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Conteúdo 13 de agosto de 2015

Metalúrgico/Siderúrgico – Uma responsabilidade de peso

O peso das cargas transportadas, ou mesmo a fragilidade dos componentes de algumas delas, e as consequentes avarias, são problemas apontados pelos embarcadores que atuam neste segmento.

Em um segmento marcado pelas dificuldades em movimentar e armazenar os produtos, supõe-se que seja cordial o relacionamento entre embarcador e a transportadora.

Mas, será que isto realmente acontece? Veja as observações dos representantes dos embarcadores do setor metalúrgico/siderúrgico que participam desta matéria.

“Trabalhamos no sistema de parceria. Sabemos que é necessário e imprescindível a relação cliente/fornecedor nos dias atuais. É de suma importância que conheçamos nossos parceiros e que esses tenham a mesma responsabilidade e apreço pelos clientes Coppersteel. Acredito que sempre se pode melhorar. Vivemos em um país em desenvolvimento, e sempre teremos que superar as expectativas diariamente”, avalia Odair Benedette, supervisor de logística da Coppersteel Bimetálicos (Fone: 19 3765.9800).

O supervisor também explica se as transportadoras costumam participar da solução dos problemas que surgem no dia a dia. “Na verdade, recebemos visitas de algumas interessadas em aumentar o fluxo de cargas, e após verificarem peso de 500 kg por volume, não apresentaram soluções. Também oferecem como solução a contratação de munck para descarga, o que não seria nada interessante para a empresa contratante por conta dos encargos acrescentados para esta operação.”

Benedette embasa sua respostas com relação às melhorias que as transportadoras podem implementar em suas atividades para melhorar o trabalho do embarcador no fato de terem observado dificuldades em alguns colaboradores de transportes no que diz respeito à leitura de documentos fiscais. “Certamente que isso exigiria uma mão de obra mais qualificada. Mas, percebemos que caminhamos para que isso aconteça de forma rápida. Leituras de documentos são necessárias. Não somente nas entregas, como nas coletas de materiais. Se pensarmos nas consequências, nos transtornos causados por não se atentar ao documento fiscal com o físico, são vários. Devoluções de mercadorias, não-conformidades, cancelamentos de notas (quando possível) ou trâmites fiscais e, consequentemente, impacto nos fretes. Temos observado que alguns funcionários de transportadoras que realizam os trabalhos de entrega/coleta dominam bem esta questão de leitura dos documentos, mas a maioria ainda carece de maiores conhecimentos nesta área”, explica o supervisor de logística da Coppersteel Bimetálicos.

David Cavalcante, coordenador de transporte da Crismoe Metais Finos para Banheiros (Fone: 11 4615.8800), ressalta que o relacionamento com as transportadoras poderia ser melhor, com mais transparência nas ocorrências. “Poucas transportadoras conseguem nos fornecer a informação correta”, diz ele.

Satisfeito com o tratamento que recebe das transportadoras, Diego Carlesso, gestor de logística da Arke – Vector Produtos Metalúrgicos (Fone: 54 3128.3700), avalia que na sua grande maioria, há um grau de competência e profissionalismo adequado. Mas, poderia com certeza ser melhor com a implantação de um setor de atendimento personalizado para algumas questões ou para algum leque de clientes. “Embora minha sugestão não seja novidade, em nossa realidade logística atual, muitas transportadoras sequer têm etiquetas com código de barras, ou um sistema que proporcione informações on-line para ocorrências e informações que sejam de valia ao cliente”, completa Carlesso.

Sobre se as transportadoras costumam auxiliar na solução dos problemas, o gestor de logística afirma que, na maioria dos casos, sim, pois são casos corriqueiros. “Porém, casos mais complexos, onde é preciso uma atenção especial, ou uma ajuda especializada, todas as transportadoras, sem exceção, deixam a desejar”, diz Carlesso.

Washington Lavosier de Paula Cavalcante, supervisor de logística da Alumínio Marcolar (Fone: 11 2219.6020), também participa desta matéria especial e aponta: o relacionamento com as transportadoras, no caso do Frete CIF, é bom. “Eu como responsável tenho um bom relacionamento. Porém, quando o frete é FOB, o relacionamento não é bom.”

Cavalcante também se expressa sobre se as transportadoras costumam auxiliar na solução os problemas – “normalmente 50% sim, no restante, é o embarcador que precisa realizar a rastreabilidade com o cliente para solução do problema” – e sobre as melhorias que os transportadores podem implementar em suas atividades que poderiam auxiliar no trabalho do embarcador.

A lista é significativa: treinamentos para motoristas e ajudantes, porque cada cliente possui um perfil para recebimento, como door to door e grandes redes (supermercados, hipermercados, atacadistas e e-comerce); implantação de sistemas integrados transportador x cliente – o acesso pode ser via WEB – e necessidade de os transportadores terem um sistema integrado com o redespacho.

 

Os problemas … e as soluções

Esta necessidade de sintonia no relacionamento embarcador e transportadora é mais importante ainda quando conhecemos os problemas do segmento metalúrgico e siderúrgico.

Cavalcante, da Alumínio Marcolar, continua sua análise e agora aponta os problemas. “O primeiro problema, com certeza, é o prazo de entrega. Podemos afirmar que 90% das transportadoras não cumprem lead time de entrega em tabela no frete fracionado negociado. No caso do frete dedicado, 99% cumprem o que prometem”, afirma.

Outro problema, ainda de acordo com o supervisor de logística da Alumínio Marcolar, é a eficácia na entrega. “Quando abordamos este assunto, significa o início, que é a coleta no embarcador, até a entrega no cliente, seja o mesmo final, atacadista, varejo, etc. Também há outros problemas: não chegam no horário agendado, não entrega na data solicitada, atendimento ao cliente. Há também o famoso follow-up que precisamos solicitar todos os dias – a grande maioria delonga em informar as ocorrências, desde erros operacionais ou até mesmo ocorrências de força maior –, e, finalmente, os valores de fretes competitivos custo x benefício”, diz Cavalcante.

Sobre como estes problemas poderiam ser resolvidos ele relaciona: referente ao prazo, o transportador precisa ser mais transparente com o embarcador; o embarcador também pode optar em contratação de transportadoras regionais, que é a transportadora do Estado ou da cidade de destino. “O transportador, realizando menos redespacho quando possui capacidade de transportar com a sua frota própria, minimiza custos e aumenta o índice de informação da carga, além de não aguardar um terceiro para atualizar o status da carga. É sabido que em algumas transportadoras o sistema é integrado com o redespacho, mas é uma pequena parte, podendo, também, aumentar o lead time de entrega e elevar o custo do frete. E, finalmente, o transportador precisa provisionar os problemas e, realizando follow-up de ocorrências, informar para o cliente o mais rápido quando solicitado, antecipar os problemas porque, assim, o embarcador já está preparado para informar os clientes sobre possíveis ocorrências”, completa o supervisor de logística da Alumínio Marcolar.

Benedette, da Coppersteel Bimetálicos, é outro profissional do setor que relaciona uma ampla linha de problemas.

Ele começa por dizer que as cargas fracionadas impostas com peso máximo por volume têm dificultado a busca por fornecedores de transportes neste segmento, e elevam os percentuais de fretes. “Os fios e cabos Coppersteel são acondicionados em bobinas de madeira ou ferro (0,34 m3  – não volumosa) e, geralmente, atingem peso de até 500 kg por volume. Alguns prestadores de serviços fracionados alegam não terem condições de descarregar se o destino não possuir empilhadeira ou plataformas. As transportadoras que operam no sistema de carga fracionada têm optado por volumes mais leves.  A aceitação para transportar nossos materiais no segmento fracionado ficou mais restrita. É preciso ressaltar, também, que algumas transportadoras que prestavam serviços há anos transportando esses volumes optaram por não carregar mais, por conta de novas regras internas adotadas”, diz o supervisor de logística.

Outra dificuldade que a Coppersteel Bimetálicos tem encontrado são as lonas “danificadas”. Benedette explica que os fios e cabos Coppersteel são acondicionados em bobinas de madeira, e não devem ficar expostos à umidade. “Certamente a madeira absorveria essa umidade – principalmente em dias chuvosos – o que seria desagradável no momento da entrega. Também em alguns produtos, esta exposição poderia ocasionar oxidação no material (fios), gerando uma não-conformidade por parte do destinatário. Acontece que algumas transportadoras trabalham com agenciadores de cargas e solicitam o envio do veículo contratado diretamente no cliente, sem antes este ter passado por uma inspeção visual. Assim sendo, por vezes recebemos veículos em ótimo estado de conservação, porém suas ‘lonas’ em péssimo estado. Certamente que este veículo não poderá carregar, o que ocasionará atrasos, uma vez que hoje a maioria trabalha com agendamento de carga e descarga.”

O supervisor de logística da Coppersteel Bimetálicos acredita que a solução para o primeiro caso – cargas fracionadas com peso/volume acima do limite –, seria o investimento em veículos com plataformas hidráulicas. “Se bem que algumas possuem, e mesmo assim não têm interesse no carregamento. Não visualizamos dificuldades neste caso, uma vez que as bobinas são colocadas em berços de madeira, facilitando o manuseio com carrinhos hidráulicos ou empilhadeiras. Mas, no cliente/destino seria de suma importância a plataforma hidráulica no veículo transportador. Resumindo, seria necessário um investimento por parte da transportadora, uma vez que o produto atende ao solicitado pelo cliente, não podendo ser diferente o acondicionamento.”

Quanto às lonas danificadas, Benedette revela que hoje dão prioridade aos veículos “sider”.

Já para Cavalcante, da Crismoe, o problema maior também seria o prazo, e as transportadoras poderiam resolver isto fornecendo a informação correta de quando será cumprido o serviço.

“O problema maior neste setor são as avarias. Embora nossos produtos sejam do ramo metalúrgico, muitos deles contêm vidro, o que gera um aumento significativo no índice deste indicador. Nossas embalagens foram desenvolvidas para suportar longos trechos de transporte sem avariar o conteúdo, porém a imprudência e, em alguns casos, a falta de treinamento ocasionam sinistros”, avalia, agora, Carlesso, da Arke – Vector.

Ele prossegue: “nesta época, em que a economia brasileira sofre uma desaceleração, é iminente que as empresas deixem de investir em treinamentos e programas internos de prevenção a sinistros. Porém, a aplicação de instruções de trabalho dinâmicas e, até mesmo, um startup diário tornam-se importantes ferramentas para que os colaboradores assimilem as necessidades da empresa e dos seus clientes”.

 

Importância do Prêmio

Os embarcadores também comentam a importância do Prêmio Top do Transporte.

Para Cavalcante, da Alumínio Marcolar, é a troca de experiência com transportadoras que realmente cumprem o que prometem.

“Sem dúvida, o Prêmio Top do Transporte pode melhorar, e muito, o relacionamento, primeiro porque o transportador sentirá que está sendo visto, e seu trabalho reconhecido, e segundo servirá como um estímulo para o transportador buscar mais aprimoramento e aperfeiçoamento do seu trabalho. Fazer parte do Prêmio Top do Transporte é demonstrar confiança ao embarcador. O que todo embarcador tem buscado no mercado”, decreta Benedette, da Coppersteel Bimetálicos.

Na opinião de Cavalcante, da Crismoe, o Prêmio é muito bom, pois o embarcador poderá expor suas opiniões e os transportadores poderão utilizar-se dessas informações para sua melhoria.

“É uma excelente ferramenta para análise das questões logísticas – a sua notável credibilidade auxilia na proporção do trabalho desenvolvido”, finaliza Carlesso, da Arke – Vector.

 

Os que os embarcadores oferecem

Marcolar: trabalha na linha de utilidades domésticas. E também na linha industrial, oferecendo discos e chapas de alumínio.

Coppersteel Bimetálicos: atua na fabricação de fios telefônicos de aço cobreado e fios/cabos bimetálicos (aço/cobre e aço/alumínio).

Crismoe: fornecedora de acessórios e barras de apoio para banheiros nos segmentos residencial, hotelaria, home centers e hospitalar.

Arke: a marca oferece soluções para o mercado da gastronomia, como acessórios para churrasco, assadores, jogos de panelas e churrasqueiras, entre outros.

 

A visão da transportadora

 

Única transportadora deste segmento que respondeu ao nosso convite para participar da matéria, a D´Granel Transportes e Comércio (Fone: 31 3503.3000), através de seu diretor comercial e sócio, Flávio Morais, também avalia o mercado.

Primeiro, Morais fala sobre o relacionamento da empresa com as embarcadoras. “Nosso relacionamento com os embarcadores é muito bom, por sermos referência em nosso segmento. Entendemos que sempre existe espaço para melhorias, e gostaríamos de ser mais envolvidos em eventuais projetos de melhorias de acesso e carregamento/descarregamento”, diz, salientando que as transportadoras já dão enorme contribuição ao conseguirem prestar serviços em um país com tantos problemas e dificuldades. “Entretanto, a D´Granel entende que aprimorando os seus processos e estimulando o crescimento contínuo de seus colaboradores podemos fazer um setor com mais produtividade e menos ineficiências.”

A D´Granel possui 100% de sua frota rastreada, e, de acordo com o diretor comercial, sem dúvida é uma das melhores maneiras de passar segurança junto aos seus clientes. “Fazemos diligenciamento em tempo real da entrega dos materiais por nós transportados, cumprindo os SLA´s contratuais.”

 

Infraestrutura

Morais também relaciona os maiores problemas no transporte no segmento. Eles estariam ligados à infraestrutura precária das nossas estradas e à demora de carga e descarga em alguns clientes, tornando o processo mais oneroso do que deveria.  “As soluções passam pela ampliação dos investimentos em infraestrutura logística e pela conscientização das empresas da necessidade de se tornarem mais eficientes no processo de carga/descarga.”

O diretor comercial e sócio da D´Granel finaliza dizendo o que acha do Prêmio Top do Transporte: “ele ratifica o entendimento da diretoria da D´Granel, que se tornar referência no mercado de transporte rodoviário de cargas é fundamental para nos tornarmos cada vez maiores e melhores, conquistando o respeito de nossos clientes atuais e criando valor para parcerias futuras”.

 

 

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