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Caminhões 28 de outubro de 2020

Volkswagen enfrenta desafio de produzir seu primeiro caminhão extrapesado em meio à pandemia

A marca Volkswagen ingressa no mundo dos caminhões extrapesados em um momento desafiador para a indústria. A demanda por esses veículos cresce no ritmo do agronegócio, mas os limites impostos pela pandemia de Covid-19 influem nos postos de trabalho e na chegada de insumos.

A linha de produção localizada em Resende (RJ) recebe agora o Meteor. O veículo ocupa o espaço de três ou quatro carros pequenos e apenas o motor turbodiesel pesa o mesmo que um sedã médio inteiro. A potência chega a 520 cv na versão de maior capacidade.

O foco no agronegócio levou ainda ao desenvolvimento de uma versão do modelo Constellation voltado para o uso off-road em canaviais e plantações de eucalipto, por exemplo.

A fábrica passa pela etapa chamada curva de aceleração. O ritmo é intensificado para fazer estoque e iniciar a distribuição dos novos caminhões pelas 145 concessionárias espalhadas pelo Brasil.

Com a pandemia, são necessários dois turnos de trabalho para produzir a mesma quantidade que antes era feita em uma única jornada. Todos os funcionários do chão de fábrica estão de volta, exceto aqueles que fazem parte de grupos de risco.

​​Não houve demissões. O complexo de Resende emprega 4.100 funcionários.

Adilson Domingos Dezoto, vice-presidente de produção e logística da VWCO (Volkswagen Ônibus e Caminhões), diz que horas extras e um terceiro turno são alternativas para atender a um aumento de demanda. Mas há outros fatores que influenciam na maior ou menor eficiência da linha de montagem.

Dezoto explica que a crise na indústria química leva à falta de insumos como borracha, pigmentos de tinta e alguns compostos. Há também escassez de aço no mercado.

Para o executivo, os fornecedores precisam retomar a confiança e voltar a produzir em maior escala, de acordo com a capacidade instalada.

Entretanto, todos passam pelo mesmo problema de adequação aos novos regimes sanitários enquanto se recuperam da ruptura na cadeia de produção causada pela pandemia.

Na outra ponta, a demanda pelos veículos extrapesados se mantém alta. Até agora, a VWCO só oferecia um modelo nesse segmento, o TGX, da marca MAN. Com o Meteor, quer repetir o sucesso obtido no segmento de caminhões leves, em que o modelo Delivery se destaca.

Em uma volta pela pista de testes que faz parte do complexo de Resende, o Meteor mostra o quanto modelos capazes de transportar dezenas de toneladas cada vez mais se parecem com carros de luxo.

O caminhão que custa R$ 590 mil traz câmbio automatizado, direção leve e ar-condicionado. A geladeira instalada entre os assentos dianteiros têm marcador digital de temperatura.

O banco do motorista tem regulagens pneumáticas. O condutor pode escolher o nível de amortecimento de acordo com o piso.

O mercado do Meteor é terra de gigantes, habitada por Volvo FH 540, Scania R500, Mercedes Axor e DAF XF 105. É o segmento mais rentável da indústria automotiva nacional, e todos são produzidos no Brasil.

Fonte: Folha de S. Paulo

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