Maranhão quer atrair navios para Paraíba

O momento é de muitas mudanças em terras paraibanas. Em meio ao fogo cruzado noticiado pelo PortoGente sobre quem tem e quem não tem culpa pelo cenário de abandono no Porto de Cabedelo, o até então senador José Maranhão (PMDB) renunciou ao cargo para ser alçado ao posto de governador do estado nordestino. Ele tomou posse na última quarta-feira (18) e ocupará o lugar de Cássio Cunha Lima que teve a cassação do mandato decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Cunha Lima e seu vice José Lacerda Neto são acusados de utilizar programas sociais para a distribuição irregular de R$ 3,5 milhões destinados à compra de votos na última campanha eleitoral para o governo do estado. Maranhão, assim, herda a governança por ter sido o segundo colocado nas eleições de 2006.

Atualmente, Cabedelo recebe, no máximo, três embarcações por mês, não garante sustento aos portuários locais e, conforme este site mostrou, mais atrapalha do que ajuda a logística do estado paraibano. José Maranhão agora espera ter autonomia para cumprir o que disse recentemente à nossa reportagem, salientando que o porto precisa ser utilizado para escoar toda a mercadoria produzida no estado. “Mas isso não é feito porque os grandes navios não chegam à Paraíba. Aí, só resta aos empresários daqui gastarem mais e embarcarem o que produziram em dezenas de caminhões, que viajam rumo ao Porto de Suape, em Pernambuco”.

Com a mudança no governo estadual, quem pode estar com os dias contados à frente da Companhia Docas da Paraíba é o presidente Eurípedes Balsanufo de Sousa Melo. Ele criticou severamente os políticos do estado em entrevista exclusiva ao PortoGente e fez questão de registrar seu descontentamento com a inoperância de Maranhão como representante da Paraíba. “Lamento a falta de informação daqueles que deveriam divulgar o grande tesouro que é o Porto de Cabedelo. O senador José Maranhão foi o relator do Orçamento Geral da União (OGU) e não incluiu nenhuma emenda orçamentária para a melhoria do porto”.

Sousa Melo disse, ainda, que um dos principais problemas vivenciados pelo porto paraibano está nas avarias da estrutura do Armazém 4, que foi interditado durante sua administração. “Curiosamente, os problemas no Armazém 4 surgiram a partir da movimentação inadequada de cargas, coincidência ou não, na gestão do então governador José Maranhão”.

Resta saber se as próximas mudanças na Paraíba serão relacionadas apenas a mudanças de cargos ou se realmente poderão restabelecer uma profundidade adequada ao canal de acesso ao Porto para que Cabedelo volte a ser uma das principais forças portuárias da região Nordeste.

Fonte: PortoGente – www.portogente.com.br