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Conteúdo 21 de novembro de 2008

Iniciada dragagem com controle ambiental na Cosipa

Com o objetivo de restabelecer a plena navegabilidade do Canal de Piaçagüera, na Baixada Santista, está sendo feita, em etapas, a dragagem com controle ambiental pelas empresas Fosfertil e Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista). A iniciativa pioneira foi apresentada pelo superintendente de meio ambiente dessa última empresa, Ricardo Salgado e Silva, durante o II EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo). Realizado pelo Seesp (Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo) e pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) de 5 a 7 de novembro, na Capital paulista, o evento reuniu, ao longo dos três dias, mais de mil participantes.

Segundo a explanação de Silva, o empreendimento é de interesse das duas empresas executoras, já que a Cosipa tem no local cinco pontos de atracação e a Fosfertil, um. O canal tem mais de 5km de extensão, largura de navegação de 100 metros e calado de 12m, cuja profundidade é “importante, pois por lá se movimentam mais de 50 navios por mês que perfazem mais de 7 milhões de toneladas de produtos (como fertilizantes, aço naval), cerca de 14% do volume do Porto de Santos”. Assim, propicia o desenvolvimento no pólo industrial de Cubatão, que reúne por volta de 24 mil funcionários.

O assoreamento natural contínuo, conforme explicou Silva, oferece riscos de encalhe dos navios e o comprometimento das embarcações. Não obstante, a dragagem no canal estava interrompida desde 1996, fazendo com que houvesse retenção de sedimentos, o que implicou a redução na capacidade de navegação em ¼, com impactos negativos sobre a economia local.

O processo

O objetivo não era apenas retomar a dragagem, mas garantir que fosse feita com controle ambiental. O trabalho levou dez anos para ser elaborado e em julho de 2004 o EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente) foi finalmente protocolado na Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

O primeiro passo, como explicou o superintendente da Cosipa, foi a caracterização do sedimento. A conclusão é de que era um material bastante heterogêneo, o que exigiu também soluções diversas. “Tivemos que estudar várias alternativas, que incluíram desde como dragar até como transportar e onde dispor o material, visando a minimização de impactos.” Uma das opções, ainda conforme Silva, foi armazenar o material oriundo da dragagem na área da empresa.

Como resultado desses estudos, o canal foi dividido em quatro trechos. A fase 1 abrange a região de atracação, nos limites do Porto de Santos até a saída do Rio Cubatão, cujos níveis de assoreamento são bastante intensos. A decisão foi por utilizar a draga hopper convencional, com condições de dispor o material em alto-mar. “Obtivemos a licença de operação em 30 de novembro de 2006 e começamos a mobilizar as equipes para essa fase, cujo volume estimado inicial era de 800 mil metros cúbicos e aumentou para 960 com o tempo.” O monitoramento dessa etapa foi feito de forma transparente, garantiu Silva. Os órgãos estaduais sabiam “qual operação e que draga estava realizando online”.

A fase 2, também com licença de operação aprovada – em novembro de 2007 – foi concluída em agosto de 2008. Incluiu sistema de caçamba automática ou sucção e recalque e um volume de 100 mil metros cúbicos. Nessa, o que se constatou foi a necessidade de confinamento do material, “pelos níveis de contaminação”. A opção foi a construção de unidade de destinação específica dentro da área da Cosipa, “projeto feito com apoio e aprovação do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

A próxima fase em andamento é a 4, em processo de licenciamento para tornar possível a destinação e dragagem de 1,2 milhão de metros cúbicos de sedimentos. “Parte será disposta na unidade de destinação já construída, cuja capacidade é de abrigar 500 a 600 mil metros cúbicos.” O pedido de licença dessa antecedeu ao da fase 3 em função da avaliação de que, pelo volume e contaminantes, era prioritária. A etapa faltante, cujo volume avaliado é de 400 mil metros cúbicos, tem projetos para construção de uma nova unidade de destinação e será feita por draga de sucção e recalque.

 

Fonte: PortoGente – www.portogente.com.br

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