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Conteúdo 5 de setembro de 2008

Navios de maior porte em Santos

Há muitos anos se cobra um amplo programa de dragagem dos portos brasileiros, em especial o de Santos, para aumentar a inserção do País no comércio internacional. Com o crescimento acelerado das trocas entre a Ásia, Europa e Estados Unidos, novos negócios surgiram para outras regiões do globo, como o Brasil, grande fornecedor de commodities. Nas atuais condições de infra-estrutura, devido ao fluxo, a navegação acaba impondo restrições às trocas norte-sul ¬ como o sul não é tradicional importador devido ao tamanho de suas economias, os navios vindos do norte não viajam totalmente carregados, diminuindo a lucratividade e transformando a região em cliente de segunda categoria.

Entretanto, os emergentes, devido à expansão econômica e à desvalorização do dólar, importam mais ao mesmo momento em que ampliam suas exportações. O entrave mais sério, portanto, continua sendo a infra-estrutura portuária. O complexo santista ainda aguarda a licença ambiental para realizar a dragagem de aprofundamento que aumentará a calha de navegação do Estuário para 15 metros. Hoje ela está entre 12 e 13 metros. Além disso, a Codesp estuda o redimensionamento dos berços de atracação, que são 53. Cada um deles tem uma média de 218 metros, que acabam se tornando irreais, pois, quando há um navio de grandes proporções acaba ocorrendo uma invasão no berço vizinho. Essas melhorias precisam ser viabilizadas logo, pois a total integração do litoral brasileiro à navegação mundial depende da capacidade de recepção de grandes conteineiros.

Hoje, o maior porta-contêiner a navegar em Santos tem 5.552 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). A expectativa é que a partir do próximo ano apareçam navios de 6.400 e 6.700 TEUs, tornando indispensável a dragagem de aprofundamento. Mas não basta somente resolver a questão do calado. Os empresários do setor precisam de sinais concretos de que as soluções serão tomadas a tempo pelas autoridades para que dêem andamento em suas estratégias de negócios. Paralelamente, é preciso que os investimentos em infra-estrutura não sejam feitos só em Santos, o que exige uma ação maior da Secretaria Especial de Portos (SEP). Para uma armadora trazer uma embarcação de grande capacidade ao Brasil, ela terá que levá-lo a vários portos, por exemplo, Rio de Janeiro e Itajaí. O Governo Federal está atrasado na modernização portuária, mas tudo isso aconteceu após um período simultâneo de crise econômica, estabilização da moeda e consolidação das leis portuárias. Agora, não há mais o que esperar. Ou o País acelera o ritmo de investimento nos cais ou os prejuízos serão enormes para vários segmentos da economia brasileira.

 

Fonte: Revista Portuária

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