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Conteúdo 31 de dezembro de 2002

NTC “cobra” ajuda para o setor de transporte

O presidente da NTC – Associação
Nacional do Transporte de Cargas, Geraldo Aguiar de Brito Vianna,
expôs ao Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Sérgio Amaral, como contraponto à ajuda
financeira a ser concedida pelo governo às companhias aéreas
– algo em torno de R$ 1 bilhão -, a situação
em que se encontra o transporte rodoviário de cargas.
Em ofício enviado ao ministro, o presidente da entidade louva
a atitude do governo em socorrer atividades econômicas essenciais,
mas lamenta que o mesmo tratamento não venha sendo dado a
outros meios de transporte, "em especial no tocante ao transporte
rodoviário de cargas, cujos problemas são piores e
bem mais graves dos que os da aviação comercial, uma
vez que permeiam e afetam toda a economia brasileira".
Para mostrar a real situação desse segmento, Vianna
chamou a atenção para os resultados da pesquisa realizada
pela Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro e divulgada
pela CNT (Confederação Nacional do Transporte). "O
trabalho confirma integralmente tudo quanto esta entidade vem denunciando,
na tentativa de sensibilizar a sociedade e de tirar o poder público
da sua posição de absoluta passividade diante de um
drama econômico e social de proporções ciclópicas",
afirma Vianna.
A pesquisa mostra, por exemplo, que as estradas brasileiras matam
de 10 a 70 vezes mais do que as de países desenvolvidos.
"É como se houvesse um acidente fatal com um Boeing
lotado com 300 passageiros a cada 36 horas!", compara o presidente
da NTC.
No que se refere ao desenvolvimento da atividade, o estudo mostra
que a incipiente infra-estrutura logística existente no Brasil
está comprometendo a saúde financeira das empresas
e a respectiva eficiência operacional, bem como o desenvolvimento
sócio-econômico do país. Segundo Vianna, ele
traz fortes evidências de que o país desperdiça
anualmente dezenas de bilhões de reais em acidentes, roubos
de cargas e ineficiências operacionais e energéticas.
Em relação ao transporte rodoviário, outros
problemas são apontados pelo estudo, entre os quais elevada
fragmentação, distorções concorrenciais
e infra-estrutura rodoviária insuficiente e de baixa qualidade,
fatores que estão levando a atividade a uma grave crise financeira
e operacional.
A crise no segmento, no entanto, tem solução. Segundo
o presidente da NTC, o esforço para contorná-la passa
pelo disciplinamento da atividade, bem como pelo estabelecimento
de um programa de modernização do setor, envolvendo
financiamento e incentivo à renovação de frota,
utilização de novas tecnologias, sistemas e equipamentos
de rastreamento, além do estímulo a fusões
e incorporações no segmento, de modo a possibilitar
a criação de empresas mais eficientes e a parceria
com o capital estrangeiro, na forma e nos limites indicados pelo
interesse nacional.
Além de medidas como essas, Vianna considera também
fundamental aumentar e melhorar a oferta da infra-estrutura rodoviária,
assegurando-lhe os recursos da Cide (a Contribuição
Sobre Intervenção no Domínio Econômico),
imposto cobrado sobre comercialização de combustíveis,
conforme determina a norma constitucional.

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