Facebook Twitter Linkedin Instagram Youtube telegram
Especial 4 de dezembro de 2018

Logística própria: quando os custos e as soluções ficam por conta do fabricante

Enquanto algumas empresas optam pela terceirização, outras preferem tocar a sua própria logística. Muitas vezes isto ocorre pelas características dos produtos e também pela amplitude do atendimento aos fornecedores e também dos clientes.

 

Na edição 23 da revista Logweb Digital, referente a outubro/2018 – veja no portal www.logweb.com.br, em “Revista” – publicamos uma ampla matéria sobre terceirização dos serviços logísticos.

Agora, ouvimos duas empresas que fazem o contrário: mantêm as operações logísticas sob seu controle.

“Temos uma operação interna bem específica, este é um dos motivos pelos quais ainda não terceirizamos nossa logística Interna”, explica Nilo Vanderlei Ribeiro Borges, diretor de Aquisição e Logística da Marcopolo (Fone: 54 2101.4000) – empresa que fabrica carrocerias para ônibus de diferentes tamanhos, além de veículos completos (miniônibus e microônibus completos, peças e componentes). Entre as formas de exportação de seus produtos estão a exportação do veículo completo (de todos os tamanhos) e também de carrocerias parcialmente desmontadas (SKD) e completamente desmontadas (CKD).

E para manter esta logística, Borges lembra que em média são utilizados 150 veículos no recebimento inbound. No outbound, são 80 ônibus em CBU (completamente montados) expedidos. “O principal destino é São Paulo, que funciona como hub – a sede da empresa é em Caxias do Sul, RS. Dali são distribuídos para o resto do País. Também temos muitos veículos que são entregues por via rodoviária (rodando) para clientes de países da América do Sul, diz ele, destacando que, além do transporte rodoviário, a empresa usa os modais marítimo e aéreo. E também conta com CD próprio em todas as unidades no Brasil, com média de 5.000 m².”

No caso da Fibracem (Fone: 41 3661.2550) – empresa que fornece mais de 450 produtos acabados, entre injetados, metalúrgicos e até cabos de fibra ótica, produzidos em apenas uma planta com área construída de 7.500 m² – a logística própria é para retirada de insumos junto aos seus fornecedores. “Temos essa necessidade porque trabalhamos com um grande número de insumos devido a nossa diversidade de linhas/produtos. Tendo uma frota própria, conseguimos montar o cronograma dos caminhões para atender as urgências da nossa produção e garantir as linhas da empresa sempre rodando. Além disso, temos um ponto de apoio para que esses caminhões garantam nosso just in time, e também é usado o transporte marítimo para insumos importados”, comenta Eryck Riberio El-Jaick, diretor de Planejamento da Fibracem.

Sobre a média de veículos usados na logística, diariamente, El-Jaick diz que têm dois caminhões e uma Fiorino Furgão que são usados diariamente. Para clientes fornecedores, um veículo consegue fazer de 5 a 6 viagens, quando é usado para o abastecimento do ponto de apoio para fábrica o caminhão faz de 7 a 8. São usados em Curitiba, PR, e região metropolitana.

A empresa também conta com um Centro de Distribuição em São Paulo, com 2.000 m², e o já citado ponto de apoio (armazém) em Pinhais, PR, com 1.500 m².

 

Desafios logísticos

Toda esta logística própria acaba por impor vários desafios, que devem ser vencidos pelas próprias empresas, e não por uma contratada.

No caso da Marcopolo, estes desafios logísticos envolvem a infraestrutura precária do País, os altos custos logísticos (pedágios, fretes e aumentos constantes de combustíveis, entre outros), impostos, falta de competitividade e ineficiência do modal de cabotagem, falta de cursos profissionalizantes e de mão de obra qualificada em Logística e Compras, altíssima inflação de materiais incrementada por aumentos abusivos das commodities, relaciona Borges.

“Estes desafios poderiam ser vencidos por intermédio de um plano estratégico de longo prazo (15 anos) elaborado pelos governos federal e estadual, visando ao desenvolvimento e à competitividade do País neste segmento”, completa.

No caso da Fibracem, os grandes desafios são garantir todos os insumos no estoque objetivo, com uma diversidade muito grande de fornecedores, localizados em todo o Brasil e no exterior. “Para isso precisamos de bons acompanhamentos, um número mínimo de fornecedores por insumo e uma sinergia muito grande entre as áreas. Ou seja, um planejamento bem feito, com todas as áreas participando, e a implantação de um sistema que interligue toda a empresa podem ajudar muito”, diz El-Jaick.

 

Logística diferenciada

Justamente em razão dos produtos fornecidos, as duas empresas entrevistadas apresentam grandes diferenciais na logística.

Na Marcopolo, há uma logística com peculiaridades muito especificas devido à grande diversificação de produtos e componentes, bem como a diversidade de produtos produzidos e exportados para o mundo inteiro. Já para se adequar ao mercado, a Marcopolo adotou o Lean Supply Chain.

Na Fibracem, são o número e a diversidade de insumos/produtos que são transportados pela empresa diariamente, trabalhando com um espaço reduzido, já que duplicaram de tamanho nos últimos dois anos. “Isso torna tudo mais complexo porque temos que garantir que todos os espaços estejam ocupados, com o produto correto, o que significa não ter stock out e nem stock over”, diz o diretor de Planejamento. Ele finaliza afirmando que, para se adequar ao mercado, está sendo implantado um único sistema para todas as áreas da empresa.

Enersys
Savoy
Retrak
postal