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Investimento 15 de fevereiro de 2016

Sem menosprezar crise, Posidonia vê nela oportunidade

A companhia de navegação Posidonia, que anunciou seus resultados de 2015, entre eles uma receita de R$ 60 milhões – o mesmo resultado obtido em 2014, aponta que apesar da instabilidade econômica e faturamento empatado, manteve seu plano de investimento para a construção da embarcação multi-propósito Posidonia Bravo, já em produção no Rio Grande do Sul e com capacidade para transportar 3 mil toneladas.

Contrariando o cenário desafiador e temerosos para muitas empresas, diante das turbulências econômicas, que as deixaram mais conservadoras e menos propensas a investir no aumento da produção, o sócio da companhia, Abrahão Salomão, diz acreditar que o Brasil é maior do que a crise vivenciada. “Nós crescemos em meio à crise dos anos 80 e 90, e temos vivas as memórias daqueles tempos, que contribuíram muito na nossa formação. Isso significa que temos que estar melhor preparados quando o País voltar a crescer, além do que precisamos tirar bons proveitos do que a crise impõe: melhorar os processos, visualizar onde há excessos, e isso demanda investimentos”.

De acordo com ele, apesar da crise, foi possível superar as dificuldades e mante os planos para o início da construção do Posidonia Bravo, além de melhorias nos processos de qualidade e segurança da empresa, os quais foram destinados R$ 8 milhões em 2015. “Entendemos que o constante investimento em procedimentos internos e na construção de novos navios é o que nos levará a um patamar superior”, explica.

A construção da embarcação consumirá US$ 17 milhões em sua totalidade, que atenderá a demanda de empresas de infraestrutura, e deve entrar em operação no início de 2017. Para ele, o projeto surgiu de maneira correta e ressalta, “não é uma solução atrás de um problema, mas o inverso, seu projeto advém das necessidades que encontramos no nosso dia-a-dia com vistas a satisfazer nossos clientes”.

O navio de menor porte, explica, tem capacidade para atracar em qualquer porto nacional e dele sair totalmente carregado, sem a necessidade de utilização de praticagem. “Pelo seu consumo diário e número de tripulantes, conseguiremos fazer uma viagem desde Porto Alegre até Manaus a custos competitivos”, apontou.

Além do Posidonia Bravo, a companhia planeja construir mais três navios a partir do próximo ano. Cada embarcação, com capacidade de até 15 mil toneladas, consumirá cerca de US$ 27 milhões de investimento com parte financiada pelo FMM (Fundo de Marinha Mercante).

Resultados

No ano passado, o volume de carga transportada pela Posidonia se manteve constante em relação ao ano de 2014. “Houve uma compensação entre os tipos de carga. Enquanto algumas diminuíram, outras aumentaram de volume, o que resultou um saldo positivo no final de tudo. Isso nos deixa bastante confiantes quanto aos nossos planos para o futuro”.

De acordo com ele, foi possível manter o faturamento de 2014, “considerando o que a concorrência tem feito e, ainda, aos expedientes que tem apelado, consideramos os números excelentes, apesar de termos vislumbrado crescimento”.

Para este ano, Salomão acredita na capacidade da empresa de manter os resultados positivos já registrados. “Não temos dúvidas disso! Nossos projetos são consistentes e sua execução obedece a critérios rígidos de controle que chegam à esfera de toda a diretoria. Nosso principal projeto continua sendo à conclusão do nosso navio Posidonia Bravo que, pela repercussão que tem gerado, não poderia ter outro nome”, diz.
Sem desprezar a crise anunciada e vista, o executivo diz que por mais que resultados positivos sejam possíveis não se pode negar os efeitos indesejáveis gerados por ela. “Este ano nós esperamos uma oferta maior de embarcações do que a demanda, em geral. De qualquer forma, podemos considerar que o ano está começando tendo o recesso parlamentar terminado esta semana, o que torna bastante prematura a análise para o período”, pondera, acrescentando ainda que a discussão política vai determinar, as alternativas contra a crise econômica. “E, por isso, temos que aguardar”, completa.

Acrescentando ainda que as ineficiências técnicas e de gestão estão ficando cada vez mais expostas em razão da crise, “o que gera um ‘gap’ natural que pode e deve ser aproveitado como forma de oportunidade. Enquanto houver ineficiência, vai haver oportunidade no Brasil”.

São Paulo e Argentina na rota

A companhia inaugurou recentemente em São Paulo uma nova unidade administrativa para reforçar sua atuação na capital paulista. “Precisávamos estabelecer esse contato mais direto com nossos clientes e fornecedores. Como realizamos muitos negócios em São Paulo, nossa chegada foi um processo natural. Foi mais um investimento que realizamos ao longo do ano para melhorar nossa estrutura”, conta Abrahão.

Outra medida que pode gerar novos negócios à Posidonia é o fim das barreiras ao comércio internacional anunciado recentemente pelo novo presidente da Argentina, Mauricio Macri. “Os efeitos de queda de barreiras pode incrementar a cabotagem a partir do momento em que se utilize de portos concentradores de carga demandando, por conseguinte, do transporte alimentador (feeder)”, acrescentando ainda ser adepto e defensor da livre iniciativa e liberdade de comércio. “Nos chama a atenção, por exemplo, o caso do Porto de Montevideo que, em razão desses princípios, mantém alto índice de movimentação e de geração de renda para a comunidade”, ressalta.

Para ele, a medida traz uma esperança e expectativa para todos os envolvidos. “Com a anulação dessas medidas, o comércio entre os países deve ser ampliado e a procura por nossos serviços, ampliada. Pelo menos é o que desejamos”, diz o executivo.

A onda de otimismo, graças a nova medida, traz esperanças de mudanças no mercado, no que tange a retomada de investimentos no ambiente de negócios e competividade internacional, o que para ele tem relação com as mudanças que vem ocorrendo na Argentina. “Não temos a menor dúvida de que nossos vizinhos estão correndo a pista para decolar! Há muita demanda (de produtos e por oportunidades de investimento) naquele País. Historicamente, o comércio entre nós sempre causou grande impacto nas contas externas. Se houver transparência e qualidade regulatórias no Brasil, seremos altamente beneficiados com o escoamento da produção argentina, bem como com o suprimento que o Brasil lhe garante”, finaliza.

Fonte: Guia Marítimo

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