu reduzir seu custo de produção. O objetivo de sua palestra foi mostrar como o planejamento permite criar as melhores soluções para otimizar as operações, gerando menos gastos nos processos e mais lucratividade.

A relevância do mercado de Business Intelligence e Analytics foi apresentada por Rodrigo Segalla Uehara, sócio-diretor de Tecnologia da IN – Inteligência de Negócios. Ele contou que extrair e normatizar os dados gerados pela empresa permite uma visão mais completa do próprio negócio. “Esses dados possuem um alto valor. Acreditamos que eles têm uma história para contar e que isso pode ajudar a companhia a se diferenciar dos concorrentes”, disse.

De acordo com Uehara, não adianta ter conhecimento sem ações, é preciso da prática. A empresa oferece, entre outras soluções, o QlikView, software que possibilita ao usuário saber como tomar decisões mais rápidas e inteligentes, conectando diretamente a demanda e as operações de produção e reabastecimento.

A IN ajuda a criar centros de excelência analíticos dentro da estrutura dos clientes, permitindo que, a partir dos dados, as empresas saibam o que está acontecendo, por que ocorreu, o que provavelmente vai acontecer, como garantir que realmente aconteça e, de acordo com essa análise, qual a melhor decisão a tomar.

A organização dos contratos é outro fator que deve ser levado em consideração quando se fala em melhorar os processos, conforme explicaram Paulo Vigna, sócio-proprietário do escritório Vigna Advogados Associados, e Ana Gabriela Malheiros de Oliveira, sócia da área Consultiva & Contratual. Para auxiliar nesse processo, foi desenvolvido o Legal Control, sistema que atua na organização e no cadastramento dos documentos, acompanhando as disposições contratuais relevantes, tanto na esfera jurídica quanto na comercial. Ele possibilita, de acordo com os interesses e prioridades, a inserção de informações que serão objeto de gestão e estão estabelecidas em cada contrato. Vale lembrar que a administração do sistema é em nuvem, e o cliente tem acesso total via web.

“A plataforma permite otimizar as renegociações, analisando indicadores de performance e melhorando a qualidade dos serviços prestados”, disse Ana Gabriela. “Dentro do crescimento selvagem, é fundamental que as empresas pensem nisso”, acrescentou Paulo.

Em seguida, João Alfredo Pimentel, sócio-fundador da CorpFlex, especializada em cloud corporativa e outsourcing de TI, abordou a governança corporativa como alavanca do crescimento, pois ela envolve gestão de riscos e de pessoas, criação de valor e estratégia, entre outros fatores, imprescindíveis para qualquer companhia. “Vale salientar que é preciso uma boa estratégia executada a partir do budget, corrigido mês a mês”, destacou.

Pimentel citou que as principais “dores” do mercado são reduzir custos, melhorar processos e produtividade, aumentar as vendas e investir em inovação e transformação digital. “Sem a informatização, 40% das empresas estarão fora do mercado. É preciso olhar a cadeia produtiva inteira e usar a tecnologia a favor”, disse. Encerrando sua apresentação, fez uma brincadeira com a palavra “crise”: tire o “s” e fica “crie”.

Finalizando, Edilaine Cristina, sócia-diretora da Vigna Tax, especializada em gestão de negócios, consultoria tributária e profissional, falou sobre a importância do planejamento tributário para a sustentabilidade das empresas. “É uma possibilidade de redução de custos e melhoria da lucratividade. Num ambiente de elevada carga tributária, torna-se indispensável para qualquer tipo de negócio”, frisou.

Através de uma nova metodologia e um software desenvolvido especificamente para esse fim, a Vigna Tax analisa o sistema de gestão das empresas e identifica possíveis erros de cálculo causados por imperfeições nos parâmetros e cadastros de produtos, fornecedores, centros de custo, entre outros. “Todos os pontos levantados na revisão são utilizados na própria escrituração da empresa, sem necessidade de ações judiciais ou homologações da Receita Federal, e devidamente suportados pela lei”, destacou.

Como resultado, a empresa encontrou créditos tributários que nunca haviam sido apontados antes, que somavam mais de R$ 500 milhões.

COM A PALAVRA, O PÚBLICO
Um dos participantes do evento foi Edson Carillo, diretor da Connexxion Brasil, consultoria especializada em cadeia de abastecimento, logística e engenharia industrial. Segundo ele, o encontro foi essencial para o planejamento de 2017, com cenário claro e perspectivas diversas sobre rumos da economia.

Carillo destacou a palestra de Gonçalves, do Banco Fator, que apresentou conclusões objetivas das perspectivas econômicas e políticas do cenário brasileiro e mundial, sob o “efeito Trump”. “Com os inputs da GS1, tivemos uma visão da otimização dos processos, com automação da informação em ambiente de competitividade e pressão por redução de custos. Pudemos ainda ouvir conselhos no viés jurídico na gestão dos contratos, fundamentais para evitar questões legais, especialmente na relação com fornecedores”, acrescentou.

Também foram relevantes, em sua opinião, as contribuições de Uehara, da IN, que abordou o cockpit na gestão dos indicadores de desempenho, em especial para a tomada de decisão. Ressaltou, ainda, o assunto governança, que acredita ser a base das empresas, principalmente “no ambiente de insegurança empresarial que os infelizes fatos recentes têm trazido à tona”, expôs.

Enfim, para Carillo, foi um evento que agregou contribuições ao empresariado. “Felizes aqueles que puderam ouvir as recomendações e experiências dos especialistas. Foi um encontro de altíssimo nível”, finalizou.

Paulo Pinho, diretor de operações no Brasil da Sherwin Williams, empresa de produtos para construção, também esteve entre os participantes. “O evento do Instituto Logweb já se traduziu no nome dado, pois vivemos num ambiente selvagem com todos os problemas econômicos e políticos não só do Brasil, mas também de toda a América Latina. O tempo foi curto, mas muito bem aproveitado e, em minha opinião, esse modelo é o melhor, pois dá a oportunidade de uma participação maior, aproveitando o dia para os nossos negócios”, declarou. Segundo ele, a sequência foi muito bem feita, com panorama econômico, casos de sucessos e também esclarecimentos importantes sobre legislação tributária. “Entendi as informações como oportunidades e envolvi as outras diretorias da minha empresa nos assuntos abordados, buscando um diferencial para nossas atividades e alinhamento com o mercado”, acrescentou, finalizando: “os organizadores estão de parabéns pelo evento, simples, aconchegante, informativo e muito bem organizado”.

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