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Mercado 18 de janeiro de 2021

Segundo o presidente da ULMA na AL, mercado de movimentação de materiais no mundo deve atingir US$ 190 bilhões em 2023

Marcelo Bueno_ presidente na América Latina, da ULMA Handling Systems

É com a afirmação acima que Marcelo Bueno, presidente na América Latina da ULMA Handling Systems, empresa especializada no desenvolvimento de projetos de sistemas e armazéns automatizados para diversos segmentos da indústria, analisa o panorama mundial atual do setor, enquanto desenvolve seu planejamento tendo como base projeções de um estudo que foi comprado da Freedonia Group para que ele possa desenhar quais serão as estratégias para atingir as metas de negócios nos próximos anos.

“Nós estamos, no mínimo, uma década atrás de mercados maduros como o europeu ou o norte-americano em termos de investimento em automação, mais especificamente na distribuição. O mercado de movimentação de materiais é muito amplo e envolve desde o fornecedor de uma grua para a construção civil até o de empilhadeiras e os demais veículos que são utilizados nos Centros de Distribuição. Mas há, também, o mercado mais restrito, que é o de sistemas para movimentação de armazenagem, onde atuamos. Estamos focados no mercado de distribuição, o de material handling, que está amadurecendo muito, até por necessidade pontual, como o impacto do e-commerce, que já vinha em uma crescente e que explodiu com o cenário da pandemia.”

Segundo o executivo, o cenário com a COVID-19 não impactou negativamente os negócios da ULMA. Desde o mês de maio, no meio da crise, a empresa vem fechando contratos de dimensões diversas, que variam de 5 a 30 milhões de Euros. Atualmente, a empresa está envolvida em grandes projetos na América do Sul, nos segmentos de indústria de alimentos, laticínios, setor de material de construção, distribuidores farmacêuticos, atacadistas e indústria de tintas, entre outros.

“Os nossos projetos têm um ciclo de venda muito longo. Clientes que já estavam com orçamentos aprovados e verba alocada não voltaram atrás porque sabem que estamos falando de uma crise sanitária que tem um impacto econômico que pode até durar de um a dois anos, mas esse vírus não vai dizimar a Terra. Então, eles não postergam investimentos porque sabem que isso não faz sentido. Já os que estavam começando a pensar em fazer algo conosco pararam a conversa no início da pandemia, mas já retomaram. Há também os que desistiram, mas, pela minha experiência, essas são empresas que sempre perdem as grandes oportunidades, e estão sempre atrás. Elas esperam todo mundo sair na frente e depois correm”, explica.

Números do segmento

Bueno conta que o mercado de movimentação de materiais está estimado a chegar em 190 bilhões de dólares em 2023, no mundo inteiro. Isso considerando tudo o que estiver dentro da cadeia de movimentação. “Nesse mercado, nós temos indústrias de manufatura, construção, mineração e distribuição, onde atuamos com mais expressão. Essa indústria de distribuição representa 10% de todo esse mercado mundial, um montante de US$ 19 bilhões em distribuição. Estamos uma década atrás dos mercados maduros da Europa e América do Norte. Nem estou considerando a Ásia, que é o maior mercado do mundo neste quesito, por termos mais proximidade com os outros continentes”, explica Bueno.

Ainda baseado no estudo comprado da Freedonia Group, ele aponta que o Brasil é a região que mais vai crescer em material handling nos próximos cinco anos com relação ao mundo. “Se analisarmos a proporção dos investimentos em automação e o PIB dos países, nós temos na Europa, Ásia e América do Norte algo acima de 1%. Quando olhamos para a América Latina, ela está em torno de 0,5% e, no Brasil, abaixo disso. Isso significa que o potencial que temos de investimento em automação é enorme. Entre muitas coisas que se faz no aumento de produtividade, uma delas é o investimento em automação e isso é fundamental. Caso contrário, não vamos dar um salto necessário e passar a sermos um país rico algum dia”, reforça.

E-commerce e Black Friday

“A Black Friday está morrendo e isso está acontecendo também nos Estados Unidos. Eles estão diminuindo a ênfase na data. No Brasil ainda vai continuar, mas quem acompanha irá perceber que este ano os descontos serão poucos, porque isso já virou rotina. O comércio eletrônico por aqui é tão dinâmico que já briga por preço durante o ano inteiro, oferecendo muitas ofertas e promoções”, aponta Bueno.

Como o executivo comenta, não há dúvidas de que o mercado de movimentação teve impulso apioado também na ‘explosão’ das compras online, logo no início do isolamento social. Porém, muitos Centros de Distribuição ainda não estavam preparados para acompanhar o movimento do consumidor, que do dia para a noite migrou para as compras virtuais com intensidade, realizando pedidos das mais diversas dimensões e segmentos. Segundo Bueno, as empresas vão ter que investir muito em modelos que usam automação nos próximos anos, principalmente as do segmento de alimentos, que cresce muito no Brasil e vai ter que correr para se adaptar à nova realidade, porque é tudo ainda manual, dentro da operação nessa área.

O presidente na América Latina da ULMA comenta que há hoje, no Brasil, grandes market places investindo para se tornarem uma plataforma de comercio eletrônico, o que significa oferecer uma solução “de ponta a ponta”. Neste sentido, o market place vai armazenar, fazer a entrega e ainda cuidar do financeiro. “Para disponibilizar tudo isso ao mercado em um país como o nosso, ou as empresas automatizam sua intralogística ou não terão como oferecer isso para ninguém”, reforça.

Diante dos estudos e projeções atrelados ao seu conhecimento e 20 anos de atuação na área, o executivo está confiante de que temos um futuro promisor no segmento de movimentação de materiais e, respectivamente, avanços nas operações da empresa. “Vai acontecer uma transformação muito acelerada no Brasil, porque as pessoas viram vantagens em consumir via comércio eletrônico e não querem mais outro formato. Essa crise permitiu isso. As expectativas da ULMA são as melhores possíveis, não somente para o Brasil, mas também América Latina. Estamos com uma base de clientes com projetos em execução e também os novos que esperamos fechar até o começo de 2021, que talvez será o melhor ano da história da empresa, nesses 21 anos de presença no país.”

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