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Conteúdo 26 de janeiro de 2010

Buonavoglia tem novo mandato na Gristec

A nova diretoria da Gristec – Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Fone: 11 3807.3397), entidade cujo objetivo é elaborar normas, critérios e certificação, bem como representar legalmente as empresas destes segmentos, tomou posse no último trimestre de 2009 e terá um mandato de quatro anos pela frente.

Sendo assim, o entrevistado da primeira edição da Logweb em 2010 é o presidente reeleito Cyro Buonavoglia, que fala sobre o cenário com o qual a nova diretoria se depara ao assumir mais quatro anos de mandato, além de analisar o cenário atual dos segmentos de Gerenciamento de Riscos, Rastreamento e Monitoramento no Brasil.

Buonavoglia é formado em Administração de Empresas e militou na indústria e no comércio, até chegar à área de serviços, onde está há 15 anos. Atualmente, além de estar à frente da Gristec, é presidente da Buonny Projetos e Serviços de Riscos Securitários (Fone: 11 5079.2525).

Durante a cerimônia de posse, realizada em São Paulo, SP, ele destacou que o mercado de veículos, tanto de passeio quanto de transporte, está em franco crescimento, mas, em compensação, a criminalidade e o índice de roubos de carga também têm aumentado, o que constitui um grande desafio para o setor.

Buonavoglia disse, ainda, que o papel da entidade continuará sendo o de dar o suporte necessário para as empresas do setor e seguir buscando soluções para as questões que já vêm sendo discutidas, como atuar junto de outras entidades para colocar em prática a lei que trata da obrigatoriedade dos veículos saírem de fábrica com sistema de monitoramento.

Por fim, o presidente reeleito garantiu que, daqui em diante, a Gristec não terá limites para crescer, já que conquistou uma representatividade muito grande na área de gerenciamento de riscos e de tecnologia de rastreamento e monitoramento.
     
Logweb: Trace um comparativo do cenário encontrado no primeiro mandato com o atual. O que mudou no setor de lá pra cá?
Buonavoglia: Cada vez mais o mercado está entendendo que o Gerenciamento de Riscos, no qual se inclui também a área de Tecnologia em Rastreamento e Monitoramento, não é um gasto a mais, mas, sim, um investimento. Esta é uma luta que se iniciou há mais ou menos 15 anos e que agora está começando a mostrar resultados. Além das Companhias Seguradoras, as transportadoras e os embarcadores cada vez mais procuram estes serviços, visando, além da segurança, as vantagens na administração e logística de sua frota e de suas viagens.
     
Logweb: Quais são as prioridades da nova diretoria?
Buonavoglia: Umas das tarefas que estão na pauta da nova diretoria é a regulamentação das nossas atividades, assunto que vem sendo tratado já há algum tempo e que será intensificado neste mandato. No mais, conseguir unir cada vez mais os nossos associados, visando a obter como resultado principal a concorrência leal e a maior qualidade dos produtos e serviços oferecidos.
     
Logweb: Como você analisa o desafio de mais um mandato? Quais são as suas expectativas com relação à nova diretoria e às pessoas que a compõem?
Buonavoglia: O desafio de um novo mandato traz ainda mais responsabilidade, por se tratar de um voto de confiança que nos leva a procurar uma atuação que obtenha resultados cada vez melhores. Estou confiante na nova diretoria ora eleita, por ser composta por pessoas muito bem escolhidas, todas líderes empresariais respeitados e com histórico de sucesso. Com um time maior e de tão boa qualidade, tenho certeza de que teremos um mandato com muitos resultados positivos.
     
Logweb: Por que a diretoria foi ampliada para 10 membros? Que vantagens esta mudança trará para o setor e para a entidade?
Buonavoglia: O primeiro mandato foi para a criação da entidade, a sua consolidação no mercado, a obtenção de confiança dos nossos associados e ainda não associados. Foi o tempo necessário para provar que estávamos dispostos a fazer uma obra honesta e grandiosa. Isto nós conseguimos. Considerando a magnitude das tarefas e das demandas dos nossos associados, optei por aumentar o número de diretores (agora são 10) e de vice-presidências (quatro, no total), a fim de podermos ampliar, assim, o resultado do nosso trabalho.
     
Logweb: Como você analisa o setor de Gerenciamento de Riscos no país: o que está bom, o que deve ser mudado e, principalmente, como deve ser mudado?
Buonavoglia: Estamos diante de uma atividade nova. Já temos no Brasil várias empresas altamente capacitadas a exercer a atividade de GR. Empresas bem estruturadas, bem equipadas, com profissionais treinados e capazes de desenvolver um bom trabalho. O que deve mudar, em minha opinião, é o nível de exigência do cliente, das Companhias Seguradoras, das transportadoras e embarcadores que, muitas vezes, por questões comerciais, aceitam que seu risco seja gerenciado por empresas sem a mínima possibilidade de oferecer a segurança necessária para o bom resultado de sua carteira. Quando uma determinada conta não se viabiliza, aparecem como culpadas as Gerenciadoras de Riscos, de forma generalizada, o que é uma grande injustiça, pois, como já mencionei acima, existem empresas muito bem preparadas para atender ao mercado. Criamos, na Gristec, o Selo de Identificação. Não se trata de um selo de qualidade, mas, realmente, de identificação. Para recebê-lo, a empresa é auditada por um instituto independente e é verificado e confirmado tudo o que a empresa possui em equipamentos, procedimentos, etc. Este relatório é exibido em nosso site, e qualquer cliente pode avaliar se esta ou aquela Gerenciadora está capacitada a atender às necessidades da operação em questão. Enquanto o cliente não exigir da GR o selo da Gristec, haverá empresas prometendo preços aviltados, o que não poderão cumprir. O mercado é muito grande, há oportunidade para muitos, mas cada GR deve prometer o que realmente pode cumprir, e a exigência do selo tornará o mercado transparente a todos.
     
Logweb: Ainda sobre o Gerenciamento de Riscos no Brasil, quais são as expectativas até 2013?
Buonavoglia: Se considerarmos que as autoridades não conseguem deter a onda de criminalidade no Brasil, na velocidade que todos desejamos, creio que as expectativas são muito boas, principalmente porque o cliente já aprendeu que pode utilizar as ferramentas de GR também para a logística.
     
Logweb: Sobre as tecnologias de Rastreamento e Monitoramento, em que patamar o Brasil está? O que precisa ser mudado? De que forma isto deve ser feito?
Buonavoglia: Como o roubo de cargas é uma atividade “campeã” no Brasil, eu fico muito à vontade para afirmar que não existe no mundo nenhuma tecnologia que se aproxime das já desenvolvidas por aqui. Citando a empresa de GR que dirijo, paralelamente à presidência da Gristec, por questões de oportunidade pessoal, fizemos um estudo para a implantação de uma operação de GR na Itália, abrangendo grande parte de Europa. Após meses de pesquisas, os resultados foram totalmente negativos. Nossos parceiros concluíram que nenhuma Companhia Seguradora se interessaria por este tipo de serviço, pois o volume de sinistros desta natureza por lá não justificaria a compra deste serviço. Não estou aqui discutindo a qualidade desta ou daquela tecnologia, mas, sim, a sua adequação para o uso em prevenir o roubo de carga.
     
Logweb: Durante a cerimônia de posse foi dito que o setor carece de mão de obra qualificada. Como a Gristec pode ajudar a mudar isto?
Buonavoglia: Como é uma atividade nova, não temos profissionais treinados e preparados. As empresas de GR formam seus profissionais dentro de casa, o que leva em média seis meses para acontecer. Este é um investimento que não aparece e que não é pequeno. A Gristec já iniciou há meses a primeira turma de um MBA de GR em parceria com a FGV. Estamos agora buscando soluções para parcerias que nos ofereçam cursos técnicos.
     
Logweb: Em que passo está a busca pela regulamentação da atividade empresarial de Gerenciamento de Risco na área de transporte no Brasil? Quais as expectativas?
Buonavoglia: Já estamos em contato com Deputados e Senadores para que apresentem um Projeto de Lei regulamentando nossas atividades. É uma tarefa muito trabalhosa, mas a temos como um dos nossos grandes objetivos e estamos caminhando muito bem.
     
Logweb: O roubo de cargas no Brasil, de 2006 a 2008, por exemplo, representou algo em torno de R$ 700 milhões ao ano. Como combater isto?
Buonavoglia: E de 800 milhões em 2009. Se considerarmos o crescimento da economia, o gasto das famílias, etc., creio que ainda somos vencedores em conseguir manter o roubo de cargas neste patamar. A nossa justiça é muito morosa. O bandido rouba a carga e poucos dias depois está na rua roubando novamente. Não me atrevo a fazer comentários sobre o mérito da questão, pois não é minha seara, apenas cito os fatos. Para combater este estado de coisas, somente as autoridades policiais e a Justiça poderão ter resposta para isto. Enquanto não houver um combate severo aos receptadores, esse tipo de crime vai continuar cada vez mais atrativo.
     
Logweb: Quando entrará em vigor a resolução nº 245 do CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito, que dispõe sobre a instalação de equipamento obrigatório, denominado antifurto, nos veículos novos saídos de fábrica, nacionais e estrangeiros? De que forma a Gristec analisa esta medida?
Buonavoglia: Não arrisco nenhum palpite quanto à Resolução 245. Todos já vimos como a situação vem se arrastando e não me sinto capaz de opinar a respeito.

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