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Conteúdo 23 de março de 2009

Agronegócio enfrenta deficiências logísticas

De acordo com informações do consul­tor FOIL e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul – Famasul (Fone: 67 3326. 6211), Ademar Silva Junior, em 2007, 36% das exportações brasileiras foram feitas pelo setor do agronegócio, que foi res­pon­sável por 37% dos empregos gerados no país, nesse mesmo período. “O agrone­gócio, hoje, é o que sustenta a balança comercial brasileira”, comenta Carlos Chies, diretor de Supply Chain e Logística da Yara Brasil (Fone: 51 3230.1300).

Dessa forma, Silva Junior reivindica que os segmentos de grãos, carnes e sucroalcooleiro precisam de mais atenção, já que o Brasil é um país de dimensões continentais que sofre com gargalos quando a logística não é bem planejada. “Mais de 60% de toda a produção agrícola está sobre rodas, mas só temos 10% das estradas pavimentadas no Brasil. No Nordeste, Norte e Centro-oeste, falar em estrada é piada”, critica.

Ele conta que as áreas de plantação de grãos não aumentaram nos últimos 15 anos, só que a produção de milho e soja cresceu consideravelmente. Ele diz que a produção das carnes bovina, suína e de frango, além da produção de açúcar e álcool – que ainda é a granel no Estado de São Paulo, onde está concentrada a maior parte da produção nacional – também cresceram, mas a participação dos modais no setor do agronegócio ainda está muito longe do ideal.

Comparativo da participação dos modais no transporte de soja em grãos na exportação

  Brasil Argentina Estados Unidos
Hidroviário 5% 2% 61%
Ferroviário 28% 16% 23%
Rodoviário 67% 82% 16%

Segundo Silva Junior, da Famasul, 60,5% da produção do segmento é trans­por­tada pelas rodovias, 20,7% pelo modal ferroviá­rio, 13,6% pelo aquaviário e apenas 0,4% pelo aeroviário. Para ele, estes números são absurdos, se comparados aos dados apre­sen­­tados nos Estados Unidos, onde 59% das rodovias são pavimentadas, contra apenas 9,5% em nosso país. Silva Junior destaca, ainda, que no transporte de complexo de soja, por exemplo, enquanto o Brasil utiliza ferrovias para transportar 28% da produção, os norte-americanos utilizam 23%, com uma ressalta: a malha ferroviária deles é cerca de 10 vezes maior que a brasileira, o que mostra uma diferença astronômica. “O transporte ferroviário talvez seja o mais rentável para nós”, especula.

Como uma possível solução, o presidente da Famasul propõe o maior uso do transporte através de hidrovias, já que o Brasil conta com 12% da água doce do planeta. “O potencial de navegação do país é fantástico, um dos maiores do mundo”, destaca, fazendo em seguida um compa­rativo da eficiência dos modais: “60 caminhões equivalem a 15 vagões, que equivalem a uma barcaça”.

Para concluir, Silva Junior cita alguns dos principais gargalos da infraestrutura logística para o agronegócio brasileiro: precariedade das rodovias, excesso de burocracia, tributação, gestão deficiente dos portos, normas legais, sistemas de controle, multas de espera, falta de qualidade, sanidade e segurança, sistemas de navegação e pedágios, entre outros. “A logís­tica para nós é funda­mental, é sobrevivência. Quem tem de fazer a eficiência logística do país é o setor privado”, finaliza.

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