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Conteúdo 21 de fevereiro de 2011

Bom humor no trabalho: um desafio para os atuais líderes empresariais

Não se pode negar que um ambiente alegre é um indicador de felicidade. Uma empresa onde o riso é incentivado é muito diferente de uma empresa onde o bom humor é banido. Um local de trabalho estimulado pelo riso tende a ganhar mais pontos em termos de satisfação e produtividade, dentre tantos outros benefícios.
 
Mas pouco vale o sorriso sem resultados, não é mesmo? Temos de ser competentes. E no ambiente de trabalho tão competitivo de hoje em dia, qualquer habilidade adicional é importante. E é aí que o bom humor pode fornecer o diferencial para a sua vitória.
 
Nós que vivemos no mundo dos negócios temos uma imensa vantagem: ninguém espera que sejamos engraçados! E de fato o seu objetivo como gestor não é fazer papel de comediante, mas apenas o de comunicar o fato de que você tem senso de humor. E para isso, muitas das técnicas existentes podem ser usadas sem pronunciar uma única palavra, pois são tão simples e práticas que qualquer um pode usar. Há apenas uma exigência: é preciso que você queira desenvolver novas habilidades. Portanto, a boa notícia: qualquer um pode aprender a usar o bom humor. Basta ter um mínimo de equilíbrio e bom senso. Se você alguma vez riu ou sorriu, considere-se apto.
 
Recomendo usar o bom-humor não para se fazer de palhaço (apesar de que várias das técnicas deste respeitável profissional ajudam muito), mas para se mostrar mais humano, mais maduro. É isso que aumentará a simpatia que as pessoas sentem por você.
 
Costumo utilizar uma sessão de Brainstorming como um bom exemplo do poder do bom-humor nas empresas, pois as melhores sessões são as marcadas pelo riso. Quando os participantes param de rir, normalmente percebem que uma ideia horrivelmente engraçada era na verdade a solução buscada. Por exemplo, uma cadeira é um objeto para sentar, mas podemos usá-la como escada, subindo nela. Somos treinados para enxergar os objetos de acordo com determinadas funções. Agora uma cadeira também pode servir como chapéu, guarda-chuva, abridor de garrafas, etc. Se isso lhe causou algumas risadas, saiba que é perfeitamente normal.
 
Quase todas as ideias novas têm algo de tolo quando são sugeridas pela primeira vez. Algumas teorias científicas que hoje sequer são questionadas, tenho certeza de que causaram risadas gerais quando propostas. Imaginem quando Copérnico disse que a terra girava em torno do sol e quando Newton falou de uma força invisível chamada gravidade! Mudar a função dos objetos, além de ser uma fonte inesgotável de ideias engraçadas, pode eventualmente levar a uma grande descoberta. Lembrem-se de que antigamente a limalha era considerada lixo e hoje é vendida como esponja de aço para limpeza e outras mil utilidades.
 
Eu concentro meus esforços em identificar os princípios básicos que permitem usar o humor com sucesso para exigir respeito e atenção, elevar os ânimos do grupo e criar um ambiente de trabalho produtivo. Ter senso de humor não significa soltar gracinhas e anedotas durante apresentações ou conversas. Ter senso de humor significa i) olhar para as coisas de um ângulo original; ii) perceber relações que outras pessoas não notam; iii) exercer flexibilidade na própria maneira de pensar.
 
Mas, podem se perguntar: se o bom-humor é tão determinante, então por que não é usado com maior frequência por gerentes e executivos? Porque ainda hoje aprendemos que o trabalho deve ser deliberadamente sério para que seja importante; porque a diversão é uma recompensa à qual teremos direito de um trabalho duro o bastante para ganhá-la.
 
Foram necessários líderes para criar o tabu contra a diversão no trabalho; agora serão necessários líderes para quebrar esse tabu e substituí-lo por uma nova atitude positiva. É preciso que nós nos tornemos esses novos líderes. O bom humor e a alegria são traços tão essenciais no perfil do dirigente que deveriam ser matéria obrigatória nos cursos de formação de administradores. Esta aí uma boa ideia: matéria é que não falta!
 
Eu parafraseio Bertold Brecht ao me apropriar de uma frase dele e substituir a palavra luta pelo riso, e afirmar: “há homens que riem um dia e são bons; há homens que riem muitos dias e são melhores; há os que riem anos e são excelentes; mas há os que riem toda a vida, e estes são imprescindíveis”.


Marcelo Pinto, o Doutor Risadinha – autor do livro “Sorria, você está sendo curado”, da Editora Gente, é consultor do Bom Humor, é também gelotólogo, palestrante, fundador do Espaço do Riso e do Clube da Gargalhada de São Paulo, consultor para inserção do Riso e da Descontração no ambiente de trabalho e Líder da Gargalhada certificado pelo Clube da Gargalhada do Brasil, pela Escola do Riso de Portugal e pela Diverrisa da Espanha.
marcelopinto@doutorrisadinha.com

 

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