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Conteúdo 8 de agosto de 2011

Distribuição a 90 mil KM

O mercado farmacêutico segue sua curva de crescimento em todos os cantos do país. Se analisarmos 2010 em relação ao ano anterior, 13 Estados brasileiros ampliaram sua participação percentual no montante de remédios distribuídos a farmácias, drogarias, hospitais e clínicas. Porém os investimentos em infraestrutura não acompanham esta ascensão, já que a malha de distribuição está praticamente restrita ao modal rodoviário.

Percebemos o advento de outros polos consumidores, principalmente no Nordeste, que já possui a segunda maior malha do Brasil, com 28,1%. Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), só as rodovias federais pavimentadas e as principais estradas estaduais somam mais de 90 mil km. Ainda assim, no ano passado registramos um crescimento ínfimo. Foram adicionados apenas 1.393 km ao total. Destes, apenas 337 km foram custeados pelos altíssimos pedágios.

Em nível governamental, arcar com 1.056 km é significativo, mas não o bastante para um país com grandes perspectivas de desenvolvimento. Os desafios residem na falta de recursos ou na indevida alocação de recursos para incrementar o sistema de distribuição nacional. Nas ferrovias, o mesmo motivo levou ao abandono da maior parte da movimentação nos trilhos. Já o modal hidroviário não atinge os mais diversos e restritos destinos no quinto maior país do planeta em extensão territorial.

Quando vemos esses números, nos espantamos com outras diferenças. Enquanto as rodovias públicas em estado considerado bom ou ótimo são de 32,4%, nas concessões o número é de 87,3%, com um custo alto, é claro. Os resultados são reconhecidos. Assim, além das altas despesas de rodagem, enfrentamos riscos diários em acidentes ocasionados pela péssima conservação do asfalto, ou em estradas que nem asfaltadas são, e em assaltos que passam despercebidos pela fiscalização e segurança.

Some-se a isto a alta carga tributária e a burocracia entre as legislações estaduais e temos um caminho ainda mais longo percorrido pelo medicamento até chegar a quem realmente necessita. Nosso cotidiano corre contra o tempo. Lidamos com tempo curto e financiamos os varejistas, com prazos de pagamento mais maleáveis e entrega diária de pedidos. Trabalhamos com condições mais flexíveis do que as indústrias em suas eventuais vendas diretas.

Desta forma, a distribuição também atua como um grande agente facilitador do acesso ao medicamento, haja vista que seu preço máximo é estipulado pelo governo. Ou seja, não há repasse de custo ao consumidor. Portanto, a infraestrutura ineficiente encarece a logística, onerando ainda mais a atividade atacadista no Brasil.

Devemos nos atentar que, entre tantos desafios e investimentos estrangeiros de olho nos emergentes, o Brasil não pode ser lembrado apenas como a primeira letra dos Brics.

Luiz Fernando Buainain – Presidente da Abafarma – Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico

 

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