Preços devem recuar no final do ano

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu ontem (9), durante reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a inflação deve perder fôlego só a partir do quarto trimestre deste ano. Baseado em dados do mercado financeiro e do BC, o ministro comentou que o aumento dos preços vai se manter acelerado até o terceiro trimestre, "impulsionado pela alta das commodities e pela demanda doméstica aquecida". Já a desaceleração poderá ocorrer devido à retração na procura por alimentos e pela possível perda de poder aquisitivo da população de baixa renda.

Segundo os dados divulgados por Mantega, entre abril de 2007 e 2008, a inflação total acelerou de 3% para 5,04%. A de alimentos passou de 4,63% para 12,62% e a dos demais itens foi de 2,56% para 3,03%. Nos últimos 12 meses, os alimentos contribuíram com 2,69 pontos percentuais para a inflação de 5,04%. O ministro citou como expectativa de "aumento temporário de preços", a indicação do mercado de que a inflação medida pelo IPCA fechará o ano em 5,5%. Depois disso, segundo o ministro, as expectativas apontam para uma redução gradual dos preços, chegando a 4,6%, em 2009, e 4,5% em 2010.

Mantega garantiu ao presidente Lula ser possível manter a inflação sob controle sem colocar em risco o crescimento econômico. Admitiu, no entanto, que o País conviverá com uma "ligeira desaceleração". Segundo o ministro, os fundamentos da atual expansão da economia "reduzem o risco de uma perda de controle da inflação". Para ele, a forte expansão no nível dos investimentos "garante a oferta nos próximos anos". Para Mantega, o atual ritmo de crescimento, na faixa de 4,5% a 5%, "é compatível com o potencial da economia nos próximos anos." O ministro disse ainda que a política fiscal do governo "contribui para controlar a inflação", referindo-se à decisão de elevar para 4,3% do PIB o superávit primário deste ano.

Fonte: www.dcomercio.com.br