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Logística Setorial 10 de novembro de 2021

Setor Químico e Petroquímico: Pandemia trouxe maior integração entre empresas e fornecedores, incluindo OLs e Transportadoras

Outras consequências foram: Implementação de tecnologias à gestão, mudanças nos prazos de entrega – para atender com mais eficiência os setores hospitalar, farmacêutico, de combustíveis e de alimentos – e frequência de reposição de mercadorias.

 

A Pandemia da Covid-19 veio para tocar na ferida de todas as empresas, expondo, sem aviso, suas fragilidades, uma vez que não havia uma referência para este tipo de crise mundial e, agora, analisando as projeções, desde o seu início, percebemos alguns equívocos. Então, cada gestor, cada CEO, assim como cada pai de família e estudante viu seu castelo de cartas desmoronar. E, para o setor de logística foi um baque!

“Embora a curva da demanda por itens de consumo tenha ido parar nas alturas, forçando mudanças rápidas para cumprir obrigações contratuais e, também, para manter a produção e distribuição de produtos, percebemos uma queda brusca nos transportes de alguns produtos químicos e petroquímicos, principalmente na importação e exportação. Foi neste momento que vimos grandes empresas parceiras se reestruturando de uma forma mais enxuta, apostando em uma boa gestão de Supply Chain, querendo enxergar toda a cadeia de uma forma completa, melhorando o rendimento de processos e da malha logística até os modais de transportes, e foi aí que nós entramos em ação.”

Foi nessa reestruturação – continua Luiz Gustavo Tassi, CEO e sócio proprietário da Tassi Transportes – que sentiram as maiores necessidades de mudanças. “Nós tínhamos duas opções, pisar no freio e aguardar a pandemia passar ou investir em tecnologia para acompanhar esta onda. E ficamos com a segunda opção, investimos em uma frota movida a gás; desenvolvemos um Sistema de rastreamento de cargas para acompanhar a evolução dos nossos clientes e, mesmo em meio à crise, conseguimos crescer. Nesse momento, que vou chamar de pós-pandemia (levando em consideração os avanços que tivemos desde o início e a ‘volta’ a essa nova realidade), as mudanças mais impactantes trazidas pela pandemia à logística do setor Químico e Petroquímico foram: maior integração entre empresas e fornecedores; implementação de tecnologias à gestão. Ainda sobre as mudanças mais impactantes trazidas pela pandemia à logística do setor químico, é válido lembrar da RDC 430/2020, que veio para aprimorar as disposições sobre as Boas Práticas de Distribuição, Armazenamento e Transporte de Medicamentos.”

Luiz Gustavo também enfatiza que estas mudanças não só vieram para ficar, mas ditaram a velocidade com que devemos abraçar as mudanças e prosseguir inovando, independente do setor que pertencemos. “Em uma visão macro, do meu ponto de vista, nós, transportadoras, estávamos, antes da pandemia, galgando os Steps de adequação à Logística 4.0. Tudo dentro do previsto, conforme o planejado, e a pandemia nos deu um choque de realidade. Quando temos empresas em um cenário mundial buscando pela inovação e implementando tecnologia, não tem como retroceder. Alguém inventou a roda e daí para a frente os meios de transportes só se desenvolveram – é nisto que eu acredito.”

Também falando sobre as mudanças mais impactantes trazidas pela pandemia à logística do setor Químico e Petroquímico, Adilson Santos, CEO do Grupo TGA – TGA Logística Transportes Nacionais e Internacionais, ressalta que tiveram que fazer muitas coisas diferentes com a pandemia. “No Grupo TGA, neste setor, a primeira coisa que mudou foi a questão dos prazos de entrega. Passamos a exigir um esforço maior da frota para que os insumos químicos pudessem chegar ao seu destino o mais rapidamente possível, apesar dos entraves daquela época – fechamento de rodovias, exigências de segurança humana, motoristas ainda em início de treinamento com as novas regras, greves de caminhoneiros, etc. Afinal, sem o transporte de químicos em tempo útil, setores como o hospitalar, farmacêutico, de combustíveis e de alimentos não teriam como sobreviver.”

Santos continua: “No ano passado, em entrevista a esta mesma revista, destacamos também as mudanças de mentalidade das empresas e consumidores, especialmente deste setor. ‘Preço de frete’ deu lugar a ‘flexibilidade no atendimento’. ‘Agilidade na entrega’ migrou para ‘uma entrega segura para todos’.”

Outra coisa que vem mudando, desde o ano passado, em relação a anos anteriores à pandemia, ainda segundo o CEO do Grupo TGA, é a frequência de reposição de mercadorias. Como as empresas agora têm estoques menores, a reposição está sendo feita em lotes menores e com maior frequência. “Também temos notado neste segmento um aumento na terceirização de serviços, especialmente os de armazenagem e transporte e, também, a logística In-house.”

Santos acredita que estas mudanças trazidas pela pandemia vieram para ficar, e que a tendência é cada vez mais aprimorá-las. “Veja bem, a pandemia não foi só um episódio de saúde pública. Ela foi também um divisor de águas sem precedentes na História, nas relações humanas e na economia dos mercados, em todos os setores. Aprendemos com ela, ao custo de muito sofrimento, que segurança é melhor que agilidade; que prevenir é melhor que saber consertar; que uma equipe enxuta, porém organizada e focada, é melhor que um time inteiro burocrático e desunido; enfim, aprendemos ainda que empatia com o cliente não é apenas uma forma de compreendê-lo, mas, sim, um elemento fundamental para os negócios, na escalada da competitividade.”

Paulo Ossani, diretor executivo da Transportes Cavalinho, também ressalta o descompasso no fluxo logístico das cadeias produtivas e os gargalos de abastecimento, resultando em falta de insumos e elevação acentuada dos custos. “Acreditamos que, a médio prazo, as cadeias voltam a ser restabelecidas à celeridade normal das operações, assim como em uma suavização dos custos inerentes ao processo.”

 

Exigências

Obviamente, esta nova realidade de mercado, imposta pela pandemia, passou a imputar novas exigências aos OLs e às transportadoras que atuam no setor.

“O setor teve que se reinventar para encontrar soluções digitais de trabalho remoto para suprir as necessidades das empresas. A nova realidade imposta pelo mercado trouxe consigo um ‘choque de eficiência’ para todos os players do setor de transportes”, pontua Douglas Klock, gerente nacional de vendas e marketing da TW Transportes e Logística. A estas considerações, Amanda Adami, do setor de Marketing e vendas da Efitrans Transportes, acrescenta a modificação e o aperfeiçoamento dos modelos operacionais antes praticados; o enquadramento de serviço essencial; e o desempenho de uma das tarefas mais importantes do mundo, envolvendo o abastecimento de produtos diversos e aberturas de novas demandas de mercado, para a prestação de serviços logísticos e de transportes.

Por seu lado, Temer de Andrade Saad, diretor geral da Primeserv Logística e Serviços, entende que, com a menor movimentação, os clientes acabaram ficando mais criteriosos na contratação, verificando com mais cautela toda a documentação legal exigida por lei, bem como as certificações.

“Desde quando iniciamos no transporte de produtos Químicos e Petroquímicos, também conhecidos popularmente como produtos perigosos, as operações seguiam regras específicas e, com o tempo, foram sendo identificadas e implementadas melhorias. Então, ao longo do tempo, as transportadoras que operam neste segmento já estavam acostumadas a trabalhar com uma fiscalização muito maior. E, hoje, todas as operadoras logísticas estão tendo que tomar um cuidado maior com relação ao manuseio dos produtos transportados. O mundo conheceu o poder de um inimigo invisível e tivemos que nos adaptar às diversas boas práticas – higiene, limpeza, transporte, rastreabilidade, atendimento e controle. É fato que muitas delas já eram exigidas, porém passaram por um sistema de parametrização e controle extremamente significativo. Além de seguirmos todas as legislações vigentes, também entendemos a importância de cumprirmos as novas regras de condutas de cada parceiro e, com isso, nossos motoristas são instruídos a seguirem os protocolos de segurança contra a Covid-19 adotados em cada empresa parceira”, acrescenta, agora, Luiz Gustavo, da Tassi.

E Santos, do Grupo TGA, aponta que muitas coisas foram exigidas com a pandemia, mas, o mercado cobrou muito, dos OLs e das transportadoras, a questão de a carga perigosa chegar ao seu destino em segurança, sem avarias e contaminação, sem abrir mão da qualidade operacional. Isso vale para todos envolvidos no processo, desde a coleta, passando pelo embarque, o transporte, até a entrega. “Já nos acostumamos aqui na TGA à frequente capacitação e avaliações periódicas dos condutores, operadores e controladores. Outra demanda é por cada vez mais avaliações e análises de risco e de rotas antes de cada embarque de carga perigosa.”

 

Um setor que requer segurança

Esta breve análise mostra que, independentemente da pandemia, o setor Químico e Petroquímico apresenta características bem próprias.

Por exemplo, Amanda, da Efitrans, aponta como um segmento importantíssimo para a produção de insumos e equipamentos nacionais. E que exige mão de obra capacitada, licenças e autorizações para transporte em dia, além de cuidados com a paletização e movimentação, pois requer atenção redobrada, principalmente quando falamos na parte ambiental.  “As operações logísticas especializadas no segmento Químico e Petroquímico têm como principais características o rigor por parte dos embarcadores e movimentações robustas com grandes volumes e foco total em SSMA (Segurança, Saúde e Meio Ambiente)”, acrescenta Vanessa Leme, gerente de Comunicação e Marketing da GAT Logística.

De fato, como destaca Saad, da Primeserv, o segmento Químico e Petroquímico é, sem dúvida, uma atividade crítica não só nos requisitos legais, mas também nos requisitos operacionais, que restringem sobremaneira a disponibilidade de veículos, pois há necessidade de se observar itens de checklist não observados em segmentos menos críticos.

“As operações que envolvem o transporte de produtos químicos e petroquímicos por si só oferecem um alto risco ambiental e humano, e estas sãos as principais características que diferenciam uma operação simples de uma operação complexa. Boa parte do valor do frete é revertido em treinamento, adequações de veículos e licenças. É válido citar as variações dos padrões regulatórios de acordo com a unidade federativa. São diversos detalhes que visam a segurança e a garantia da qualidade da operação. E, é em meio a toda esta complexidade que está a beleza do transporte e a caracterização da logística deste segmento. Quando uma empresa se dispõe a estar debaixo de tantas obrigações em prol da distribuição de insumos essenciais para a fabricação de fertilizantes, inseticidas, plásticos, tintas, combustível, gás, explosivos, produtos farmacêuticos e por aí vai, ela expressa sua paixão pelo transporte e pelo bem maior”, romantiza o CEO e sócio proprietário da Tassi Transportes.

“Essa logística segue as normas e legislações impostas pelos órgãos governamentais dos estados onde atuamos, seguindo todas as regras exigidas do transporte rodoviário”, completa Conrado Damiani Mazzucco, gerente Comercial da Transal Transportadora Salvan.

Por sua vez, o CEO do Grupo TGA lembra que as cargas perigosas são passíveis de causar danos ambientais e humanos gravíssimos se não forem manuseadas e transportadas com os devidos cuidados. Por isso, a logística de químicos e petroquímicos começa antes mesmo da coleta da carga. Todo um planejamento roteirizado é realizado, conforme a necessidade de cada embarcador e o material a ser manuseado e transportado.

Também de acordo com Santos, a logística deste setor tem ainda como características principais a alta expertise dos profissionais na movimentação da carga, a capacitação especial e constante reciclagem dos motoristas que fazem o seu transporte, veículos especiais preparados para o acondicionamento seguro do produto químico, além de ser um segmento que depende intensamente de licenças e certificações diversas de órgãos de controle, como IBAMA, Polícia Civil e Federal, etc.

E Jair Nardo, diretor presidente do Expresso Salomé, coloca a sua análise no segmento de tintas, onde a sua empresa tem maior atuação, ressaltando que enfrentam picos recorrentes durante o mês, o que obriga a ter flexibilidade estrutural para manter a qualidade do atendimento e, também, devido à fragilidade das embalagens, ações complementares devem ser tomadas para evitar avarias, como, por exemplo, treinamentos específicos e insumos para paletização.

Na visão de Ossani, da Cavalinho, trata-se de um ambiente muito dinâmico, com operação singular em termos de exigências e especificidades e nível de serviço de alto desempenho – segurança, qualidade, performance e políticas de sustentabilidade sociais e ambientais bem definidas.

E Klock, da TW Transportes e Logística, participa, ditando como características deste segmento, a necessidade de veículos e equipamentos adequados, ciclo de treinamentos constantes para os colaboradores envolvidos e respeito à legislação específica do setor. Ele é complementado por Lilian Beux, supervisora de qualidade e meio ambiente da mesma empresa: as instalações dedicadas ao armazenamento de produtos químicos devem cumprir rigorosos requisitos de segurança, uma vez que, em muitos casos, se tratam de mercadorias perigosas. “Esses fatores geram uma preocupação extra, pois muitas empresas precisam de substâncias químicas de vários tipos para o correto desenvolvimento de sua atividade. Sejam matérias-primas, semielaboradas ou acabadas.”

 

Diferenciais

Muito do que foi dito acima aponta para o diferencial da logística deste segmento em relação à de outros. Mas não custa pontuar outros.

É necessário que todos os processos de cada atividade sejam executados com rigidez. Por isso é preciso preparar e treinar as pessoas para que elas executem bem suas funções – todos os colaboradores necessitam estar preparados para as atividades e tudo precisa estar organizado. “Todos os nossos motoristas possuem treinamento para transporte e manuseio de produtos controlados (perigosos), através do curso de Movimentação Operacional de Produtos Perigosos (MOPP)”, diz Amanda, da Efitrans.

Além das licenças pertinentes, equipamentos e EPIs específicos, motoristas com curso e qualificados, os destinatários geralmente se localizam em áreas de comércio intenso, com restrições de circulação, estacionamento, horários e necessidade de flexibilidade da frota, relaciona, agora, o diretor presidente do Expresso Salomé.

Lilian, da TW Transportes e Logística, destaca que o segmento de transporte de produtos químicos e/ou perigosos tem como principal diferencial a característica dos produtos. Para a realização do transporte, a empresa deve atender a legislação específica, onde existem exigências como: o motorista deve ser habilitado com curso de Movimentação e Operação de Produtos Perigosos; o veículo deve possuir as licenças necessárias para cada Estado; tanto o motorista quanto o veículo devem estar portando os kit’s de EPI e EPC para situações de emergência. E para armazenagem de agrotóxicos, a empresa deve contar com um depósito devidamente licenciado para tal finalidade, junto ao órgão ambiental, além de atender aos requisitos da norma ABNT 9843.

Ao apontar os diferenciais da logística neste segmento, Luiz Gustavo, da Tassi Transportes, ressalta que, “ao transportarmos produtos químicos, nossa prioridade é manter a segurança do produto, meio ambiente e de todas as pessoas envolvidas, sendo necessária uma logística altamente estruturada para lidarmos de forma ética com as inúmeras responsabilidades que este tipo de carga especial exige.”

Algumas delas incluem: Licenças, Registros e Certificações, indispensáveis para operações de risco. “Nós contamos com diversas delas, como as certificações SASSMAQ Rodoviário, SASSMAQ Estação de Limpeza, Registro RD/IPEM – INMETRO e as licenças da Polícia Civil, Polícia Federal, Exército, CTF IBAMA, IBAMA INTERESTADUAL, CETESB/CADRI, LAC/INEMA, LAS, Registro Benzeno e LETPP”; comunicação e rastreamento intensivo: “por meio de tecnologias exclusivas, nosso time e clientes podem ficar de olho na carga durante todo o trajeto”; Segurança: “equipe capacitada e caminhões preparados com kits de emergência, placas de sinalização e manutenção em dia, são apenas algumas das medidas que tomamos nestas operações”; Seguro ambiental;  Treinamento: “os motoristas devem possuir a habilitação MOPP para a realização do transporte destes tipos de produtos”.

 

Problemas

São muitas as preocupações com o transporte de químicos e petroquímicos, por conta do perigo inerente ao serviço e a responsabilidade abraçada pelo transportador. Porém, um dos problemas mais visíveis ainda está relacionado às condições inadequadas das nossas estradas, que contribuem para aumentar o risco de acidentes. A solução para esse problema depende de uma série de fatores, incluindo mais investimentos por parte dos nossos governantes e vontade política, coloca Santos, do Grupo TGA.

“Na minha visão, os maiores problemas enfrentados por esse segmento são os riscos ambientais, as condições de infraestrutura do país e a legislação. As soluções seriam através de investimentos do setor público, atualização de regulamentação e tecnologia”, acrescenta Klock, da TW Transportes e Logística.

Exigências legais que nem sempre são compatíveis com questões operacionais adicionadas à uma burocracia excessiva também são fatores negativos apontados por Saad, da Primeserv. Ou, ainda, constantes altas dos insumos, segurança precária e infraestrutura antiquada, o que exige, como soluções, investimento inteligente, melhoria dos processos de gestão e investimentos em recursos que aumentem efetividade dos procedimentos, destaca, agora, Amanda, da Efitrans Transportes.

Nardo, do Expresso Salomé, também coloca os custos em toda a cadeia produtiva e combustíveis e demais insumos reajustados semanalmente, contra tabela reajustada anualmente (muitas vezes não contemplando as reais necessidades). A solução, segundo ele, é diálogo franco e sincero entre contratante e contratado e uso contínuo de bom senso nas decisões.

“Os maiores problemas envolvem sazonalidade e períodos de baixa volumetria. Porém, estas são características inerentes ao mercado”, explica, agora, Vanessa, da GAT Logística.

Luiz Gustavo, da Tassi Transportes, explica que, como em qualquer outro setor, as transportadoras também enfrentam desafios diários internos e externos como, por exemplo, crise econômica, depreciação de bens, alta variação do preço do combustível, risco de acidentes e sinistros, além de termos o fator humano.

“Nos meus 35 anos trabalhando neste segmento posso afirmar que, para cada um destes desafios, existem soluções baseadas na melhoria contínua. Então, ao identificar o problema, é preciso agir com rapidez e inteligência. Quando analiso a metodologia de solucionar problemas do passado, vejo como hoje temos muito mais recursos que nos ajudam nas tomadas de decisões. Atualmente, contamos com tecnologias de ponta ao alcance de todos. Em suma, investir em pessoas, tecnologia e buscar a flexibilização da estrutura corporativa é a receita que salva as empresas, mantendo-as competitivas!”, completa o CEO e sócio proprietário da Tassi Transportes.

Já enquanto Mazzucco, da Transal, aponta, como problema, a concorrência desleal, o que exige uma maior fiscalização por partes dos órgãos responsáveis, Ossani, da Cavalinho, enfatiza a deficiência de estrutura para os condutores, rodovias em estado precário de conversação, pistas simples e alta carga de tributação no combustível. “Mapeamento de pontos e construção de pontos federais de apoio, concessão de rodovias com alto fluxo de veículo a iniciativa privada, ampliação das pistas de rolamento e reforma tributária são soluções para estes problemas.”

 

Como escolher

Pela complexidade das operações neste segmento – como apontado no decorrer desta matéria especial – ficam algumas dicas sobre o que considerar na hora de contratar um OL ou uma transportadora com atuação neste setor.

Amanda, da Efitrans, aponta experiência nesta área de atuação, licenças necessárias para transporte, certificações garantindo melhoria contínua, qualidade, segurança e proteção ambiental, equipamentos e complementos em ótimas condições. “A empresa precisa ter excelente atendimento e comunicação com o cliente. As funções de transporte e logística vão além da movimentação de cargas, nossa função também é oferecer soluções para os fabricantes e seus respectivos clientes. Toda a cadeia, desde a cotação até a hora da entrega, precisa de cuidados para que o produto correto seja entregue no local e no momento estabelecido.”

Na verdade, contratar uma transportadora que ofereça segurança, agilidade, qualidade, confiança e invista em práticas sustentáveis é um grande desafio, por isso, Luiz Gustavo, da Tassi Transportes, diz que algumas métricas devem ser consideradas na hora de contratar um frete: percentual de entregas realizadas; tempo de espera para a resolução de problemas; índice de reclamações de clientes com relação aos transportes; pontualidade e experiência com os serviços prestados; atendimento às condições especiais de entrega por parte da transportadora; cumprimento das obrigações legais e transparência nas informações; certificações e treinamentos.

“Antes de contratar uma operadora para a movimentação e transporte de carga perigosa, é preciso checar se o fornecedor tem capacidade de produzir um projeto personalizado, seguro e monitorado de ponta a ponta, levando em conta as peculiaridades do produto a ser transportado. Outras exigências são de praxe e obrigatórias, como a máxima segurança, análises de risco e baixo impacto ambiental.

Também é preciso verificar se a operadora leva em conta, de forma séria, os cuidados com a higiene e limpeza da equipe, do equipamento e até mesmo da carga”, diz, agora, o CEO do Grupo TGA. Nível de qualidade, segurança e estratégias ESG devem compor com peso relevante esta avaliação, acrescenta Ossani, da Cavalinho.

Lilian, da TW Transportes e Logística, finaliza dizendo que, na hora de escolher uma transportadora, além de pesquisar se ela cumpre corretamente toda a legislação vigente para o segmento, é preciso também saber das certificações dessa empresa, que também deve ter um controle rígido na prevenção de derramamentos e/ou emergências químicas.

 

O que as empresas oferecem

Efitrans – Atua com produtos diversos controlados pelo Ministério do Exército, Polícia Federal e Sassmaq. O material é coletado e conferido rigorosamente pela equipe da empresa. Segue para a base da Efitrans para emissão do conhecimento de transporte, nova conferência e etiquetagem. Após seguir para o Estado do destino final, no ato da entrega, é realizada a baixa da mesma, gerando o comprovante através de aplicativo. O comprovante fica disponível no momento da entrega ao cliente final.

Expresso Salomé – Trabalha com tintas e produtos afins, efetuando coletas, separação, roteirização e entregas nos destinatários.

GAT Logística – Os produtos envolvidos nas operações logísticas dos clientes da GAT são lubrificantes, ácidos, base, inflamáveis e oxidantes. Os processos realizados são recebimento, nacionalização, armazenamento, controle de estoque, expedição e transporte.

Grupo TGA – Atua com produtos de higiene, álcool em gel, tintas e vernizes, defensivos agrícolas, soda cáustica líquida e em escamas, etc., realizando serviços de transporte, distribuição e logística.

Primeserv – Transporta diversos produtos para indústrias químicas, como ácidos, amônia, antiespumante, bissulfito de sódio, cal, carvão ativado, cloro, detergente, hipocloritos, soda caustica, ureia, entre outros. Realiza transporte rodoviário, tanto na transferência como na distribuição ao cliente final.

Tassi Transportes – Realiza operações de transportes das seguintes classes de produtos Químicos e Petroquímicos: gases, líquidos inflamáveis, substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos, substâncias tóxicas e infectantes, corrosivos, substâncias perigosas diversas. Atualmente a Tassi é parceira de diversas empresas dos segmentos Químicos e Petroquímicos, com forte atuação em suas cadeias de suprimentos por meio da distribuição destes produtos via transporte rodoviário.

Transal – Trabalha com todos os produtos controlados e não controlados pelos órgãos governamentais, na modalidade granel (menos combustível) e seco embalado em fração. Realiza embarque, movimentação de cargas e descarga.

Transportes Cavalinho – Trabalha com solventes em geral, acetatos, fenóis, acrilatos, alifáticos, surfactantes, tensoativos, combustíveis, monômeros, colas, resinas e produtos escuros. E executa serviços de transporte lotação em veículos tanques líquidos a granel.

TW Transportes e Logística – Trabalha com produtos perigosos das classes de risco 2, 3, 4, 5, 6, 8 e 9. Entre essas classes, existem alguns produtos não transportados, como combustíveis, gás, cloro, amônia. Faz o transporte de produtos perigosos referentes às classes citadas e armazenagem de agrotóxicos.

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