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Empilhadeiras 26 de janeiro de 2017

Fabricantes: a maioria está otimista quanto aos rumos do mercado em 2017, prevendo, inclusive, crescimento

O lado bom dos desafios é que eles nos permitem criar alternativas para superá-los. É o que estão fazendo os fabricantes de empilhadeiras: se readaptando e melhorando seus processos, baixando custos, efetuando lançamentos e buscando novos nichos de mercado, de olho em um novo ano mais aquecido.

Como já é tradição, a revista Logweb faz, em sua edição de “virada de ano”, um balanço do segmento de empilhadeiras no Brasil. Neste espaço, colocamos as análises dos representantes das empresas fabricantes destas máquinas, que ajudam a entender como está o mercado e o que esperar para 2017.

Retrospectiva
A análise que os entrevistados fazem do segmento em 2016 reflete o mercado brasileiro como um todo, marcado por problemas econômicos, éticos e políticos.

Segundo Adriana Firmo, Sales & Service Director da Linde Still Brasil – Kion South America (Fone: 11 4066.8157), o setor de empilhadeiras no país literalmente despencou em relação aos dois últimos anos. “Com um número total de equipamentos comercializados que não deve passar de 9.500, perdemos uma década, voltando aos patamares de 2007.”

Para ela, a dramática crise econômica pela qual passamos atingiu em cheio a indústria de máquinas e, também, segmentos que até então pareciam ter uma maior resistência à crise, como varejistas e atacadistas. “Foi um ano difícil para quem produz no Brasil. As empresas precisaram ajustar sua estrutura para suportar a queda de mercado”, acrescenta.

Vigold Georg, diretor geral da Jungheinrich (Fone: 11 3511.6295) no Brasil, destaca que o cenário de instabilidade da economia brasileira trouxe um aspecto desafiador para os negócios na área de empilhadeiras, com companhias preferindo adotar uma postura mais cautelosa em relação aos seus investimentos para melhora da intralogística. Contudo – diz ele –, a empresa conseguiu dobrar sua participação de mercado.

“O ano foi o mais complicado dos últimos tempos, sem dúvida, com todos segurando seus investimentos, principalmente no primeiro semestre, tanto no setor privado quanto no público. As aplicações em novos equipamentos foram analisadas com muito mais restrição e as alternativas, como reformas e manutenções, acabaram sendo as mais procuradas. No entanto, no último semestre, foi nítida a retomada das atividades, com a liberação dos projetos arquivados, reaquecendo as vendas”, explica Enéas Basso Junior, gerente regional da Eletrac (Fone: 11 4523.3890).

Bruno Cesar Pena de Oliveira, engenheiro de vendas da Kalmar Brazil (Fone: 13 3308.2222), também toca nesse ponto do adiamento de ações. “Por fabricarmos empilhadeiras de grande porte, de 9 a 52 toneladas, aproveitamos as poucas oportunidades, principalmente no setor metalúrgico e portuário.”

A queda das vendas no ano fez com que muitos concorrentes da SAS (Fone: 47 3308.2100) acumulassem estoques, que vêm sendo liquidados a preços menores do que o usual, revela o diretor da empresa, André Moraes de Oliveira. “E, ainda, há o aumento no custo de produção e importação, causado pelo dólar mais alto e pela inflação. Hoje, fabricantes e importadores, além de ‘obrigados’ a praticar preços mais baixos, ainda têm custos mais elevados, o que é uma combinação perigosa. Em meio ao cenário turbulento, a SAS conseguiu renegociar contratos, fazer lançamentos e fechar parcerias que permitiram à empresa se reposicionar no mercado. Fechamos 2016 com um crescimento considerável”, comemora Moraes de Oliveira. Sobre o dólar, também fala Guilherme Barion de Almeida, da Marcon (Fone: 14 3401.2425). “Como fornecemos produtos inteiramente nacionais, o crescimento abusivo do dólar tem aumentado a demanda por nossas empilhadeiras, embora o ano de 2016 tenha sido atípico”, expõe.

Na análise de Roberto Fernandes, gerente geral da Byg Transequip (Fone: 11 3853.1312), 2016 começou com baixo volume de vendas – a recuperação só aconteceu no segundo semestre, a partir de setembro, não com a mesma sazonalidade histórica. “Com a adequação da produção e dos estoques, terminamos o ano com resultado positivo”, diz.

Já para Rafael Arroyo, gerente de marketing da Crown (Fone: 11 4585.4040), o ano de 2015 e o primeiro semestre de 2016 representaram um período de desafios quanto à administração de operações e logística, o que levou empresários a reduzirem investimentos, aguardando o melhor momento para retomá-los. A ausência de novos projetos e de infraestrutura no setor incrementou a sensação de retração econômica. “A Crown conseguiu manter-se dentro de condições positivas de crescimento. Ano desafiador, e não negativo, porque diante de cenários difíceis podemos identificar oportunidades e aprender a fazer melhor, ou seja, gerar mais eficiência.”

Raphael Cardoso, diretor de marketing e desenvolvimento de distribuidores da Hyster-Yale (Fone: 11 4134.4700), por sua vez, faz uma análise diferenciada. De acordo com ele, o mercado de empilhadeira em 2016, além da queda expressiva no volume, teve uma importante alteração no mix de produtos. As máquinas a combustão, que representavam mais de 60% das vendas no Brasil, caíram para menos de 40%, reflexo do efeito da crise nas indústrias.

Já as elétricas – ainda segundo Cardoso – ganharam mais representatividade nesse cenário, pois embora os supermercados, atacados e “atacarejos” tenham registrado queda em sua atividade, não foi tão expressiva como na indústria. “Para nós da Hyster-Yale, 2016 ficará marcado pelos lançamentos e pela grande aceitação no mercado de nossa linha, principalmente de máquinas elétricas fabricadas no Brasil.”

Perspectivas
E as previsões para o ano de 2017? Fernandes, da Byg Transequip, considera que não vai ser um ano fácil, mas acredita em um cenário melhor que o de 2016 quanto à estabilidade na produção e nas vendas. “Depois das adequações necessárias, temos mais segurança para investimento em novos produtos, buscando o aumento da nossa participação no mercado”, declara.

Arroyo, da Crown, também avalia que, apesar do cenário econômico não ser dos mais favoráveis, a empresa tem uma boa expectativa para 2017. “Conseguimos nos preparar para a retomada econômica que deve chegar este ano. Muitas companhias aprenderam que investir não significa adquirir, mas estabelecer parcerias que gerem resultados, fazendo a diferença em momentos de dificuldades para a realização de grandes aportes.”

Outro otimista quanto a 2017, Basso Junior, da Eletrac, prevê um ano melhor do que 2016, porém ainda sem retomar os níveis antes da crise. “Esperamos que seja menos sazonal, com uma demanda pequena, porém constante.”

Os bons ventos também estão começando a soprar, segundo Cardoso, da Hyster-Yale. Para ele, claro que a atividade industrial ainda tem muito para se recuperar, porém, como a maioria dos grandes frotistas estenderam a vida dos equipamentos para reduzir custo, agora passa a ser importante a troca do bem para não incorrer em mais gastos com manutenção e cuidar para que a produtividade não caia. “Acreditamos, ainda, que as empilhadeiras elétricas continuarão com grande importância no mercado de movimentação de materiais, porém com um mix mais equilibrado em relação as a combustão”, analisa o diretor de marketing e desenvolvimento de distribuidores da Hyster-Yale.

Oliveira, da Kalmar Brazil, é mais um representante do setor que prevê um novo ano de recuperação das vendas na área industrial, com novos investimentos estrangeiros e a retomada dos projetos adiados nos últimos anos. “Para 2017 vemos boas perspectivas para a nossa nova linha de empilhadeiras elétricas de 5 a 9 toneladas.”

A SAS percebeu no último semestre de 2016 a recuperação da confiança de vários clientes e, de fato, os resultados foram muito melhores em comparação ao primeiro semestre para a empresa. “Estamos muito otimistas em relação a 2017, porém sempre mantemos uma filosofia muito conservadora em relação a investimentos e ampliação. Temos aversão ao uso de recursos bancários”, expõe Moraes de Oliveira. Georg, da Jungheinrich, também prevê que o segmento de empilhadeiras deve crescer conforme a demanda de investimentos nos centros logísticos e de distribuições. “Com as sinalizações das autoridades de que a economia deve voltar a crescer, nossos clientes terão a necessidade de adequar sua infraestrutura para um eventual aumento de pedidos.”

Fugindo ao otimismo, Adriana, da Linde Still Brasil, prevê que será um ano difícil para o setor de movimentação de materiais. “Nossa expectativa é de um mercado igual ou menor que o de 2016, caso as projeções do PIB se mantenham como as atualmente divulgadas pelo Banco Central.”

Para Adriana, as incertezas sobre o futuro político e econômico do Brasil ainda fazem com que a confiança fique abalada e, por tal motivo, investimentos continuem sendo postergados ou até mesmo adiados.

Lançamentos
Os fabricantes de empilhadeiras abordam, ainda, os lançamentos e os implementos – eletrônicos e mecânicos – adicionados às empilhadeiras exclusivamente no ano de 2016.

A Byg Transequip investiu no desenvolvimento de projetos especiais customizados para atender necessidades especiais dos seus clientes. Trabalhou, também, em melhorias mecânicas e ergonômicas de seus produtos, conforme relata Fernandes.

“A principal novidade da Crown foi a Wave™, veículo de assistência a trabalhos para operadores que recebem, transportam e estocam/colocam pequenas cargas e/ou produtos em prateleiras em espaços estreitos congestionados, que separam ou completam pedidos. Sua bandeja de trabalho suporta até 90 quilos, enquanto o deck de carga comporta até 115 quilos”, comenta Arroyo. Por sua vez, segundo conta Basso Junior, a Eletrac implementou o sistema de direção por guia indutivo em suas empilhadeiras elétricas.

“O ano de 2016 foi decisivo para fabricação e lançamento de equipamentos e tecnologias no Brasil. Começamos em janeiro com a nova paleteira elétrica com torre, seguida da empilhadeira retrátil e da paleteira sem torre, fechando o ano. Estamos adicionando novas tecnologias em nosso portfólio de produtos: no começo de 2017 lançaremos a telemetria Hyster-Yale – sistema desenvolvido para gerenciamento de frota que permite a verificação em tempo real (Wi-Fi ou 3G) das funcionalidades das máquinas, como horímetro, caminho percorrido, produtividade por operador, consumo de combustível, análise de colisão, controle de acesso, entre outros”, expõe Cardoso, da Hyster-Yale.

Um dos diferenciais adotados pela Jungheinrich em 2016, como revela Georg, foi o conceito 2Shifts1Charge, que permite a operação de uma máquina com uma bateria, sem necessidade de recarga, para um período de dois turnos de oito horas, alcançando uma autonomia de 16 horas.

No caso da Kalmar Brazil, a empresa trabalhou com implementos focados na indústria metalúrgica, como sistema magnético para movimentação de placas e chapas metálicas; garras hidráulicas para movimentação de placas quentes entre 300°C e 800°C; aríetes para bobinas; e estabilizadores hidráulicos para movimentação de tubos, conforme conta Oliveira.

No ano passado, a SAS implementou uma nova tecnologia na variação de velocidade da subida e descida das empilhadeiras patoladas EPL. “Utilizamos CAN-BUS e botões magnéticos que possuem durabilidade maior e oferecem sensibilidade ao operador. Passamos a usar, também, mais componentes importados da Alemanha nos equipamentos – eles aumentam o custo, mas o nível de qualidade é muito satisfatório”, completa Moraes de Oliveira.

“Em 2016, tornou-se maior a demanda por sistemas de gerenciamento de frotas acoplados às empilhadeiras, pois este acessório permite o controle mais eficaz da movimentação das máquinas, resultando em redução de custo e aumento da produtividade dos equipamentos”, avalia, por fim, Adriana, da Linde Still Brasil.

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