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Empilhadeiras 3 de fevereiro de 2020

Locadores: o mercado está migrando para as máquinas elétricas, em razão de fatores ambientais e de pessoal

Por outro lado, há um otimismo por parte dos locadores, considerando que a crise econômica “ficou pra trás” e que as empresas estão renovando a sua frota de empilhadeiras, optando por equipamentos novos e mais modernos.

 

Finalizando esta sequência de matérias sobre o segmento de empilhadeiras – uma tradição de Logweb desde a sua criação, em 2002 – vamos apresentar a visão dos locadores.

Mas, antes de tudo, é interessante saber quais os tipos de empilhadeiras mais locados, e o porquê. E também tomar conhecimento dos segmentos de mercado que mais tem adotado este tipo de equipamento.

Eduardo Makimoto, diretor da AESA Empilhadeiras, revela que as empilhadeiras elétricas contrabalançadas de 2000 a 3000 kg estão com bastante demanda em razão da economia proporcionada. “Quando maior o número de turnos de trabalho, maior a economia gerada pelas máquinas elétricas”, diz Makinoto. Ele também revela que está em andamento uma migração do uso de máquinas a GLP para elétricas, em razão da economia de combustível, ergonomia e custo de manutenção.

Realmente – como diz Marcelo Travain Ayub, gestor de unidades da JM Empilhadeiras –, o mercado está partindo para as elétricas, mas ainda a empresa nota a predominância dos equipamentos a GLP. “As empilhadeiras a GLP com capacidade de carga de 2,0, 2,5 e 3,5 toneladas atendem uma gama muito grande de clientes nossos e não ficam paradas na concessionária quando temos à disposição. A demanda é muito grande para elas pelo preço mais acessível e a flexibilidade de operação nos mais variados segmentos.”

Ainda segundo Ayub, o grande entrave para maior utilização de empilhadeiras elétricas no Brasil continua sendo a bateria, por questões de qualidade, vida útil e preços. “Acredito que as baterias de íon de lítio surgiram para resolver essas questões e, com certeza, serão muito bem aceitas no país quando tivermos disponibilidade e preços acessíveis.”

Sobre o mercado, o gestor de unidades da JM Empilhadeiras ressalta que, como muitos ex-funcionários de indústrias estavam desempregados e tinham know-how, surgiram muitos pequenos distribuidores em vários segmentos do mercado. “O brasileiro começou a empreender mais, e isso foi benéfico para nós, principalmente no que diz respeito à venda de empilhadeiras. Quando esses pequenos distribuidores optam pela locação, os equipamentos de 2,0 e 2,5 toneladas são os mais requisitados, pela flexibilidade e preço acessível.”

Já segundo Eduardo de Almeida D´Elboux, gestor de custos e orçamentos, e Beatriz Barbosa, gestora de qualidade, ambos da Elba Equipamentos e Serviços, o mercado brasileiro ainda é “conservador” em relação a fabricantes, bem como à capacidade de elevação dos equipamentos. “No nosso caso específico, a maior demanda dos clientes ainda é por empilhadeiras a combustão contrabalançadas, tipo operador sentado e com capacidade de elevação de 2,5 a 7,0 toneladas.”

Os representantes da Elba também revelam que, “para os grandes clientes que já utilizam empilhadeiras, percebemos uma crescente demanda por soluções que promovam mais segurança nas operações e facilitem a operação de carga e descarga. Observamos, também, a demanda por utilização de acessórios que permitam controle dos produtos movimentados, como, por exemplo, balanças integradas.”

O mercado brasileiro tem um grande potencial de crescimento decorrente de alguns fatores como, por exemplo, a “popularização” do uso desses equipamentos em segmentos como construção civil e pequenas indústrias em geral. “Na nossa visão, a utilização de empilhadeiras elétricas ainda continuará com forte crescimento, bem como o segmento de empilhadeiras de grande porte (acima de 12 toneladas)”, completam D´Elboux e Beatriz.

Também nas contas de Francisco Carlos C. Danyi, da Eletrofran Comércio e Serviços, as empilhadeiras elétricas e as a GLP são as mais locadas. Ainda segundo ele, as empresas que têm empilhadeiras próprias as estão substituido por empilhadeiras locadas, por encontrarem maior rapides no atendimento e custos menores. Também na Vamos Locação as mais locadas são as empilhadeiras a GLP e elétricas de 2,5 ton. José Geraldo S. Franco Junior, diretor comercial da empresa, diz que isto ocorre pois são equipamentos que mais atendem as demandas industriais do dia a dia, enquanto todos os demais modelos atendem necessidades específicas.

”Acredito que em 2019 equipamentos de warehouse ultrapassaram a barreira numérica de equipamentos a combustão. O que deve se consolidar em 2020 pois, se trata de uma tendência, que vinha se mostrando cada vez mais forte nos últimos anos, movida por fatores ambientais, de pessoal e financeiros. Os equipamentos elétricos oferecem, em médio prazo, mais vantagens aos usuários.”

A análise agora é de Jean Robson Baptista, diretor comercial da Empicamp Empilhadeiras, que notou, ainda, um crescimento no segmento alimentício em 2019 nas operações da empresa.

No caso da Fimatec Comércio e Representações, ocorreu um crescimento na locação para supermercados e atacadistas. E as máquinas mais locadas foram as empilhadeiras retráteis e patoladas, com capacidade para 2000 kg. Quem comenta é Hélio Yomura, membro do Conselho Administrativo da empresa.

Fábio Pedrão, diretor executivo da Retrak Comércio e Representações de Máquinas, lembra que, no caso da sua empresa, de modo geral, as máquinas mais locadas sãs as empilhadeiras retráteis com capacidade de carga de 2 toneladas e elevações iguais ou maiores que 11,5 metros. Isto se deve ao fato de que são máquinas para altas elevações e corredores estreitos.

Ainda na opinião de Pedrão, os mais tradicionais locadores são os Operadores Logísticos e o atacarejo. “Hoje em dia observa-se que a maioria das empresas opta pela locação devido ao baixo custo, somado à facilidade de o locador efetuar as manutenções nos períodos adequados. A grande vantagem da locação é a disponibilidade maior do que 95% do tempo de utilização dos equipamentos.”

 

Balanço positivo

Quando analisam desempenho do setor de locação em 2019, a maioria dos participantes desta matéria apresenta um balanço positivo.

Esbanjando otimismo, Danyi, da Eletrofran, diz que o setor de locação de empilhadeiras vem crescendo de maneira vertiginosa, com base nos fatos positivos do setor e na terceirização de atividades.

Jean também coloca que os números do departamento de locação da Empicamp mostraram um comportamento extremamente otimista por parte de seus clientes em 2019. “Um expressivo aumento de renovações com equipamentos novos nos fez entender que nossos clientes estão mais confiantes em seus respectivos nichos de mercado. Também notamos o aumento de clientes que buscam melhores equipamentos em suas operações, que utilizavam equipamentos mais velhos da concorrência, com preços mais atrativos, mas que traziam excessivas paradas para manutenção. Observamos um cliente mais focado na qualidade dos equipamentos que coloca em suas operações, não somente em pagar barato pela locação. Para esse cliente, o custo de parada de um equipamento em sua operação é muito mais alto do que pagar a diferença por equipamentos mais novos – e, consequentemente, com valores de locação mais altos. 2019 nos mostrou um mercado mais maduro, com foco no negócio e otimista. O faturamento de locação da Empicamp cresceu 35% nos 11 primeiros meses de 2019, comparando com o mesmo período de 2018”, completa Jean.

Mesmo com percalços – o fechamento da planta Ford São Bernardo, para a qual a empresa locava 100% dos equipamentos de movimentação, sendo que mais de 200 equipamentos foram devolvidos e precisaram ser realocados – o ano passado apresentou balanço positivo para a AESA. “Por outro lado, houve um aumento de demanda no setor de locação, em especial no ultimo semestre. Observamos uma importante retomada da indústria e o interesse de muitos clientes em expandir ou modernizar a frota. Com isso foi possível realocar boa parte dos equipamentos que retornaram da operação Ford, assim como outros equipamentos que estavam em estoque. Destacamos também o aumento pela procura de máquinas elétricas e a crescente curiosidade com as baterias de lítio”, lembra Makimoto.

Por sua vez, D´Elboux e Beatriz, da Elba, ressaltam que no ano de 2019 foi registrado um tímido crescimento na demanda de locações e prestação de serviços que envolvem equipamentos de movimentação e elevação de cargas de um modo geral. “Embora este crescimento tenha sido pequeno, aquém da expectativa que tivemos no último trimestre/18, percebemos, principalmente no último quadrimestre/19, um aumento na demanda, o que aponta um cenário mais otimista para o ano 2020.”

Os gestores da Elba também destacam que no ano de 2019 ainda houve uma grande oscilação na cotação do dólar, que iniciou o ano em R$ 3,65, chegando a atingir, em novembro/19, uma cotação superior a R$ 4,20. “Este aumento na cotação e a forte oscilação da moeda prejudicam o planejamento de renovação de equipamentos, devido ao fato que grande parte das empilhadeiras ainda tem seu preço de venda baseado em moeda estrangeira.”

Ayub, da JM Empilhadeiras, lembra que 2019 começou com um primeiro trimestre bastante promissor. Foi um começo de ano de muitas vendas e locações e um sentimento de esperança e confiança dos clientes de que o imbróglio político que estava atrapalhando teria fim.

“Esse sentimento de confiança foi perdendo força com a não aprovação das reformas e vimos nossos números de vendas e locações cair vertiginosamente no segundo trimestre. Pouco a pouco fomos retomando as negociações. Setembro foi um mês excelente! Mesmo com um ritmo do mercado mais tímido do que imaginávamos, houve uma recuperação na reta final e nosso saldo de 2019 foi positivo. Abaixo do que esperávamos, mas positivo”, comenta o gestor de unidades da JM Empilhadeiras.

Pedrão, da Retrak, destaca que o desempenho de 2019 foi bem melhor que 2018 – a empresa teve um crescimento no faturamento bruto ao redor de 12% sobre o ano anterior. “Os pontos negativos foram o aumento da concorrência das fábricas, que derrubou os preços médios, enquanto o ponto positivo foi um aumento significativo do número de unidades locadas.”

E Yomura, da Fimatec, fianaliza esta análise também reconhecendo que 2019 foi um ano melhor que 2018, mas que não tiveram grande recuperação econômica no seu Estado – Rio de Janeiro – dificultando as negociações. E também a saída de algumas empresas do Estado acabou projudicando os negócios. “Embora a demanda alta nos tenha surpreendido, observamos a procura por máquinas para locação em períodos curtos.”

 

Perspectivas

Com relação ao desempenho do mercado de locação de empilhadeiras em 2020, as perspectivas são, no geral, otimistas.

“Ao que tudo indica, 2020 começa com maior otimismo da indústria. Estamos nos preparando com estoque de máquinas e estruturação da equipe comercial para absorver a demanda que estamos projetando. O mercado de empilhadeiras tende a crescer 10% e estamos prontos para começar com o pé direito”, aponta Makimoto, da AESA. Já para Danyi, da Eletrofran, a perspectiva é de crescimento na ordem de 12%, e por isto a empresa está investindo em novos equipamentos.

Ayub, da JM Empilhadeiras, afirma que já têm muitos contratos sendo negociados com perspectiva de fechamento logo no início de 2020. E projetam um ano excelente para locação, com a volta definitiva da confiança dos empresários em investir no Brasil.

Pedrão, da Retrak, outro otimista, destaca que terminaram 2019 com crescimento superior em 12% em relação a 2018 e que teremos um 2020 melhor para todos. Segundo ele, as empresas estão mais confiantes para o ano que se iniciou e a baixa taxa de juros será um incentivo para o investimento.

Também para Eduardo e Beatriz, da Elba, a expectativa é de crescimento tanto em locações, como na prestação de serviços com equipamentos e mão de obra, pois, segundo eles, a partir do 3º trimestre/19 o governo começou a vencer alguns desafios, gerando resultados positivos na economia. A reforma da previdência foi aprovada, as taxas de juros caíram e a inflação está controlada. Além disso, aguardamos a aprovação pelo Congresso Nacional do Programa de Ajustes e Reformas Econômicas apresentado em cinco de novembro último pelo governo que projeta crescimento econômico de 3,0% neste ano.

Para os gestores da Elba, a redução da incerteza econômica favorece os investimentos e aquece a economia, o que é fundamental para o aumento da demanda de locação de empilhadeiras por parte da indústria e dos demais segmentos que utilizam esse equipamento no setor produtivo.

Seguindo o otimismo de 2019, Jean, da Empicamp, também espera um mercado acolhedor no que se refere a novas locações e renovação de frota. “Acredito que o cliente tem se voltado mais para a qualidade dos equipamentos que coloca em sua planta, visando não ter sua operação parada, e não permitirá que locadores deixem equipamentos velhos sujeitos a quebra que possam prejudicá-lo. Outro ponto também é que o cliente está buscando otimizar seu espaço, aumentando a densidade de ocupação do galpão, com isso, equipamento para corredores estreitos vem marcando presença em várias operações no Estado de São Paulo.”

Análise à parte, Yomura, da Fimatec, aponta que, devido às dificuldades econômicas enfrentadas pelo Rio de Janeiro, não estão conseguindo vislumbrar aquecimento do mercado. “Entretanto, estamos otimistas com a expectativa de que um cenário econômico melhor no Brasil possa ajudar o nosso Estado em relação aos demais estados da União que conseguiram um crescimento econômico que o Rio não conseguiu alcançar.”

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