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Conteúdo 20 de outubro de 2008

A crise sob várias opiniões

O mar está agitado. A tempestade, parece, ainda vai demorar. Interessante colher algumas opiniões e interpretações sobre a crise financeira que assola o mundo, e que teve início nos Estados Unidos. Vamos a elas:

“O mundo não será o mesmo, passada a crise atual. Abre-se, com ela, uma gigantesca disputa – de interesses e de interpretações – sobre o seu significado e sobre as lições a tirar dela. O Norte busca rearticular-se para defender-se das suas evidentes responsabilidades e tratar de impor suas soluções, exportando grande parte das suas conseqüências negativas. Resta ao Sul do mundo – e à América Latina em particular – saber defender nossos interesses, projetar nossa visão sobre o sentido dessa crise e colocar em práticas políticas de superação do neoliberalismo e de criação de um mundo multipolar e pós-neoliberal”.
Emir Sader, Agência Carta Maior, é sociólogo e cientista político
 

“Durante a semana, a crise financeira ganhou velocidade. Em sua pedagogia truculenta, ensinou aos desavisados e aos nefelibatas que a paralisia no sistema de crédito causa danos consideráveis ao mundo "real". Os bancos não emprestam, as empresas reduzem a produção e o emprego, a atividade econômica afunda e, finalmente, os bancos não recebem o dinheiro que emprestaram antes da tormenta”.
Luiz Gonzaga Belluzzo, jornal Folha de S.Paulo, é economista e professor titular do Instituto de Economia da Unicamp

 
“O capitalismo internacional presencia um giro de grande magnitude. À medida que a crise financeira das subprimes dos Estados Unidos contamina progressivamente a esfera da economia real, acelera-se o enfraquecimento da primeira potência econômica do Século 20, arrastando com ela parte dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Paralelamente, os países emergentes, encabeçados pela China, despontam com vigor: sem dúvida, este século será o dos emergentes”.
Javier Santiso, para o jornal Valor Econômico, é diretor e economista-chefe do OCDE e presidente da Rede de Mercados Emergentes da OCDE (EmNet)

 
“Mais de US$ 2 trilhões de dinheiro público já foram despejados em socorro a bancos e a instituições assemelhadas, e outros trilhões ainda serão necessários. Atônitas, as sociedades pagarão. Mesmo assim, ficarão expostas a uma recessão global prolongada ou a uma depressão profunda. Questões relativas a desenvolvimento, a justiça social e a bem-estar desapareceram do horizonte. Vinte anos de um falso consenso conservador resultaram nisso”.
César Benjamin, para o jornal Folha de S.Paulo, é editor da Editora Contraponto e doutor honoris causa da Universidade Bicentenária de Aragua (Venezuela)

 
"O mundo não vai acabar. Esta é 46ª crise identificada e é assim que funciona a economia de mercado. Quando uma crise se instala, você descobre as suas causas, depois há um diálogo entre a teoria e a realidade, você corrige causas. E quando começa a ser resolvida já está nascendo uma outra crise, que vai explodir 12 anos depois. É um mecanismo de aperfeiçoamento da economia, pelo qual em 150 ou 200 anos você trouxe o homem da Idade da Pedra para a da Informática. A crise nos anos 80 foi produzida pelo excesso de regulação. Esta foi produzida pela falta de regulação. Houve violações de toda natureza".
Delfim Neto, em debate no jornal Folha de S.Paulo, é economista e professor

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