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Plano de rigging 27 de julho de 2015

Planejamento na elevação, amarração e movimentação de carga evita acidentes e até perda de vidas

Setores da economia que convivem com processos de movimentação, elevação e amarração de cargas pesadas, como siderurgia, construção civil e logística, passaram a ter preocupação cada vez maior com planejamento, visto o aumento de normas para os materiais usados, maior fiscalização e, também, acidentes recentes, que evidenciaram prejuízos que vão além do financeiro, com perdas de vida. Porém, ainda há muitas dúvidas de como se adequar e o que é preciso checar antes de começar o processo.

A Rigging Brasil (Fone: 11 2532.0529), empresa especializada na prestação de serviços voltados à elevação, movimentação e amarração de cargas, percebeu o aumento da demanda em sua área chamada de Núcleo Rigger, que realiza o planejamento com estudo do içamento e da amarração e dimensionamento dos equipamentos.

Plano de Rigging

Segundo Gustavo Cassiolato, engenheiro e diretor da Rigging Brasil, o Plano de Rigging é um projeto para executar uma movimentação de carga conforme um pré-estudo. Sua importância se dá pela alta responsabilidade envolvida, onde são apresentados os fatores necessários para configuração de equipamentos para executar a operação de forma segura e eficaz.

No plano de Rigging, ensina Cassiolato, são apresentados: 1. Dados do equipamento: raio de operação, abertura de lança, configuração dos equipamentos – por exemplo em guindastes, podemos colocar outros tipos de moitões, lanças e contrapesos –, fixação do equipamento do solo (patolamento), dentre outros; 2. Dados da carga: peso total, centro de gravidade, pontos de fixação, materiais utilizados para proceder a movimentação, como laços de cabos de aço, acessórios como manilhas, dentre outros; e 3. passo a passo da operação – é informado o ponto de início da operação, apresentando todo o roteiro a ser realizado na operação
“O profissional que pode elaborar um plano de Rigging é o Rigger. Normalmente esse profissional possui curso técnico de nível médio ou ensino superior em Engenharia Mecânica ou Civil com conhecimento em movimentação de carga”, explica o engenheiro.

Checklist

Cassiolato também apon ta a importância de fazer um checklist, um planejamento para elevação, amarração e movimentação de cargas. “A principal importância para a elaboração de um controle nos processos de elevação, amarração e movimentação e amarração de carga é assegurar a integridade dos materiais e evitar falhas que possam ocasionar acidentes.”

Ele também destaca que a realização de inspeção periódica é um item normativo e deve ser realizado conforme periodicidade de uso dos materiais. “Muitas organizações não fazem ideia da gravidade da falta de registros de inspeções.”

O engenheiro também salienta que é preciso entender que não se pode negligenciar o processo em nenhuma etapa. “Se gasta milhões na produção de uma peça, por exemplo, e por economia é possível que se perca todo o trabalho e muito dinheiro na ausência de inspeções e análises.”

Ele também entende que antes de qualquer procedimento é preciso que se faça um checklist – veja as 19 questões colocadas por ele no Box desta matéria. Cassiolato reforça que este checklist é apenas uma forma de auxiliar quem está no processo. “O ideal é também estar sempre atualizado com as normas, se manter em treinamento constante e envolver todos os profissionais, de quem compra o material a quem opera um guindaste”, diz o executivo.

Ele também informa que um dos fatores essenciais para executar uma operação segura é ter todos os envolvidos treinados e com sintonia na operação. São eles: supervisor de rigging, sinaleiro/amarrador e o operador do equipamento (ou caminhoneiro). “Esses profissionais devem estar treinados para executar tal serviço. Muitos problemas ocorrem quando há vícios e falta de capacitação dos operadores.”

Planejamento mal feito

Sobre se as companhias estão mais atentas em relação aos perigos de um planejamento mal feito, ou ainda atuam de forma amadora, sem planejamentos profundos, o engenheiro e diretor da Rigging Brasil é categórico: “infelizmente tenho visto muitas empresas despreparadas para garantir 100% de segurança nos processos de movimentação e elevação de cargas. Quando falamos em amarração de cargas, vemos o problema ainda maior”.

Os acidentes relacionados à movimentação de carga não são tão notórios, pois ocorrem dentro das organizações, porém ao acompanhar os noticiários em relação a acidentes com amarração de carga, podemos ver pelo menos dois acidentes por dia no Brasil, alerta Cassiolato.

Outro fator importante é que as organizações estão preocupadas em atender normas regulamentadoras apenas. Como exemplo, contratam consultorias e treinamentos específicos por norma, como a NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Esse tipo de serviço não agrega à companhia e aos colaboradores, apenas faz os mesmos obterem um conhecimento do que se trata a norma e, talvez, como interpretá-la, não fornecendo ferramentas adequadas e específicas a cada atividade.

Leis e normas

Já que falamos em normas, em termos de leis e normas que cobrem a questão de planejamento para elevação, amarração e movimentação de cargas, o engenheiro diz que, em relação à lei, temos o código civil e penal, as responsabilidades das empresas e prestadores de serviço, a obrigação de cumprir normas de segurança e medicina do trabalho, instruir os empregados quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais.

Temos as normas regulamentadoras NR11, NR12 e NR-18 (além de normas específicas por atividade, como, por exemplo, a NR29 – trabalho portuário) e normas técnicas dos materiais e equipamentos utilizados para orientar os trabalhos relacionados à elevação, amarração e movimentação de carga.

“As normas que temos disponíveis no Brasil para elevação e movimentação de carga são razoavelmente suficientes, porém, quando falamos em amarração de carga, deixamos a desejar. Em relação à fiscalização, podemos falar que nessa área ela ocorre apenas quando há um acidente. Muitos agentes de fiscalização não têm um conhecimento adequado e, assim, deixam passar muitas falhas que podem ocasionar acidentes de grandes proporções. Em contrapartida, estamos mobilizando profissionais do setor para a criação de uma associação: a ABEMAC – Associação Brasileira de Engenharia de Movimentação e Amarração de Cargas”, esclarece o diretor da Rigging Brasil.
A principal missão da ABEMAC – ainda segundo ele – é a salvaguarda da vida humana. Sua função é promover o desenvolvimento sustentável e tecnológico das empresas fabricantes de materiais e prestadores de serviços para movimentação e amarração de cargas, participar da formação, especialização e atualização de profissionais que atuam no mercado brasileiro e atuar para atender as necessidades da sociedade, associados e parceiros, fortalecendo a atuação da engenharia no mercado, com bases estratégicas de boas práticas por meio do conhecimento da legislação, nacionais e internacionais, assim como normas regulamentadoras e técnicas.

Checklist para os usuários e operadores antes de cada movimentação
1. Quem é o responsável (competente) para a elevação?
2. Todas as comunicações foram estabelecidas?
3. O equipamento possui condições de operação? Foi realizado um checklist?
4. O equipamento é adequado para o serviço?
5. O equipamento tem a devida identificação?
6. Todos os dispositivos utilizados têm identificado a Carga de Trabalho?
7. O peso da carga é conhecido?
8. O centro de gravidade da carga está estabelecido? Foram utilizados métodos para correção dele quando a carga for assimétrica?
9. Qual é o ângulo de trabalho das lingas?
10. Existem proteções contra cantos vivos?
11. A carga de trabalho das lingas e dos acessórios está compatível?
12. Há necessidade de um cabo guia para orientar o posicionamento e a operação da carga?
13. A área está isolada?
14. Possui plano de Rigging ou profissional legalmente habilitado e capacitado?
15. Os requisitos de utilização do guindaste foram verificados? (Comprimento e ângulo da lança, raio de operação, carga de trabalho, fator de segurança, taxa de ocupação).
16. Houve um estudo de solo que comprove a capacidade de sustentação da pressão aplicada?
17. Há interferências aéreas? O trabalho é próximo à rede elétrica?
18. O local de descarregamento está livre e foi verificada a área de transporte?
19. As condições climáticas foram analisadas? (chuvas, ventos, etc.)

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