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Armazenamento 16 de outubro de 2023

Norma Técnica 15.524-2 será descontinuada. Veja os reflexos provocados na segurança e eficiência da logística

Em razão das mudanças que ocorreram, a ABNT irá lançar a norma, voltada para estruturas portapaletes, com um novo número – NBR 17150. Também está sendo trabalhada uma norma para sistemas tipo drive-in e drive-through, ainda inexistente no Brasil.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT é responsável por estabelecer uma série de normas técnicas para armazenagem. Essas normas foram desenvolvidas para garantir a qualidade do produto final, preservando as propriedades necessárias para oferecer qualidade ao consumidor. Além disso, elas visam prevenir acidentes e garantir a segurança dos trabalhadores.

A NBR 15.524-2 é uma das normas da ABNT que oferece orientações para o projeto, cálculo, montagem e utilização de estruturas portapaletes. Ela aborda a melhor forma de conduzir as cargas pelos armazéns, as formas de operação do sistema e a conservação do local e dos itens contidos nele.

Porém, segundo informações fornecidas pela ISMA, empresa que oferece soluções para armazenagem, a 15.524 está sendo revisada ou, melhor, será descontinuada devido às grandes mudanças que ocorreram – a ABNT irá lançar a norma com um novo número – NBR 17150.

“A última atualização da norma 15.524 foi em 2007, então ela ficou muito defasada com relação aos novos conceitos teóricos e empíricos utilizados na modelagem dos sistemas. Assim, os principais objetivos com a criação da nova norma são modernizar o conteúdo de uma maneira geral e obter uma melhor padronização dos sistemas em todas as etapas da concepção do produto – projeto e dimensionamento”, informa a empresa.

Esta nova norma, voltada para os portapaletes, já foi concluída e está sob a última revisão com a ABNT. Em breve, será lançada para consulta nacional por um período de 30 dias. Durante esse período, se não houver nenhuma objeção fundamentada em argumentos técnicos, a norma pode, oficialmente, ser disponibilizada para os usuários. A revisão dessa norma começou em fevereiro de 2017.

No momento, o comitê também está trabalhando em uma norma para sistemas tipo drive-in e drive-through, ainda inexistente no Brasil. Esta norma está sem previsão de término, mas pelo andamento do projeto, talvez seja lançada no segundo semestre de 2024.

Vale destacar que os participantes do comitê são, geralmente, representantes técnicos das empresas que fornecem esses sistemas e projetistas do ramo, mas acadêmicos e usuários também podem participar. Os representantes técnicos, projetistas e acadêmicos usualmente contribuem tecnicamente, compondo e discutindo cada parte do texto; já os usuários, geralmente participam com o intuito de se manterem atualizados.

Como explica Luiz Muniz, diretor-executivo da consultoria Telos Resultados, essas normas desempenham um papel crucial ao estabelecer diretrizes claras para o projeto, fabricação, instalação e manutenção de estruturas de armazenagem. Com uma norma mais abrangente e rigorosa, as empresas terão um conjunto de diretrizes mais sólido para seguir, o que pode resultar em estruturas mais seguras e eficientes. Isso, por sua vez, pode reduzir o risco de acidentes no local de trabalho, minimizar danos aos produtos armazenados e melhorar a gestão do espaço de armazenamento, contribuindo para a eficiência operacional da logística industrial.

Também para Hélio Aparecido Camarotto Filho, engenheiro, e Guilherme Valdo Faria, engenheiro Técnico Responsável, ambos da ISMA, a criação de novas normas técnicas que versam sobre os sistemas de armazenagem irá ocasionar um aumento significativo na segurança e na eficiência da logística praticada no Brasil.

“Quanto à segurança, os novos textos em análise apresentam conteúdos abrangentes, com premissas que possibilitam o dimensionamento dos elementos a partir de conceitos modernos, precisos e consolidados academicamente, em termos de Engenharia de Estruturas”, diz Camarotto Filho.

Por sua vez, quanto à eficiência logística, Faria aponta que as novas normas proporcionarão aos projetos destes sistemas maiores níveis de padronização, a partir de concepções mais racionalizadas, culminando positivamente no melhor aproveitamento do volume armazenável, em boas práticas operacionais e até em um melhor retorno sobre o investimento.

Diferenças entre normas

Embora muitas normas técnicas associadas à Engenharia de Estruturas atualmente vigentes no Brasil sejam baseadas em normas americanas, os novos códigos (normas) específicos para Sistemas de Armazenagem foram inspirados nas normas Europeias. Sendo assim, boa parte dos conteúdos se assemelha às preconizações do código europeu, exceto em algumas aplicações, quando normas regionais predominam, como é o caso das especificidades de materiais, dos modelos de ações e segurança e da previsão de ações influenciadas por fatores locais, como ventos, sismos e até neve.

Desta forma, apontam os engenheiros da ISMA, é possível afirmar que as empresas brasileiras que atenderem às novas normas estarão equalizadas aos produtos, práticas e soluções adotadas no mercado europeu, a despeito das exceções mencionadas. A opção pela base europeia se deu pela abrangência destes códigos, considerados os mais completos em nível mundial.

“Em se tratando das normas norte-americanas, é sabido que, em alguns casos, as diretrizes costumam resultar em produtos ligeiramente mais econômicos. Porém, diferentemente das referências normativas principais, já contempladas por outras normas brasileiras vigentes, as específicas para Sistemas de Armazenagem não são tão abrangentes quanto àquelas existentes na Europa”, diz Faria.

Também falando sobre as principais diferenças entre as normas brasileiras para estruturas de armazenagem e as normas europeias e americanas, e como isso afeta a competitividade das empresas brasileiras, Muniz, da Telos Resultados, é mais específico. Segundo ele, as principais diferenças entre as normas brasileiras, como a ABNT 15524, e as normas europeias, como as EN 15512 e EN 15620, e as normas americanas, como a ANSI/RMI MH16.1, são:

Complexidade e detalhamento: As normas europeias e americanas tendem a ser mais detalhadas e complexas em termos de requisitos de projeto, cálculos estruturais e procedimentos de teste. Elas abordam uma ampla variedade de tipos de estruturas, cargas, métodos de teste e critérios de segurança, considerando uma gama mais abrangente de situações.

Foco no desempenho: As normas europeias e americanas geralmente colocam maior ênfase no desempenho das estruturas de armazenagem, incluindo critérios para a capacidade de carga, estabilidade, resistência ao fogo, fatores de segurança e requisitos de manutenção preventiva. Isso resulta em estruturas mais seguras e eficientes.

Abordagem de projeto: As normas europeias e americanas frequentemente adotam uma abordagem baseada em desempenho, permitindo que os projetistas usem métodos avançados de análise estrutural, como análise por elementos finitos, para otimizar o design das estruturas. Isso pode resultar em sistemas de armazenagem mais econômicos e eficientes.

Documentação técnica: As normas internacionais geralmente requerem uma documentação técnica mais abrangente, incluindo desenhos detalhados, cálculos de engenharia e procedimentos de teste. Isso aumenta a transparência e a rastreabilidade do processo de projeto e fabricação.

Assim, continua o diretor-executivo da Telos Resultados, elas afetam a competitividade das empresas brasileiras de várias maneiras:

Barreiras comerciais: Empresas brasileiras que desejam exportar suas estruturas de armazenagem podem encontrar barreiras comerciais devido à falta de conformidade com normas internacionais. A adesão às normas europeias e americanas pode facilitar o acesso a mercados estrangeiros.

Vantagem competitiva: Empresas que seguem padrões mais rigorosos têm uma vantagem competitiva, uma vez que suas estruturas de armazenagem são consideradas mais seguras e eficientes. Isso pode atrair clientes preocupados com a qualidade e a segurança.

Eficiência operacional: Normas mais rigorosas podem levar a estruturas de armazenagem mais eficientes, reduzindo os custos operacionais, como espaço de armazenamento desperdiçado, manutenção e riscos de acidentes.

Inovação e desenvolvimento tecnológico: A adoção de normas internacionais pode impulsionar a inovação e o desenvolvimento tecnológico no setor de estruturas de armazenagem no Brasil, tornando-o mais competitivo globalmente.

Desafios

Já sobre os desafios para as empresas fabricantes se adaptarem às novas normas para diferentes tipos de estruturas, como portapaletes, drive-in e drive-through, Camarotto Filho, da ISMA, ressalta esta expansão traz o desafio de equalizar os métodos já utilizados atualmente pelos grandes fabricantes e projetistas com os métodos preconizados pelas normas europeias, quando da composição dos textos –  “isto é, o desafio é instaurar uma concordância entre os relatores técnicos que representam os fabricantes e/ou projetistas”, destaca.

Além disso, a elaboração de uma norma técnica, geralmente, demanda um grande consumo de tempo, pois sua composição é bastante criteriosa; em outras palavras, cada item criado ou adaptado exige que os relatores façam um estudo específico para validar o que foi sintetizado. Além do mais, códigos utilizados como referência podem ser atualizados durante o processo da elaboração, impondo a necessidade de uma revisão dos textos antes da finalização do processo, o que acrescentaria mais tempo à criação da norma.  Então, um outro desafio é o tempo de preparação dos códigos – dependendo da extensão do projeto, o processo de elaboração de uma nova norma pode levar anos.

“Apesar dos desafios mencionados, a expansão terá um impacto muito positivo, pois a falta de códigos brasileiros específicos voltados para o segmento cria a necessidade de se recorrer a normas técnicas genéricas, como é o caso da ABNT NBR 14762:2010, o que pode incorrer em resultados antieconômicos, por conta das diretrizes deste texto não contemplarem todas as especificidades dos produtos. As características operacionais também podem proporcionar situações particulares, não previstas por outros códigos vigentes. Neste outro extremo, poder-se-ia até trabalhar fora do regime de segurança normativo”, acrescenta Faria, também da ISMA.

A prática atual dos fornecedores é recorrer a códigos estrangeiros, que podem não corresponder à realidade do mercado brasileiro no que se refere à aplicação e utilização do Sistema de Armazenagem, o que pode resultar, também, em uma solução passível de melhorias.

Para Muniz, da Telos Resultados, a expansão das normas para abranger diferentes tipos de estruturas apresenta desafios específicos relacionados à complexidade técnica e à diversidade de requisitos de projeto e segurança. As empresas deverão se adaptar a essas mudanças investindo em treinamento e desenvolvimento de pessoal qualificado, bem como na aquisição de tecnologias avançadas de projeto e simulação. Além disso, a colaboração com fabricantes de estruturas de armazenagem e consultores especializados desempenha um papel importante na garantia de conformidade com as normas expandidas.

Otimização da cadeia de suprimentos

O principal conceito de um sistema de armazenagem é a otimização do espaço utilizado para armazenar artigos, não importando seu tipo, através da verticalização – isto é, a área destinada à armazenagem é expandida verticalmente através da implementação de múltiplos níveis.

Como consequência, menos espaço é utilizado para armazenar maiores quantidades de bens, o que, de certa forma, permite a aproximação dos centros logísticos e pode viabilizar a utilização de áreas que por si só não atenderiam à demanda de um armazém.

Além disso, continua Faria, da ISMA, – falando sobre a forma como as estruturas de armazenagem desempenham um papel fundamental na otimização da cadeia de suprimentos, e como as normas atualizadas podem contribuir para uma logística mais eficiente – a concepção das estruturas de armazenagem permite o desenvolvimento estratégico dos modos de operação para, também, otimizar a velocidade no escoamento de material. “Com as novas normas para estes sistemas, é esperado que haja um aumento na padronização dos projetos das estruturas, além de permitir a construção de sistemas cada vez mais altos com segurança.”

Responde à mesma questão, o diretor-executivo da Telos Resultados destaca que as estruturas de armazenagem desempenham um papel fundamental na otimização da cadeia de suprimentos, pois afetam diretamente a capacidade de armazenamento, o acesso aos produtos, a movimentação eficiente e a segurança dos trabalhadores. Com normas atualizadas e mais rigorosas, as empresas podem projetar sistemas de armazenamento que melhor atendam às suas necessidades específicas, reduzindo tempos de espera, minimizando erros no picking e aumentando a capacidade de resposta às demandas do mercado. Isso contribui para uma logística mais eficiente, reduzindo os custos operacionais e melhorando a satisfação do cliente.

Expectativas

A criação da NBR 17150 vai significar a anulação de um gap de mais de quinze anos, onde muitos aspectos relacionados à Engenharia de Estruturas evoluíram consideravelmente. Como consequência, a nova versão do código ficará compatível com outras normas técnicas, em termos de metodologias, convenções e nomenclaturas.

De um modo geral, prossegue, agora, Camarotto Filho, da ISMA, – falando sobre as expectativas e os benefícios esperados com a atualização das normas, tanto em termos de segurança, quanto de competitividade da indústria logística brasileira – os ritos propostos possibilitarão uma análise mais racionalizada do produto, permitindo a concepção de soluções ótimas, que priorizem o equilíbrio entre economia e segurança. As normas possibilitarão também que todos os fornecedores trabalhem tecnicamente nivelados e ofereçam produtos com desempenho similar, cada um com suas particularidades fabris.

“Ademais, a proposta normativa está em linha com os novos padrões existentes na cadeia logística como um todo, do equipamento de movimentação até as características físicas dos armazéns propriamente ditos. Assim, os Sistemas de Armazenagem poderão ser compatibilizados com os novos limites observados atualmente, no dia a dia.” Já para Muniz, da Telos Resultados, a atualização das normas, tanto em termos de segurança quanto de competitividade da indústria logística brasileira, pode trazer uma série de benefícios. Em relação à segurança, as normas atualizadas ajudam a reduzir acidentes no local de trabalho, proteger os trabalhadores e minimizar danos aos produtos e às estruturas. Além disso, as normas atualizadas promovem a inovação e o avanço tecnológico na indústria de estruturas de armazenagem, o que pode resultar em soluções mais eficazes e econômicas para as empresas, ou seja, tornando-as mais competitivas.

Vários fatores provocam acidentes envolvendo estruturas de armazenagem

Já que o assunto envolve a segurança na armazenagem, vale destacar as principais causas por trás dos acidentes envolvendo as estruturas de armazenagem. E como estes podem ser prevenidos.

Afonso Moreira, CEO da AHM Solution, empresa especializada em produtividade e redução de danos em operações logísticas, destaca que estes acidentes podem resultar de múltiplos fatores. Alguns deles, como projeto inadequado, falta de manutenção ou sobrecarga, podem ser prevenidos pelo cumprimento de normas de fabricação, implantação e uso desses equipamentos. Outras ocorrências, no entanto, são consequência da interação de pessoas e máquinas com essas estruturas, principalmente em condições de falta de visibilidade dos operadores durante as movimentações de cargas.

“Em operações de armazenagem, é comum que as cargas e as próprias estruturas obstruam, ainda que parcialmente, a visão dos operadores de empilhadeiras, o que pode levar a colisões, quedas de mercadorias e outros riscos, que podem ocasionar graves danos físicos e materiais. Essas situações podem ser evitadas com treinamento e com a ajuda de dispositivos de prevenção, como sensores instalados em empilhadeiras, por exemplo”, completa Moreira.

Já pelo lado da ISMA, os engenheiros dizem que, na maioria dos casos, os sinistros envolvendo Sistemas de Armazenagem são causados pela falta de informação acerca do produto, seja por parte do usuário ou até pelo próprio fornecedor. A desinformação se manifesta na prática com o descumprimento de recomendações normativas, que se dá principalmente por inadequações no processo de dimensionamento, de montagem e de uso. As normas para Sistemas de Armazenagem são, geralmente, do tipo regulamentadoras e, portanto, não são obrigatórias. Então, é corriqueiro que algumas recomendações contidas nos códigos sejam negligenciadas pelos envolvidos.

A falta de informação pode ter como consequência uma utilização inadequada do sistema, impondo-se sobre o produto esforços não previstos no dimensionamento. O excesso de carga, por exemplo, é comum quando a equipe de operadores não é ciente da sobrecarga máxima de utilização.

Além disso, é bastante comum que haja falhas no modo de operação pela falta de orientação, de treinamento ou de zelo de todos os envolvidos com a movimentação de material no armazém. Fatores como o excesso de velocidade na operação, o modus operandi incorreto no abastecimento e desabastecimento da unidade carga e empilhadeiras inadequadas para a unidade carga e altura do sistema podem colocar em risco a segurança de todos. É recorrente também que o usuário, de modo inadvertido, promova alterações nas características construtivas do Sistema de Armazenagem, alterando, por exemplo, a disposição das longarinas, o que invalida o dimensionamento do projeto original e pode comprometer o funcionamento e a segurança da instalação como um todo.

“A manutenção do sistema é um rito fundamental para garantir o bom funcionamento e os níveis de segurança do produto e consiste, basicamente, em trocar componentes estruturais avariados, reapertar elementos de fixação e renovar a camada de proteção a oxidação (mediante repintura), além da reeducação dos operadores e responsáveis pelo armazém. No entanto, nem sempre esse ritual, que pode acontecer a cada seis meses ou um ano no máximo, é realizado, seja pelo desconhecimento dessa necessidade ou pela inaptidão no exercício. A avaria total de um elemento específico pode comprometer a estabilidade global da estrutura, possibilitando o colapso de um conjunto inteiro”, adverte Camarotto Filho.

Outros desvios relevantes e que podem culminar em acidentes se relacionam com a montagem inadequada do produto, principalmente quando profissionais inaptos se propõe a realizar a atividade. “A aparente simplicidade no processo executivo encoraja a adoção de procedimentos impróprios e que comprometem o bom funcionamento do sistema. Por se tratar de um sistema pré-engenheirado, todos os componentes possuem funções importantes na constituição do produto. Então, exemplificando-se, até mesmo a ausência de um determinado parafuso pode minimizar a performance do sistema como um todo”, diz, agora, Faria.

Finalmente, concluem os engenheiros da ISMA, é possível também que um sinistro se manifeste devido ao subdimensionamento do Sistema de Armazenagem, por problemas que se manifestam ainda na análise teórica do produto. O fortuito pode ser fundamentado na incorreção na modelagem teórica, quando a mesma é incapaz de representar o produto de modo adequado na prática, ocasionando resultados errôneos no cálculo de esforços solicitantes ou de resistências. Refere-se a um cenário extremamente grave, pois os níveis de segurança se tornam desconhecidos, colocando em risco toda a integridade operacional, até que uma nova modelagem seja feita e os parâmetros limites sejam revisados. Um exemplo bastante frequente é a previsão de sobrecargas operacionais teóricas diferentes daquelas que o usuário pretende praticar no cotidiano das operações logísticas.

Na ótica de Muniz, da Telos Resultados, as principais causas por trás dos acidentes envolvendo estruturas de armazenagem no Brasil incluem, a exemplo das já relacionadas:

Sobrecarga: O excesso de peso nas prateleiras ou sistemas de armazenamento pode causar colapsos. Para prevenir isso, as empresas devem aderir às capacidades de carga especificadas nas normas e realizar verificações regulares.

Má gestão de estoque: Armazenar itens de forma inadequada, desorganizada ou em locais não apropriados pode levar a acidentes. Treinamento adequado, sistemas de gestão de estoque e aderência às práticas recomendadas ajudam a prevenir essas situações.

Manutenção inadequada: Falhas na manutenção regular das estruturas de armazenagem podem resultar em danos e colapsos. Programas de manutenção preventiva são essenciais para evitar isso.

Falta de treinamento e conscientização: Funcionários mal treinados ou desinformados podem cometer erros que levam a acidentes. Investir em treinamento de pessoal e conscientização é fundamental para a prevenção.

Não conformidade com normas: A falta de conformidade com as normas técnicas, como a ABNT 15524, é uma das principais causas de acidentes. A aderência estrita às normas é crucial para evitar problemas de segurança.

Medidas: Uma questão crucial em relação às operações de armazenagem é entender que aumentar as condições de segurança não significa limitar a produtividade – como ações que reduzam a velocidade das máquinas e das movimentações. Muito pelo contrário: o investimento em tecnologias de segurança torna as operações mais produtivas, uma vez que funcionários e equipamentos podem trabalhar com mais tranquilidade e eficiência.

Ainda segundo Moreira, da AHM Solution, falando sobre as medidas que estão sendo tomadas pelas autoridades reguladoras e pela indústria de logística para melhorar a segurança em instalações de armazenagem e garantir a conformidade com as normas técnicas, as indústrias que entendem que segurança e produtividade andam juntas investem cada vez mais em tecnologias que tornam suas operações mais seguras.

No caso de prevenção de acidentes com estruturas de armazenagem, a empresa destaca o uso de dispositivos como câmeras, sensores e alertas, por exemplo. O CEO da AHM Solution lista os benefícios destes equipamentos: Sensores de proximidade, como os de ondas eletromagnéticas, detectam objetos e pessoas em um raio de até 30 metros dos veículos de movimentação de carga. Esses sensores emitem sinais e alertas quando algo se aproxima do veículo, permitindo que os operadores tomem medidas para evitar colisões; Câmeras instaladas em empilhadeiras fornecem uma visão de 360 graus ao redor do veículo. Isso permite que os operadores observem áreas que normalmente não são visíveis em espelhos retrovisores, reduzindo o risco de colisões e atropelamentos; Sensores e câmeras também auxiliam os operadores em manobras seguras, com informações em tempo real sobre a proximidade de obstáculos, como paredes, prateleiras e outros veículos; Sistemas de alerta mais avançados podem automatizar a frenagem ou a desaceleração do veículo quando detectam um objeto ou pessoa muito próximo; As câmeras também podem ser usadas para registrar incidentes e acidentes, ajudando na investigação da ocorrência e promove a responsabilidade e a conscientização entre os operadores.

“Essas tecnologias também podem ser integradas a sistemas de gerenciamento de armazéns, permitindo um monitoramento em tempo real das operações e identificando situações de risco, prevenindo acidentes. Por fim, as gravações de vídeo e os dados coletados pelas câmeras e sensores também podem ser usados em treinamentos de operadores, contribuindo para um ambiente de trabalho mais seguro”, completa Moreira.

Na visão de Camarotto Filho, da ISMA, as autoridades reguladoras ainda se mostram bastante passivas em relação ao tema. Normalmente, a atuação destas se dá quando os sinistros se manifestam, já em um contexto de judicialização do mesmo, principalmente com o objetivo de apurar as causas e apontar as responsabilidades do problema.

Os usuários, por sua vez, vêm se mostrando cada vez mais conscientes da sua responsabilidade sobre o tema, mostrando-se inclinados à adoção espontânea de providências que minimizam a probabilidade de um sinistro envolvendo os Sistemas de Armazenagem. Dentre as principais providências, aponta o engenheiro, as mais comumente adotadas têm sido a promoção de treinamento e formação dos usuários, a prática da inspeção dos sistemas (procedimento previsto em norma) e as ações decorrentes deste rito e um maior investimento em acessórios de segurança, que, embora opcionais, são bastante importantes neste sentido.

O diretor-executivo da Telos Resultados finaliza destacando que, tanto as autoridades reguladoras quanto a indústria de logística estão tomando medidas para melhorar a segurança em instalações de armazenagem:

Fiscalização e regulamentação: As autoridades estão intensificando a fiscalização para garantir a conformidade com as normas técnicas. Isso inclui inspeções regulares e a imposição de penalidades por não conformidade;

Treinamento e conscientização: A indústria está investindo em programas de treinamento para operadores de equipamentos de armazenagem e funcionários envolvidos em operações de armazenamento. Isso inclui treinamento de segurança e boas práticas;

Padronização e melhoria de normas: A indústria e as autoridades estão trabalhando juntas para atualizar e melhorar as normas técnicas, alinhando-as com padrões internacionais para garantir maior segurança;

Tecnologia e automação: A adoção de tecnologias avançadas, como sistemas de monitoramento e automação, pode contribuir para a prevenção de acidentes, alertando para con -dições potencialmente perigosas;

•          Compartilhamento de melhores práticas: A indústria está promovendo o compartilhamento de melhores práticas entre empresas e colaborando para criar um ambiente de trabalho mais seguro.

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