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Especial 22 de março de 2017

Peças e serviços para empilhadeiras: crise gera resultados opostos, mas o clima, no geral, é de otimismo

Enquanto algumas empresas investem em peças e serviços, evitando gastos maiores com aquisição de máquinas novas, outras podem usar como reposição empilhadeiras que ficaram inativas pela queda do mercado, sem qualquer gasto.

A atual crise econômica resulta em duas realidades diferentes no mercado de venda de peças e serviços para empilhadeiras. Em um primeiro momento, como as empresas deixaram de adquirir máquinas, o investimento em manutenção foi alto para recuperação dos equipamentos que já possuíam. No entanto, em um segundo momento, a queda geral do mercado fez com que as máquinas ficassem inativas nas operações e as empresas as utilizassem como reposição, ou seja, canibalizando algumas para repor outras, atendendo à necessidade do momento para rodar a operação. Quem explica é Sheila Kanashiro, chefe de peças da Toyota (Fone: 11 3511.0400), acrescentando que, apesar disso, a empresa obteve crescimento no segmento, através das renovações de contratos e do fortalecimento da rede de assistência técnica.

Entre as empresas que comemoram os bons resultados está a AESA (Fone: 11 3488.1466), cujo diretor, Eduardo Makimoto, aponta que a frota de empilhadeiras no Brasil está se tornando obsoleta, pois a indústria parou de investir em renovação dos equipamentos para focar na atividade principal de seu negócio. Com isso, a demanda por peças de reposição, e consequentemente, por serviços, cresce proporcionalmente para manter a frota antiga operacional. “O segmento de peças em 2016 apresentou melhora em relação a 2015. Tivemos um crescimento no faturamento na ordem de 35%”, revela.

Alexandre Schon, gerente operacional e de pós-vendas da Bauko (Fone: 11 3693.9416), diz que com a atual recessão, as empresas cortaram ao máximo seus custos fixos e tiveram um complexo desafio em reduzir as despesas de manutenção da frota sem a substituição por equipamentos novos. “Esse fato virou uma grande oportunidade para as companhias do setor com condições de oferecer contratos flexíveis de acordo com a demanda atual do cliente, porém, sem abrir mão da qualidade e da segurança. Em 2016, a Bauko fechou novos contratos de manutenção, aumentando em 72% o faturamento na área. Já em venda de peças, a empresa cresceu 24%.”

Para Alberto André, administrador da Empitec Comercial Eireli (Fone: 47 3368.7075), 2016 também foi positivo. Além de concertar os equipamentos antigos, ele nota que os clientes estão fazendo algumas transformações nos equipamentos originais com alternativas paralelas.

“O mercado de peças de empilhadeira, tanto nas vendas de itens de primeira necessidade (manutenção preventiva), quanto nas de menor giro (componentes maiores e peças para manutenção corretiva), está extremamente competitivo, e a concorrência, ainda mais acirrada”, acrescenta Marcelo Nunes Pereira, gerente de pós-vendas da Tradimaq (Fone: 31 2104.8000).

Na Hyster-Yale Group Brasil (Fone: 11 4134.4700), o último trimestre de 2016 apresentou crescimento em torno de 35%, motivado pela confiança do mercado na retomada econômica. Outro ponto positivo para o aumento das vendas são os programas de parcerias de investimentos do governo federal, que começam a ser deflagrados, dando prioridade à infraestrutura.

“O atual momento econômico do Brasil torna a logística muito importante, pois ela acaba sendo um fator de competitividade em momentos de desafios e será a primeira a reagir rapidamente à retomada econômica”, aponta Jackson Pires, gerente comercial de pós-vendas da empresa. Segundo ele, a Hyster-Yale Group Brasil vem incrementando seu portfólio de produtos com kits econômicos.

Na visão de Alexsander Luis Furlan, gerente de peças e de pós-vendas da Clark Dabo Material Handling Equipment Brasil (Fone: 19 3856.9090), a situação não é bem essa. Para ele, o resultado geral do setor industrial em 2016 impactou não só o mercado de novos equipamentos, mas também o de peças. “Diferentemente das demais crises que já enfrentamos, não sentimos dessa vez o aumento no consumo de peças. O que realmente aconteceu é que muitas empilhadeiras com ociosidade produtiva – e, em casos extremos, paradas – refletiram na diminuição de manutenções preventivas e corretivas e, consequentemente, na aquisição de peças. Outros setores suportaram essa queda, especialmente o agrícola e parte do segmento alimentício”, expõe.

Cleber Martoni, supervisor de peças da Crown Lift Trucks do Brasil (Fone: 11 4585.4040), também concorda que o mercado, de forma geral, ficou conservador em relação aos gastos com manutenção e compra de peças. “Mesmo assim, nosso volume de venda de peças aumentou no ano de 2016 em relação a 2015”, revela.

A mesma opinião tem Ricardo Araujo, gerente-sócio da Retrak Comércio e Representações de Máquinas (Fone: 11 2431.6464). “O setor de serviços para empilhadeiras sofreu queda em virtude da recessão do país que perdura há três anos. Sem estabilidade política, o investidor estrangeiro sai de cena, diminuindo investimentos no mercado.”

Novos horizontes
Com relação a 2017, Schon, da Bauko, expõe que as expectativas de recuperação da economia têm melhorado, mas a tendência é que neste ano o setor continuará a sofrer o impacto do desastre econômico de 2016. “Com isso, o fraco desempenho de vendas de empilhadeiras novas é uma realidade e a tendência das empresas em manter suas frotas usadas rodando continuará em alta.”

Para este ano, Martoni, da Crown, acredita que o mercado de movimentação de materiais apresentará um crescimento moderado. “Esperamos a melhoria no cenário econômico, com a retomada da confiança no mercado no primeiro semestre de 2017 e, com mais intensidade, no segundo semestre. Estamos investindo na relação com o cliente através de visitas constantes de nossa equipe de campo. Acreditamos que o ganho de eficiência é sempre uma oportunidade”, destaca.

Na opinião do engenheiro Vagner Marcondes Araujo, gerente de serviços e treinamento da Hyster-Yale Group Brasil, o ano de 2017 também começa retraído. “Mas as boas práticas de 2016 deverão ser mantidas neste ano e, com algumas inovações, esperamos ter um ano bastante produtivo neste setor”, revela.

Otimista por natureza, Vagner crê que a economia terá uma resposta de recuperação mais rápida do que preveem os especialistas. “Já passamos pelo pior. As ações que estão sendo tomadas por nossa justiça e governo devem refletir em credibilidade aos olhos dos investidores, portanto, devemos ter um crescimento positivo neste ano.”

Pires, também da Hyster-Yale, diz que os fatores positivos que influenciarão o desempenho neste ano estarão ligados diretamente aos segmentos que terão crescimento, como agronegócios, tecnologia, cosméticos e beleza, engenharia civil, alimentos, varejo, exportação, farmacêutico e saúde (tanto indústria de equipamentos quanto serviços).

“Em época de recuperação, as empresas estão ainda mais cientes sobre as tendências que podem afetar os seus negócios. Todos estão controlando de perto seus números e com expectativas muito positivas. Claro que ainda existe uma certa apreensão, considerando o passado recente de baixa no mercado, mas, mesmo assim, nossa expectativa é bastante otimista para 2017”, enfatiza.

A perspectiva de Ricardo, da Retrak, é de uma singela melhora no segundo semestre de 2017, mas ele considera que isso dependerá da recuperação da economia brasileira. “Essa melhora impulsionará a produção, assim, esperamos que o setor de serviços para empilhadeiras sofra um aquecimento.”

A retomada também é aguardada por Pereira, da Tradimaq. “Estimamos uma maior busca por reforma de empilhadeiras, já que os clientes possivelmente estenderão a vida útil dos equipamentos, reaproveitando os antigos”, expõe.

No entanto, de acordo com ele, o desempenho de 2017 está associado à ausência de peças antigas no mercado (estoque), ao aumento de preços de peças, principalmente importadas, e ao portfólio grande de marcas de empilhadeiras, com peças/componentes diversificados, o que dificultará a atuação abrangente.

Makimoto, da AESA, prevê um crescimento no mesmo ritmo de 2016, com estabilização no segundo semestre de 2017, pois se espera a reação da indústria e o retorno dos investimentos em renovação de frota. “O aumento na demanda de produção, combinado com a idade média alta da frota no Brasil, fará o consumo de peças de reposição crescer, a fim de manter a frota operacional”, aposta.

Andrigo Cremiatto, CEO da Promov Empilhadeiras (Fone: 11 3929.2080), espera um aumento considerável na movimentação de peças e serviços para empilhadeiras. “Isso porque o primeiro ponto no qual a recuperação econômica se mostra mais eficaz é na área de manutenção”, expõe.

Ele diz que ao mesmo tempo em que a crise fez várias empresas “piratas” saírem do mercado, também favorece a entrada de outras, oriundas, às vezes, de demissões de companhias grandes do setor.

Neste assunto também toca Sheila, da Toyota. “A oferta de peças paralelas atrapalha, visto que o perfil de alguns clientes é preço, e não qualidade. Isso faz com que a luta contra os chamados ‘piratas’ seja grande”, expõe, acrescentando que a estratégia da empresa para combater o mercado de peças paralelas está bem definida e acompanhada pela matriz no Japão.

De acordo com a chefe de peças da Toyota, a falta de confiança devido à instabilidade do país também traz preocupação a longo prazo, pois o reflexo da baixa venda de equipamentos aparece após o período de garantia, quando alguns clientes não continuam com a empresa. “Em 2017, vamos trabalhar junto a esses clientes para mantê-los conosco. Não perdê-los é um aspecto positivo para o setor.”

Ruy Piazza Filho, diretor da Vinnig Components Eletrônicos (Fone: 21 3979.0283), crê que o país já chegou ao fundo do poço com essa recessão e que, agora, deve observar uma recuperação lenta e progressiva, que durará entre dois e três anos. “Os fatos que podem influenciar o setor são muito mais referentes à política e à economia de um modo geral do que restritos ao segmento de peças para empilhadeiras”, declara.

Furlan, da Clark Dabo, diz que a retomada gradual do setor industrial será fundamental para a continuação do crescimento das vendas de peças, interrompido em 2016. “Acreditamos que exista uma demanda represada e precisamos estar preparados para isso. Um leve aquecimento no setor trará a necessidade imediata de nossos clientes e nós já nos preparamos para isso”, ressalta.

Peças e serviços
Acompanhe a seguir o que as empresas entrevistadas nesta metéria oferecem ao mercado.

A Aesa trabalha com 100% de peças genuínas Clark, oferecendo entrega imediata e contrato de fornecimento com valores diferenciados. A empresa possui uma equipe de técnicos treinados pela fábrica, aptos a prestar manutenções preventiva e corretiva em qualquer marca de equipamento, realizando, ainda, reforma geral de máquinas.

A Bauko é representante da Toyota Empilhadeiras e fornece suporte completo na reposição de peças genuínas, além de serviços exclusivos e diferenciados em assistência técnica, com filiais próprias no Espírito Santo, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo (Vale do Paraíba e Baixada Santista). Entre os diferenciais da empresa estão: Contrato Full Service – soluções completas em manutenção e logística do cliente; telemetria – monitoramento da frota e de ação dos operadores em tempo real; e mínimo de 95% de disponibilidade.

A Clark Dabo oferece peças genuínas da marca, de procedência nacional e vindas dos Estados Unidos e Coreia, além do serviço de manutenções programadas.

A Crown trabalha com peças genuínas, fornecidas pela matriz, nos Estados Unidos. A marca possui um serviço chamado Crown Integrity Service System, pelo qual rastreia todos os recursos que funcionam juntos para criar um sistema completo de serviços, como atendimento, tempo de resposta e disponibilidade de peças e serviços.

A Empitec é distribuidora autorizada da Baoli e da Paletrans, e também de peças multimarcas adquiridas com a TVH. A empresa oferece manutenção em geral, com técnicos especializados e treinados pelas fabricantes dos equipamentos.

A Hyster-Yale Group Brasil, através de seus distribuidores espalhados por todo o território nacional, supre todo e qualquer tipo de necessidade, oferecendo uma ampla gama de serviços. Para este ano, a empresa tem uma série de projetos em desenvolvimento para melhorar esta oferta.

Vagner diz que a marca oferta a maior garantia de mercado, além de realizar constantes investimentos em tecnologia. “Nossa nova fábrica oferece alta performance produtiva, e sempre investimos em pessoas, sistemas e trabalhos contínuos de fortalecimento da rede de distribuição.”

As peças ofertadas são genuínas, ou seja, além de fornecidas pelos fabricantes originais com garantia de procedência, matéria-prima e processo de fabricação, são previamente inspecionadas pela engenharia da HYG antes de sua comercialização e aplicação. “Há peças de fabricação própria e outras fornecidas por conceituados fabricantes de autopeças, todos eles qualificados pelos mais importantes sistemas de gestão de qualidade”, acrescenta Pires.

A Promov oferece manutenções preventiva e corretiva, reforma de empilhadeiras, atendimento 24 horas por dia, sete dias da semana, sistema “anjo da guarda”, terceirização completa e acompanhamento logístico da frota. “Instalamos rastreadores na frota do cliente para poder fazer o acompanhamento 100% do tempo. Além de resolvermos todas as manutenções, ainda analisamos logisticamente o uso da empilhadeira, fazendo sugestões de melhorias”, relata Cremiatto.

A Retrak oferta uma linha completa de serviços para empilhadeiras, como: locação, terceirização de frotas, vendas de empilhadeiras novas e seminovas, atendimento técnico e venda de peças de reposição. Como dealer da Still, oferece peças originais, a maioria nacional, e pequena parte proveniente da matriz, na Alemanha.

“Fazemos investimentos consideráveis em treinamentos técnicos para especializar a equipe e diminuir os custos. Há também grandes investimentos em compra de peças. Temos praticamente todas as peças de desgastes naturais das empilhadeiras Still, são mais de 8.000 itens ativos em estoque. O investimento em compra de ferramentas também é fator de alta relevância”, explica Ricardo. Quanto à frota de locação, a empresa atende dentro das 24 horas em 97% dos casos. Em 95% dos chamados, a empilhadeira é liberada no primeiro atendimento.

Por sua vez, a Toyota conta com peças 100% originais, nacionais e provenientes do Japão. As peças BT vêm da Suécia, e as Raymond, dos Estados Unidos. A empresa realiza revisões periódicas e manutenções corretivas, contando com uma oficina interna para serviços de reforma.

A Tradimaq oferece manutenção preventiva, corretiva e preditiva, contrato de manutenção e gestão de frota, treinamento de reciclagem operacional, venda de peças e contrato de locação de empilhadeiras. A empresa é revendedora autorizada da marca Yale em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. “Fornecemos peças genuínas e contamos com um time técnico treinado e capacitado, dedicado no mercado de empilhadeiras, paleteiras elétricas e equipamentos retráteis”, expõe Pereira.

Por fim, a Vinnig é a distribuidora da Curtis Instruments para o Brasil, estocando e vendendo componentes originais fabricados pelas diversas fábricas da marca, localizadas nos Estados Unidos, na Bulgária, China, em Porto Rico e na Inglaterra. Oferece, ainda, uma segunda linha de produtos mais econômicos, vendidos com a marca Vinnig e autorizados pela Curtis. Em serviços, realiza projetos de veículos elétricos, na parte elétrica e eletrônica; recuperação de controladores de impulso Curtis no laboratório do Rio de Janeiro; e também promove treinamento sobre todos os produtos fabricados pela marca nas fábricas espalhadas pelo mundo.

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