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Mercado 14 de setembro de 2015

Pesquisa mostra o que pensam os embarcadores de cargas sobre o transporte no Brasil

As companhias GKO (Fone: 21 2533.3503) e RC Sollis (Fone: 11 2306.0811) acabam de divulgar uma pesquisa, realizada em conjunto, que busca compreender qual a visão dos embarcadores de carga sobre os transportes no país, e o que eles buscam. Desenvolvida entre os meses de março e abril de 2015, o estudo chamou 300 embarcadores para responderem questões como o que desejam, o que pensam sobre as transportadoras que usam e como se estruturam para fazer logística de distribuição no Brasil. Deste número, 68 embarcadores responderam aos questionamentos, dentro de um perfil pré-determinado (ver box).

O que desejam?

Ao serem instruídos a elencar livremente três das principais características desejadas em uma transportadora, sem alternativas para serem assinaladas, a maioria dos transportadores colocou como mais importante o cumprimento do ‘prazo de entrega’, com 38%. Para 16%, o ‘preço’ é o mais desejado, seguido pela ‘qualidade do serviço’, com 14%, e a ‘informação sobre a carga’, com 12%.

Como explicaram Ricardo Gorodovits, diretor da GKO, e Celso Queiroz, diretor da RC Sollis, durante apresentação da pesquisa, quanto maior o valor agregado da mercadoria de um determinado grupo de empresas selecionado, maior é a representatividade do prazo de entrega como primeira característica mais desejada. A maior importância do prazo de entrega também ocorre quando quanto maior é a quantidade de produtos expedidos, para o mesmo valor de mercadoria.

Na visão do embarcador, o prazo de entrega é o menor praticado no mercado, porém com alto nível de precisão, baixo desvio padrão e sem dispersão de eventos, segundo os diretores.

O que pensam sobre as transportadoras que usam?

Dentre os três principais problemas que os embarcadores enfrentam hoje com suas atuais transportadoras, 64% citaram entre as questões a informação sobre o posicionamento da carga, 58% mencionaram as oscilações na qualidade do serviço ao longo do ano, 56% citaram confiabilidade no prazo de entrega e 41% falaram sobre preço. Para 62% dos entrevistados, nos últimos três anos os problemas permaneceram iguais, e para 10% eles pioraram. Apenas para 28% houve melhora na prestação de serviços no período.

A questão serviço/preço é mais complicada de ser otimizada nas regiões Norte, para 50% das empresas, e Nordeste, para 38% delas, segundo a pesquisa.

Como se estruturam para fazer logística de distribuição no país?

Todas as empresas participantes do estudo utilizam uma estrutura de Centros de Distribuição (CD) para a expedição da distribuição de seus produtos. Elas também dominam toda a tecnologia que envolve a operação, como infraestrutura civil, equipamentos de movimentação e estruturas de armazenagem, tecnologia de gestão de armazéns e de estoques. Do universo analisado, 30% das empresas têm um único CD; 43% têm de 2 a 4 CDs e 27% têm mais de 4 CDs. Deles, 35% são próprios, 34% são totalmente terceirizados e 31% são mistos.

Dentre os embarcadores, 59% usam um grupo de transportadoras para atender a transferência de CDs ou regiões e outro grupo para a distribuição local ou regional. Das empresas entrevistadas, 39% usam mais de 12 transportadoras; 23% usam entre 5 e 8; 18% usam entre 9 e 12 transportadoras; 17% utilizam entre 2 e 4; e apenas 3% usam apenas uma transportadora.

Apesar dos problemas apontados, os embarcadores mostram uma grande fidelidade às empresas de transporte contratadas, sendo que 78% deles têm o mesmo fornecedor há mais de 3 anos.

A multimodalidade é tendência nos transportes. Frente a isso, 56% das empresas usam os modais rodoviário/aéreo/rodoviário em seu transporte. Já 29% usam rodoviário/cabotagem/rodoviário e 15% fazem uso do trajeto rodoviário/fluvial/rodoviário.

O que pretendem fazer em 2015?

O corte de gastos com transporte é o que a maioria das empresas pretende fazer ainda em 2015, mesmo que a demanda por frete se mantenha igual à de 2014. Dos embarcadores, 55% planejam diminuir entre 1 e 5% os custos, enquanto 31% deve reduzir entre 6% e 10%. A redução entre 11% e 20% do custo será feita por 9%, e 5% dos embarcadores devem manter os custos atuais.

“A principal forma de pressionar os transportadores será através do lançamento de licitações, sendo que 47% pretendem abrir licitação no segundo semestre. Já 26% das empresas pretendem obter a redução tarifaria através de negociação direta com os atuais prestadores de serviço”, afirmou Gorodovits, da GKO.

Tendências

De acordo com Queiroz, da RC Sollis, o aumento da terceirização na área de logística continua sendo tendência – 33% dos embarcadores já buscam essa alternativa em 2015.

Atualmente, 20% das empresas mantêm um sistema misto de gestão com Operadores Logísticos, sendo que 7% terceirizam seu transporte com OLs, porém mantêm a atividade de CD com operação primarizada. Outros 13% terceirizam a atividade de armazém, e não terceirizam a administração de transporte. Neste cenário, há um caminho facilitado para buscar ganhos com a outra parte que ainda pode ser terceirizada.

Outros 36% das empresas não usam OLs, apenas terceirizando a operação de transporte, sem terceirizar a administração ou contratação do frete.

Perfil dos embarcadores

Um perfil específico de embarcadores foi escolhido pela GKO e RC Sollis para desenvolver a pesquisa.

Todas as empresas entrevistadas fazem distribuição nacional e, por isso, conhecem a dificuldade de distribuir em um país com dimensões continentais com grandes e inúmeros contrastes logísticos regionais. O tipo de carga focado foi do mercado de cargas embaladas não refrigeradas e não frigorificadas, as cargas secas. Nestas, o foco foi as fracionadas, mas a pesquisa também abrangeu cargas lotação. No entanto, empresas com somente carga lotação representaram apenas 9% em quantidade de empresas e 13% do total das cargas pesquisadas.

O grupo de embarcadores participantes é formado por empresas que geram R$ 170 bilhões/ano de faturamento e que contratam R$ 3,5 bilhões/ano em fretes para movimentar cerca de 8 milhões de t/ano. As empresas representam cerca 30% do mercado brasileiro de cargas fracionadas.

A média do preço por quilo da mercadoria transportada nesse universo é de R$ 21,00, caracterizando um mercado de carga de alto valor agregado. O grupo pesquisado é composto por 79% de indústrias; 16% de empresas comerciais; e 5% de serviços.

E os embarcadores se enquadram nos seguintes setores: alimentos e bebidas, farmacêutico, cosméticos/beleza, química, eletroeletrônico, autopeças/automotivo, higiene e limpeza, papel/celulose, varejo–loja física, varejo – e-commerce, outros (linha branca, tecido, confecção, metal/mecânica, UD, Operador Logístico, Telecom e calçados).

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