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Conteúdo 13 de julho de 2009

Aprendizagem acelerada

O clima econômico atual mexe com os nervos da maioria dos executivos. Uma reação comum e automática nas empresas é a redução de custos da organização. Um corte profundo no orçamento de treinamento ocorre com frequência em tempos de dificuldade econômica, mas organizações que ensinam e implementam os princípios lean consideram o aprendizado uma função-chave, que não deve ser reduzida. Durante uma crise, o treinamento é uma ferramenta valiosa para reforçar a cultura de uma empresa, gerar economia dos custos e preparar a todos para as reviravoltas econômicas.

Normalmente, em épocas turbulentas, as “sirenes” das companhias disparam automaticamente. Ao considerar a estratégia e a missão de longo prazo da sua organização, uma crise refletirá apenas uma pequena parte de toda história da empresa. Corporações que olham e planejam o futuro usam esse período de atividade reduzida para melhorar o foco das suas iniciativas, inclusive a de treinamento. Em vez de buscarem ganhos imediatos, reduzindo os gastos com treinamento, elas reconhecem que o aprendizado é o que permite desenvolver e reter seus funcionários, aprimorar conhecimentos, refinar processos e melhorar continuamente.

Ao compartilharem informações com os trabalhadores e investirem em seus treinamentos, as empresas com filosofias de melhoria contínua mantêm sua equipe concentrada nas metas de longo prazo da organização, enquanto fornecem às pessoas ferramentas para fazerem pequenas melhorias no âmbito individual.

Quando os funcionários têm menos trabalho, eles ainda podem ser produtivos se usarem o tempo de sobra para adquirir novas habilidades ou treinar colegas. Organizações que aprendem são mestres em identificar especialistas internos e em facilitar o compartilhamento de conhecimento. Ao fazer isso, obtêm inúmeros benefícios: estimulam a formação de equipes, conseguem economia de custos e conquistam lealdade.

Uma das marcas principais do lean é o seu foco em relacionamentos. A metodologia, já bastante disseminada no mundo industrial, mas que agora ingressa nos setores administrativos e empresas de serviços, examina como funcionários, clientes e fornecedores de uma organização trabalham em conjunto, como parceiros. A avaliação constante destes relacionamentos melhora continuamente processos, sistemas e produtos. Entregar produtos com a íntima colaboração de clientes e fornecedores resulta em consumidores muito satisfeitos e leais. A menor variação entre produtos e serviços resulta em um produto de maior qualidade e menor custo.

Outra característica vital do lean é sua preocupação em eliminar desperdícios e atividades desnecessárias. Comportamentos, atividades e ações que não sejam eficientes em agregar valor devem ser removidos do negócio ou do processo de produção. Quando a empresa cria esta mentalidade nos seus funcionários, ela consegue pequenos aprimoramentos em áreas que nunca havia pensado. A maioria das atividades não agregadoras de valor nas organizações está relacionada a comportamentos humanos, não a processos de produção automatizados. Por exemplo, quando você treina funcionários no chão de fábrica sobre os mecanismos do lean, começa a perceber sua influência em novas funções do negócio, à medida que eles aplicam tais filosofias em outros aspectos do trabalho. Diferente das outras opções de aprendizado, o treinamento lean pode ser aplicado a qualquer tipo de negócio (prestação de serviço e produção, processual ou intermitente), em qualquer função (fabricação, comercialização, contabilidade, tecnologia, recursos humanos, etc.) e em todos os níveis organizacionais. É possível obter maior eficiência, custos menores, lead times mais curtos e processos aprimorados em todas as operações.

Estes benefícios são apreciados em qualquer clima econômico e são ainda mais valiosos nos momentos incertos. Enquanto os concorrentes estão preocupados em cortar gastos, sua empresa pode continuar a investir em inovações, crescimento e produtividade durante os tempos de baixa.

Depois que a companhia resolve manter o curso e não reduzir os treinamentos em face a uma crise econômica, ainda resta saber se o dinheiro investido em aprendizado está sendo gasto com sabedoria. Uma maneira de fazer isso é ter certeza de que o treinamento oferecido é aplicado de modo a causar o maior impacto. Analise o seu negócio e descubra quais correntes de valores lhe são estrategicamente importantes. Onde estão as oportunidades de ampliá-lo, quais são as novas fatias de mercado a serem conquistadas, como desenvolver uma identidade própria em relação aos concorrentes e criar valor para o cliente?

Alinhe seus esforços de treinamento e melhoria contínua às técnicas e problemas que transformarão a respectiva área do negócio. Fazendo isso, você será capaz de maximizar o retorno do investimento dos custos do treinamento e crescer em qualquer panorama econômico.

As escolhas que a empresa faz sobre como reagir a uma crise desempenham um papel importante em como sair de tal situação. Ficar de olho no treinamento em tempos difíceis pode dar à empresa uma vantagem competitiva. Ao desenvolver seu pessoal e ajudá-lo a atualizar seus conhecimentos, você pode lhe incutir uma lealdade importante. A manutenção dos programas de aprendizado em tempos de desaceleração da economia torna a empresa mais forte a longo prazo e faz com que as crises pareçam muito menos aterrorizantes do que podem parecer a princípio.

 

Washington Kusabara – diretor da TBM Consulting
caroline@planin.com


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