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Estudo de Caso 22 de março de 2017

Pesquisa da GKO e da RC Sollis mostram dados sobre a gestão de fretes em 2016

Preço é o atributo mais desejado pelos embarcadores quando contratam serviços de transportadoras, seguido de prazo de entrega, mostrando que em momento de crise, custo vem em primeiro lugar. Este é um dos resultados da pesquisa “Visão Gestão de Fretes Brasil 2016”, realizada pela GKO Informática (Fone: 21 2533 3503), especializada em soluções de base tecnológica para a área de logística com foco na gestão de fretes, em parceria com a RC Sollis (Fone: 11 2306.0811), empresa de consultoria e projetos de logística.

Nesta segunda edição do estudo, foram ouvidos 100 embarcadores de distribuição nacional, que expedem por ano R$ 180 bilhões em mercadorias, movimentando por ano 7,9 milhões de toneladas. A grande novidade foi a participação das transportadoras: 70 empresas de distribuição regional e nacional que respondem por 5,5 milhões de toneladas movimentadas por ano e 15 milhões de entregas colaboraram com a pesquisa. As cargas são de alto valor agregado, não refrigeradas, embaladas, com predominância fracionada, de diversos setores, como alimentos/bebidas e indústria metal/mecânica.

Um dos dados apresentados mostra que 39% dos embarcadores gostariam de diminuir o número de transportadoras, contra 61% que disseram não. No ano passado, a pesquisa revelou que 60% queriam reduzir a quantidade de transportadoras. Segundo Celso Queiroz, sócio-fundador da RC Sollis, esse resultado significa que, em 2016, os embarcadores já fizeram essa diminuição, devido aos problemas econômicos do país, e agora não têm mais como reduzir esse número.

Os principais problemas apontados pelos embarcadores com relação às transportadoras são: confiabilidade de prazo de entrega, com 63%, informação sobre posicionamento da carga, com 53%, oscilação na qualidade dos serviços durante o ano, com 50%, e alto preço dos serviços, com 46%. “Quando o embarcador aponta o prazo de entrega como principal problema, não quer dizer que se trata exatamente da entrega física, mas da falta da informação sobre essa entrega. Não adianta entregar e não informar o que foi feito”, explicou Ricardo Gorodovits, diretor comercial da GKO.

Sobre a mesma questão, as próprias transportadoras responderam seus principais problemas: oscilação na qualidade dos serviços durante o ano (68%); confiabilidade de prazo de entrega (46%); e alta sinistralidade – roubo e avaria (43%).

Questionadas sobre a qualidade dos serviços de transportes realizados por elas mesmas nos últimos três anos, 77% das transportadoras ouvidas consideram que foram melhores ou iguais. O que é confirmado pelos embarcadores: 89% apontam que seus transportadores foram melhores ou iguais.

Os embarcadores demonstraram uma grande fidelidade às transportadoras contratadas. De acordo com a pesquisa, 47% atendem o mesmo cliente entre 4 e 6 anos. “Na crise, as transportadoras cederam aos embarcadores para continuar no mercado, reduzindo os preços. Mas os baixos valores comprometem a estrutura do transportador”, observou Queiroz, lembrando que o diretor de uma grande transportadora lhe disse uma vez: “o embarcador luta pelo preço, nós lutamos pela vida”.

Segundo Queiroz, os transportadores costumam fazer a conta da sobrevivência. “É muito difícil essas empresas fecharem as portas, mas aconteceu isso recentemente. E pode acontecer novamente”, expõe.

Com relação aos contratos, 77% das transportadoras têm menos de 50% de seu faturamento sob contrato formal e 40% delas têm menos de 10% de sua receita com contrato formal. “Isso significa que as empresas estão trabalhando sem SLA, ou seja, sem acordo de nível de serviço, o que interfere na qualidade do serviço. Se não tenho métricas e metas a seguir, não há o que exigir”, expôs Gorodovits.

Conclusões
Segundo a pesquisa, o mercado brasileiro de distribuição está cada vez mais complexo com canais de distribuição mais especialistas e exigentes (atacado, atacado/distribuidor, varejo, multivarejo, multiníveis, door-to-door, B2C) com as transportadoras sendo “especialistas” em todos eles. Os embarcadores cada vez mais operam em mais de um canal, com tendência a serem omnichannel.

Uma fotografia do mercado mostra cada vez mais controle de tráfego de caminhões, restrição de toda ordem no destinatário e aumento da exigência dos clientes, além dos já conhecidos problemas estruturais, como malha viária precária e burocracia, bem como a crise econômica, que começou no segundo trimestre de 2014 e se agravou em 2016.

Entre as conclusões e macrotendências estão: aumento da inteligência logística do embarcador caracterizada pelo aumento do nível head e melhoria de todo o time logístico do embarcador; crescimento do nível de exigência e de capacidade de negociação e cobrança do embarcador; aumento da terceirização dos riscos ao transportador; e a profissionalização do time para poder jogar “de igual para igual” com o embarcador. Também foi observado o aumento da pressão pelo nível de serviços e por prazos de entregas menores e mais precisos, com estoques menores.

O estudo constatou que as não-entregas e sua gestão geram alto custo, tanto para embarcadores quanto transportadores. A busca conjunta de solução para esse problema é uma das principais oportunidades de redução de custos e ganho de produtividade.

Além disso, a pesquisa mostrou que a redução real de preços logísticos é fato. Dos embarcadores entrevistados, 94% reduziram a conta frete. Pelo lado das transportadoras, 60% não conseguiram reajuste nenhum e, dos que conseguiram, 88% reajustaram abaixo da inflação.

A perspectiva para 2017 é de aumento do risco de operação: os embarcadores ainda julgam pagar caro pelo serviço, e os transportadores operam com preços abaixo do limite de ruptura. O cenário mostra aumento de ruptura de relações comerciais antigas com piora do nível de serviço.

Os embarcadores indicaram aumento do uso de Operadores Logísticos, mas os transportadores apontaram para uma redução de demanda por estes operadores. A crise explica em parte a queda de demanda por transportes dos Operadores Logísticos, mas há indicação que eles fazem cada vez mais transportes.

De acordo com o estudo, nada indica que em 2017 haverá melhoria da situação. Muitos transportadores correm o risco de não sobreviver devido à baixa ou nenhuma margem de operação, baixa capacidade de inovação e pouca tecnologia. Também haverá aumento de ociosidade em toda a malha do transportador (indoor e outdoor). A saída econômica sugerida é a fusão e aquisição entre transportadoras.

“Embora a realidade não seja de crescimento, a percepção positiva a respeito da melhora pode ser um estímulo ao mercado, gerando conforto para os negócios. Isso já traz impactos para a economia de forma geral”, comentou Gorodovits. Para Queiroz, o olhar otimista para 2017 é não agravar as perdas.

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