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Conteúdo 13 de outubro de 2008

Modelo de qualificação dos portuários está ultrapassado

“Nós, trabalhadores portuários, reafirmamos que somos a favor do processo de modernização tecnológica nos portos, mas que ele ocorra de forma sustentável promovendo inclusão social e cidadania”. A declaração foi feita pelo presidente da Intersindical da Orla Portuária e do Sindicato dos Estivadores do Espírito Santo, Cícero Benedito Gonzaga, em palestra na ExpoPortos 2008, feira realizada na última semana, em Vitória (ES). Gonzaga teceu suas considerações tendo por base o tema “Desenvolvimento Tecnológico nos Portos Brasileiros”. O sindicalista quis mostrar a visão dos trabalhadores portuários sobre o avanço tecnológico nos portos, mesmo sem programas de qualificação profissional adequados aos novos métodos de manuseio de carga.

Gonzaga apontou como problema o modelo de qualificação profissional dos portuários brasileiros que, segundo ele, está totalmente ultrapassado frente aos novos equipamentos cada vez mais utilizados no setor. “Ainda somos treinados em guindastes com mais de 50 anos de uso e operamos equipamentos modernos, com dispositivos eletrônicos, pontes rolantes de quinta geração, equipamentos de alta complexidade. Estamos atingindo altos níveis de produtividade nos portos, mas somos autodidatas. A gente precisa da academia, de um treinamento melhor”. Ele disse que os trabalhadores são cobrados para o alcance da excelência, mas não são oferecidas as ferramentas adequadas.

O líder sindical falou em desafios. Para ele, é necessária a participação ativa dos sindicatos no processo de modernização portuária com o objetivo de não permitir que os avanços tecnológicos sejam excludentes. “O mais importante nesse processo são as pessoas”.

O presidente da intersindical portuária capixaba não apresentou apenas problemas. Ele falou em soluções como um trabalho conjunto entre governos, empresariado e trabalhadores para que haja um desenvolvimento sustentável com inclusão social.

Desburocratização

Outro ponto destacado por Gonzaga é a desburocratização da verba para treinamento dos trabalhadores portuários. Ele reivindica a atualização da grade de cursos do Departamento de Portos e Costas (DPC) e apresentou números para justificar sua proposta. “Só o Espírito Santo enviou, em 2007, R$ 5 milhões de reais (repassados pelos empresários) para o DPC [órgão responsável pelo repasse de verba para os Órgãos Gestores de Mão-de-Obra]. Desse total, R$ 270 mil foram repassados para o Ogmo do Espírito Santo. O restante é verba contingenciada pela Marinha. Esta verba é suficiente para treinar alguém? Só se for treinamento para carregar saco, e isso não queremos mais”.

Gonzaga defende o repasse de verba “digna” para os treinamentos e, assim, evitar que os empresários paguem duas vezes essa conta para treinar trabalhadores portuários, isso porque recolhem verba para o DPC e estão custeando treinamento no terminais, por conta própria.  

Gonzaga lembrou, ainda na palestra na ExpoPortos 2008, a evolução das embarcações no mundo e chegou a falar em crescimento e competitividade. Crescimento com relação à manutenção do espaço do Espírito Santo no mercado internacional e competitividade com relação à disputa com outros portos brasileiros, como o de Itaguaí (RJ). O sindicalista voltou a defender a construção do Terminal de Contêineres, em Vitória, cujo projeto é de autoria dos trabalhadores portuários do estado.

 

Fonte: PortoGente – www.portogente.com.br

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