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Conteúdo 3 de dezembro de 2008

Produção industrial teve uma freada brusca de desempenho no mês de outubro

O mês de outubro marcou a entrada da produção industrial no cenário de crise financeira com a alteração brusca do nível de atividade, e já suscita em economistas previsões negativas para o Produto Interno Bruto (PIB) e o início de uma "recessão técnica" em janeiro. O nível de atividade da indústria caiu 1,7% em outubro em relação a setembro, e uma alta de apenas 0,8% em relação a igual mês do ano passado, a menor variação desde 2006 nessa base de comparação. "O mês de outubro marca a entrada da indústria no novo cenário econômico mundial", afirmou o coordenador de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales. No acumulado do ano, a produção acumula alta de 5,8% e no período de 12 meses, de 5,9%.

A produção de bens de capital (máquinas e equipamentos), que sinaliza os investimentos, caiu 0,5% em outubro em relação a setembro, mas registrou alta de 15,8% na comparação com outubro do ano passado. Esse aumento reflete acréscimos significativos em bens de capital para indústria (3,9%), para agricultura (31,5%), para transporte (44,8%), para energia (1,5%) e para construção (9,6%).

Com relação à queda na produção de bens duráveis, Sales atribui o resultado às férias coletivas em vários segmentos. A categoria de duráveis mostrou queda em todos os subsetores: automóveis de passageiros(-3,4%), eletrodomésticos (-1,7%), outros equipamentos de transporte (-13,3%, puxados especialmente por motocicletas) e mobiliário (-5,3%).

Sales destacou a perda de quase um ponto percentual no indicador industrial de 12 meses apurado em setembro (6,8%) para outubro (5,9%). Para ele, uma perda dessa magnitude no indicador de 12 meses de um mês para o outro não ocorria desde março de 2005.

Os automóveis perderam, em outubro, o posto de líder em crescimento industrial. A produção de veículos automotores, que havia aumentado 20,2% em setembro ante igual mês do ano passado e acumulado um aumento de 17,6% de janeiro a setembro deste ano, desacelerou a expansão para apenas 4,1% em outubro ante igual mês de 2007.

A indústria de produtos químicos registrou queda de 11,6% na produção em outubro ante setembro e representou o principal impacto de queda na produção industrial no período. Segundo Sales, a principal pressão negativa foi de fabricantes que atendem o segmento de agricultura. Esse grupo de produtos químicos inclui fertilizantes, tintas e resinas e também foi afetado por paralisações.

Recessão técnica

A queda do ritmo de produção poderá reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre do ano. Para o economista da LCA Consultores Bráulio Borges, o PIB do quarto trimestre cairá 0,5%, mas fechará o ano com alta de 5%. O Departamento Econômico do Banco Santander espera queda de 0,2%, mas aposta em alta de 5,3% no ano.

Já o economista-chefe do banco Morgan Stanley, Marcelo Carvalho, além de prever queda do PIB de 0,6% no último trimestre, também avalia que "aumentou a probabilidade de o Brasil entrar em recessão técnica".

O consultor de análise econômica do Itaú, Joel Bogdanski, afirmou que o desaquecimento da atividade industrial em outubro levou o banco a rever a previsão do PIB do quarto trimestre na margem, de uma alta de 0,4% para uma elevação de 0,1%.

A instituição também reduziu de 4,1% para 3,7% a estimativa para o PIB do quarto trimestre contra os iguais três meses de 2007.

 

Fonte: Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br

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