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Rodovias 15 de junho de 2016

Pesquisa da Sontra Cargo revela perfil e hábitos dos caminhoneiros brasileiros

Nas estradas brasileiras, durante todos os dias, rodam milhares de caminhoneiros por diversas regiões. No entanto, pouco se conhece sobre a rotina dessa parcela importante do mercado de trabalho. Pensando nisso, a Sontra Cargo (Fone: 11 2813.0477), plataforma que conecta motoristas a cargas disponíveis, realizou a inédita pesquisa “Perfil do Caminhoneiro Brasileiro”. Durante 40 dias foram captados os dados de mais de 1.700 profissionais referentes à escolaridade, remuneração, tempo de trabalho e condições familiares.

No levantamento, os fatores de destaque são as condições de trabalho em comparação à remuneração recebida pelos caminhoneiros. Dentre os que responderam ao questionário de 40 perguntas, 74,2% realizam entre 1 e 10 viagens durante o mês e 61,2% rodam entre 601 e mais de mil quilômetros. Entretanto, os valores recebidos giram entre 2 e 6 mil reais para 60% deles. Em relação à localidade, a maioria provem do Sudeste (51,5%) – considerado o maior polo logístico do país –, 25,5% do Sul, 12% do Centro-Oeste, 8,7% do Nordeste e apenas 2,3% da região Norte.

Além disso, 84,7% são trabalhadores autônomos (68,5%) ou possuem regime de Pessoa Jurídica (16,2%) – essa autonomia é destacada por 30,8% dos respondentes como um fator importante na escolha da carreira –, enquanto que somente 15,2% são contratados via CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.

Questionados sobre a ligação com a profissão, 22,1% disseram ter pais caminhoneiros e escolheram a área de atuação baseada nesse fator. Contudo, a decisão de se tornar motorista ocorreu há pouco tempo: 57,4% entraram há menos de 10 anos, sendo que 35,9% entre 0 e 5 anos.

A responsabilidade desses trabalhadores perante suas famílias também foi outro quesito encontrado. Dos respondentes, 81,4% são a renda principal de suas residências. Porém, a maioria (73,4%) não possui plano de saúde. Ainda assim, suas faixas etárias estão disseminadas entre 33 e 56 anos como a maior parcela – (76,1%), subdivididos em: entre 33 e 40 anos com 30,4%; entre 41 e 48 anos com 28,5%, e entre 49 e 56 anos com 17,4% – todas as idades são consideradas de risco, segundo as operadoras de saúde.

Ainda no levantamento, informações como escolaridade desses motoristas ajudam a definir o perfil dos profissionais: 32,4% têm o ensino médio completo, 11,3% concluíram o ensino fundamental, 9,5% possui curso superior completo e somente 1,6% tem pós-graduação. Também neste quesito, o dado negativo é que 11,6% não chegaram a concluir o ensino fundamental.

Para Bruno Torres, diretor de marketing da Sontra Cargo, as informações encontradas na pesquisa serão de extrema importância para que a plataforma continue pensando em ações que tragam benefícios a todos estes profissionais. “Saber o quanto esse profissional dirige por mês, qual a posição dele na sociedade, como ele é representativo para sua família e as motivações que o fizeram decidir por esse trabalho, certamente, faz com que o nosso trabalho nesse segmento seja muito mais assertivo e prazeroso. Tudo isso será o diferencial na nossa busca por parcerias e ações que ajudem ainda mais a melhorar o mercado de um modo geral”, complementa.

Tecnologia
Com relação à tecnologia, a pesquisa revelou que para 19,5% a internet é uma das três principais necessidades nos pontos de parada, estando abaixo apenas de questões básicas, como alimentação (61,7%), estacionamento (49,9%), segurança (27,1%) e serviços mecânicos (22,3%).

O levantamento também mostrou que a necessidade por internet está relacionada ao crescimento dos smartphones com estes profissionais, cerca de 71,8% dos caminhoneiros possuem aparelhos próprios com acesso à internet e 62,1% afirmam acessar diariamente a rede. “O uso da internet móvel modificou o jeito como as pessoas se relacionam, consomem e ganham dinheiro atualmente, e com os caminhoneiros não foi diferente. Isso demonstra a importância que a internet vem ganhando na categoria e o crescimento do meio, principalmente com planos e pacotes mais acessíveis”, afirma Torres.

Ainda de acordo com o estudo, 42,1% usam o celular para a busca de cargas, enquanto 25,8% utilizam para interagir nas redes sociais, 24,3% querem acompanhar as notícias e somente 5,4% buscam entretenimento. “A internet proporcionou ao caminhoneiro ser capaz de procurar e negociar um preço justo para voltar com outro frete até a região que saiu, potencializando os ganhos”, esclarece o diretor de marketing.

A pesquisa mostra que, além de jovens e com maior escolaridade, os caminhoneiros estão utilizando a tecnologia para ficar mais próximos da família, como fonte de aprimoramento com informações e para aumentar sua renda através da maior produtividade do caminhão. “Esses resultados mostram que muito ainda pode ser feito para o setor com a utilização da tecnologia”, destaca.

Entraves
Segundo Torres, os dados do estudo revelam que mudanças na melhoria das estradas, pontos de parada e valores de fretes são as principais questões que precisam de atenção para atender às necessidades dos caminhoneiros.

“As maiores reivindicações da categoria, fora as que possuem relação direta com o governo, como condições de estradas, novos modelos de financiamento, etc., são aquelas ligadas ao reajuste dos valores pagos por frete”, expõe. Para o diretor de marketing, essa negociação entre empresas e profissionais sempre apresentou uma disputa forte, pois os dois lados sempre olham para a maior taxa de economia ou de remuneração.

Falta de infraestrutura e valores de fretes são os maiores problemas enfrentados pelos caminhoneiros revelados pela pesquisa. A solução, na opinião de Torres, seria maior investimento das instituições públicas e privadas para assegurar as condições necessárias para o desenvolvimento do transporte rodoviário de carga.

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